GP da Índia, que
marcou título de Vettel e RBR, tem punição desnecessária por festa do
alemão na pista e atuações de destaque de Massa e Grosjean
Por GLOBOESPORTE.COM
Nova Déli, Índia
Vettel após o GP da Índia (Foto: Getty Images)
Não tem para ninguém. A Fórmula 1 atual tem um dono: Sebastian Vettel. No GP da Índia deste domingo, o alemão da RBR
assegurou o título com três etapas de antecipação e colocou o nome na
história da categoria, tornando-se, aos 26 anos, o mais jovem
tetracampeão, ultrapassando seu ídolo Michael Schumacher, que levantou a
quarta taça aos 32. E a taça veio, para variar, com mais uma vitória: a
terceira no circuito, a décima na temporada, a sexta de forma
consecutiva. E nem precisava de tanto... Já que Fernando Alonso
(Ferrari), único que poderia adiar a conquista do alemão, sequer marcou
ponto. Vettel, claro, foi o centro das atenções: fez uma grande festa,
com ‘zerinhos’ na pista e escalada no alambrado. Mas a direção de prova
tratou de roubar a cena, aplicando uma reprimenda ao grande campeão por
não levar o carro direto para os boxes. A prova marcou também o tetra da
RBR no Mundial de Construtores, mesmo com mais uma quebra de Mark Webber. A estrela do dia foi Vettel, mas outros também brilharam, como Nico Rosberg e Romain Grosjean, que chegaram em segundo e terceiro, respectivamente, além de Felipe Massa
que fez uma primeira volta mágica e quase beliscou um pódio.. Outro que
chamou a atenção foi Kimi Raikkonen, mas pelo lado negativo. O
finlandês protagonizou um bate-boca pelo rádio com a equipe, com direito
a palavrões!
Confira os destaques do GP da Índia:
Diferentemente das corridas anteriores na pista indiana, quando venceu
de ponta a ponta e liderou todas as voltas, o triunfo desta vez foi de
outra forma: na estratégia. A RBR apostou em chamar o alemão para os
boxes já na segunda volta, para se livrar logo dos pneus macios (pelo
regulamento é obrigatório usar os dois tipos de compostos na corrida).
Com pneus médios pelo restante da prova, Vettel protagonizou uma
meteórica escalada e rapidamente voltou para as primeiras posições. Na
metade da corrida, o alemão voltou à liderança com a parada de Mark
Webber nos boxes. E na ponta permaneceu até a bandeirada.
Sebastian Vettel é acalamado após vitória e título na Índia (Foto: Getty Images)
Com a conquista, o prodígio da RBR sobe mais um degrau no hall dos
maiores campeões da Fórmula 1, superando em números de títulos
verdadeiros gigantes como os tricampeões Ayrton Senna, Nelson Piquet,
Niki Lauda, Jackie Stewart e Jack Brabham. Agora, ele está empatado com o
francês Alain Prost. À frente estão apenas o hepta Michael Schumacher e
o penta Juan Manuel Fangio. E se o jovem alemão ainda não chegou ao
número de taças deles, alcançou um feito que apenas as duas lendas
possuíam no currículo: conquistou quatro taças de forma consecutiva. E,
claro, Vettel foi se tornou mais jovem a conseguir tal façanha.
Alemão olha para cima e só vê Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher
(Foto: AFP)
Após outra atuação impecável, faltaram palavras para Vettel: “Yes, yes,
yes!”, disse pelo rádio. Poucas palavras que deram lugar a uma
comemoração intensa. Ao invés de levar o carro para o parque fechado, o
mais novo tetracampeão parou na linha de chegada, lugar que conhece bem,
consagrado por tantas bandeiradas e deu sequência ao seu espetáculo.
Primeiro, fez “zerinhos” na pista, levantando fumaça e levando as
arquibancadas ao delírio. Depois, subiu no carro e saudou o público que
retribuiu com aplausos. Em seguida, ajoelhou-se em frente ao bólido,
fazendo uma reverência à máquina que o complementa com tanta perfeição.
Reverência essa que se estendeu à torcida, que acolheu com tanto carinho
um piloto que reinou absoluto nas três vezes que a categoria passou
pelo país. As vaias de ferraristas e britânicos, ouvidas em outras
provas, não tiveram vez. Vettel ainda foi sentir o calor dos fãs mais de
perto. Subiu no alambrado e jogou suas luvas para privilegiados
torcedores. Uma celebração espontânea de um garoto que fazia história.
Alemão levantou fumaça na festa do tetra (Foto: AFP)
A quebra de protocolo fez o piloto ser chamado imediatamente para dar
explicações para a direção de prova. A bela e emocionante feste lhe
rendeu uma reprimenda - uma espécie de puxão de orelha, cartão amarelo
-, além de uma multa de 25 mil euros (aproximadamente R$ 75 mil) para a
RBR. Uma falta de sensibilidade da Federação Internacional de
Automobilismo (FIA), que ainda alegou ter pegado leve na punição e disse
que aceitou as explicações do piloto de que eram circunstâncias
especiais.
Neste domingo, a RBR festejou não só o tetra antecipado do Mundial de
Pilotos, como também o do Mundial de Construtores. A festa poderia só
não foi completa porque faltou uma dobradinha. E ela estava prestes a
se concretizar, não fosse mais uma quebra no carro de Mark Webber, a
poucas voltas do fim, quando o australiano estava em segundo. E o chefe
da RBR, Christian Horner, admite que, nas voltas finais, temeu que o
problema no alternador que provocou o abandono do veterano, tirasse
também Vettel da corrida. O alemão tomou os cuidados necessários e
conseguiu cruzar a linha de chegada em primeiro. Sorte de campeão, algo
que passa longe do azarado Webber nesta temporada.
Virou rotina... Mark Webber já está até acostumado a ter problemas nos GPs
(Foto: Reuters)
Mas mesmo que Vettel quebrasse, seu tetracampeonato estaria garantido.
Isso porque Fernando Alonso, único que poderia adiar o título antecipado
do alemão, precisaria chegar, pelo menos em segundo. Porém, o espanhol
da Ferrari estava irreconhecível. Longe de ser o batalhador que sempre
se mostrou, Alonso caiu para o fim do grid após quebrar o bico com um
toque em Webber na largada. Dali em diante, teve grande dificuldade para
escalar o pelotão, terminando em um melancólico 11º lugar.
Alonso teve que trocar o bico no início do GP da Índia.
Depois disso, nunca mais foi o mesmo (Foto: AFP)
Alonso nem viu seu companheiro de equipe, Felipe Massa, de perto. O
brasileiro levou a Ferrari ao quarto lugar, sendo um dos grandes
destaques da corrida. Largando em quinto, fez uma primeira volta
fantástica: engoliu Mark Webber nos primeiros metros e depois fez uma
ultrapassagem dupla sobre as Mercedes de Nico Rosberg e Lewis Hamilton
para assumir a segunda posição. Massa ainda sentiu o gostinho de ser
líder por seis voltas após o pit stop de Vettel. No fim, perdeu posições
na estratégia de parada nos boxes, mas quase beliscou um pódio. Com o
resultado, Massa chegou à frente do companheiro de equipe – com ambos
terminando a prova – pela primeira vez desde o GP da China de 2011.
Felipe Massa passou de uma só vez as Mercedes de
Nico Rosberg e Lewis Hamilton(Foto: AFP)
Outro que brilhou na Índia foi Romain Grosjean. Mais uma vez inspirado,
o francês da Lotus largou em 17º e terminou em terceiro. O lugar no
pódio veio com uma representativa ultrapassagem sobre seu companheiro
Kimi Raikkonen. E o duelo gerou polêmica. O finlandês fez jogo duro e os
dois quase se tocaram. A resistência irritou fez a Lotus ficar irritada
com o “Homem de Gelo”, que não tem mais o mesmo crédito na casa após o
acerto com a Ferrari. O diretor de operações, Alan Permane gritou
palavrões com o piloto, que respondeu no mesmo baixo nível. Ouça o díalogo no blog Voando Baixo clicando aqui.
Kimi Raikkonen levou bronca da Lotus por dificultar vida de Romain Grosjean
(Foto: Reprodução/TV Globo)
A Fórmula 1 já volta no próximo fim de semana, para o GP de Abu Dhabi,
com transmissão ao vivo da TV Globo. A briga agora ficará por conta dos
vice-campeonatos. Com 322 pontos, Vettel não pode ser mais alcançado por
ninguém. Alonso segue na vice-liderança com 207, seguido por Raikkonen
(183) e Hamilton (169). No Mundial de Construtores, a RBR, com 470
pontos, também não pode mais ser ultrapassada. A disputa pelo bônus
financeiro para o segundo lugar promete ser acirrada com a Mercedes
(313) passando a frente da Ferrari (309) na classificação.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2013/10/pacotao-puxao-de-orelha-no-tetra-alonso-apatico-e-kimi-desbocado.html
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