Surfista, que desembarcou de cadeira de rodas, planeja voltar a surfar em um mês e meio e cogita novas ondas em Portugal: 'Tenho alguns meses para pensar sobre isso'
Maya Gabeira recebe o abraço do pai, Fernando Gabeira após desembarcar (Foto:
Thierry Gozzer)
Maya Gabeira cruzou a porta de desembarque do Aeroporto Internacional do Galeão, no
Rio de Janeiro, em uma cadeira de rodas, empurrada por um funcionário
da Infraero. Trazia suas muletas no colo, um boné virado para a parte de
trás da cabeça, óculos escuros e um largo sorriso. De volta ao Brasil após o
grave acidente na Praia do Norte, em Nazaré, Portugal, a surfista de ondas
gigantes parecia tranquila. O pior já havia ficado para trás.Recebida também pela família de Carlos Burle, que surfou as perigosas ondas do "Canhão do Norte" e pode ter batido o recorde do havaiano Garrett McNamarra, com a maior onda já dropada na história, Maya deu um abraço apertado em seu pai, o jornalista e ex-deputado federal Fernando Gabeira, que passou a ajudar a filha com a cadeira de rodas. Apesar do susto, a surfista não descarta um retorno às ondas de Nazaré.
- Acho que tenho alguns meses para pensar sobre isso - disse Maya, que planeja o retorno à água em um mês e meio.
Na chegada ao Brasil, ao lado também de Pedro Scooby, que puxou o jet-ski para a onda que pode consagrar Carlos Burle, a surfista disse que o outro grave acidente que sofreu em 2011, em Teahupoo, no Taiti, ajudou a salvar sua vida no mar da Praia do Norte.
Maya Gabeira desembarcou no Galeão e foi conduzida
por um funcionário da Infraero (Foto: Thierry Gozzer)
- A adversidade de 2011 salvou minha vida em 2013. Pude trabalhar bastante em todos os aspectos de lá para cá. Trabalhar a apneia, melhorar meu surfe, os equipamentos. Aquela adversidade me fez estar aqui, viva. Deus colocou aquilo no meu caminho para que eu estivesse aqui hoje - frisou Maya Gabeira.
Ansiosa para deixar o local, antes de entrar no carro do pai Maya ainda teve tempo de lembrar os dias históricos que viveu. A onda surfada por ela no último sábado concorrerá ao Oscar da categoria, que acontece no primeiro semestre do ano que vem. Para a brasileira, tudo o que foi vivido em Nazaré valeu a pena.
- A viagem não valeu a pena só pelo XXL (o Oscar da categoria), mas por poder estar ali com os meninos e fazer parte daquele dia, que vai ficar para a história do surfe de ondas grandes - lembrou Maya Gabeira.
Maya Gabeira e Carlos Burle (Foto: Thierry Gozzer)
Criticada pela lenda das ondas gigantes, o havaiano Laird Hamilton, que em entrevista à CNN disse que a brasileira não teria a habilidade necessária para dropar ondas desse porte, como a do "Canhão de Nazaré", Maya preferiu não responder. Mas entre os companheiros a surfista comentou o que foi dito. No desembarque, Carlos Burle foi quem falou pela "big rider". E, segundo o veterano, a carioca teria ficado abalada.
- A Maya fica mais abalada do que eu, é jovem e sentiu um pouco o que foi dito. Procurei passar para ela que foi apenas uma opinião. Lógico que ele é uma pessoa relevante dentro do meio, mas o mais importante é que confio no trabalho dela, ela se prepara para essas condições e não somos imprudentes, pois não damos as costas ao que nossa profissão pede, que é preparo físico e mental. E a Maya não vira as costas para isso. Procura melhorar, faz curso de apneia, trabalha com preparadores físicos, investe em técnicas novas, equipe e equipamentos. Se ela não estivesse preparada, seria uma imprudência nossa.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/noticia/2013/10/maya-volta-ao-brasil-ganha-abraco-do-pai-e-nao-descarta-retorno-nazare.html
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