Enquanto medalhistas de prata vão se separar no Circuito Mundial para testes da CBV, Larissa se aposenta, e Juliana está afastada da seleção brasileira
Alison, outro capixaba da turma, o Rei da Praia, conta os dias por uma nova chance olímpica, apesar da notícia da semana passada, quando ficou sabendo que a dupla com Emanuel dará um tempo no Circuito Mundial, jogando com novos parceiros, por determinação da CBV. Daí em diante, decidirão, em 2014, se voltam ou não. A vida de Juliana, por outro lado, talvez tenha sido a mais revirada, não como ela esperava. Aos 29 anos, no auge físico, e heptacampeã mundial, ela tenta se reinventar agora sem Larissa. Fora da seleção brasileira da modalidade e em crise com a CBV, a medalhista de bronze em Londres quer reencontrar o caminho, a começar pela Rússia, onde desembarcou para não ficar inativa.
- Resolvi mexer para dar mais experiência e motivação aos mais novos. Chamei os quatro para conversar e expliquei que não estava abrindo as duplas. Ninguém rompeu. É só para dar um maior amadurecimento aos garotos. Farei uma experiência, nada mais do que isso. Assim que terminar o Circuito Mundial, as duplas voltarão normalmente - garante a técnica Letícia Pessoa.
Apesar disso, fora de quadra, o momento é bom. Eles não só renovaram seus patrocínios com os valores reajustados após a prata, como também fecharam novos acordos, individuais e da parceria. Do outro lado, com o fim da parceria, anunciada em outubro e consolidada depois do heptacampeonato do Circuito Mundial, Juliana e Larissa buscaram, cada uma, o seu caminho. Hoje, Larissa mantém um cerimonial para festas infantis no Pará e tem parte em uma sociedade com o irmão numa transportadora. Já Juliana talvez tenha sido a maior prejudicada. Sem a parceira, acabou por não se firmar no cenário nacional e hoje, após desentendimentos com a seleção brasileira de vôlei de praia, está fora do Circuito Mundial, apesar de ter mantido o patrocínio do Banco do Brasil (assim como Alison e Emanuel).
Nas Olimpíadas, aprendi a ser um jogador mais calmo"
Alison
todos os contratos que já tínhamos, e agradecemos muito a esta medalha por isto - frisou Alison.
Larissa foca nos negócios e no pessoal
A decisão de deixar o vôlei de praia já estava tomada. Tornar a intenção oficial foi o que demorou. Sendo assim, após a medalha olímpica em Londres, Larissa, de 30 anos, avisou a parceira Juliana que só permaneceria no circuito até o final de 2012. E assim o fez. Com o hepcampeonato do Circuito Mundial, as duas passaram Adriana Behar e Shelda na história.
Fora do vôlei, Larissa mantém negócios. Como não está mais em atividade, os patrocínios do vôlei de praia também foram embora. E a Bolsa Olímpica do governo do Espírito Santo (estado onde nasceu, apesar de ser federada pelo Pará), no valor mensal de R$ 3 mil, foi suspensa neste mês, quando a secretaria de esportes e lazer capixaba percebeu que Larissa não atuava mais desde dezembro, de acordo com informações da própria secretaria. A atleta, inclusive, pode ter que devolver os valores recebidos de janeiro até julho deste ano, pois o programa é voltado para atletas em atividade e Larissa teria que comprovar as competições disputadas no último ano (ela se aposentou em dezembro). O GLOBOESPORTE.COM tentou contato com a atleta, mas não teve retorno.
Larissa e Lili tornam público relacionamento (Foto: Reprodução/Facebook)
- Já vinha me preparando. Estou tranquila, satisfeita com a minha escolha. Estou sem jogar, com outros planos, na vida de empresária. Não estou mais fazendo nada no esporte, no vôlei. Realmente dei uma parada, queria refrescar a cabeça. Estou feliz, precisava viver outras emoções e momentos. De vez em quando bate uma saudade, mas estou tranquila - explica Larissa.
No mês de julho, em um novo ciclo da sua vida, Larissa assumiu seu relacionamento com a também jogadora de vôlei de praia Lili. Elas podem se casar ainda este ano.
- Não tenho problema nenhum em falar disso. Mas acho que o que tinha que ser dito, já foi dito. E até demais. Alguns falaram até demais - finalizou.
Juliana hoje está fora da seleção brasileira (Foto: Getty Images)
Enquanto Larissa ainda vive a transição do primeiro ano aposentada do vôlei de praia, Juliana tenta superar uma fase complicada da carreira. Não bastasse perder a parceira no final do ano passado, a jogadora se viu envolvida em uma polêmica com a seleção brasileira de vôlei de praia em maio. Após reclamar publicamente do novo sistema da Confederação Brasileira de Vôlei para selecionar as duplas que representam o Brasil em competições internacionais, ela foi desligada pela CBV, mesmo após pedir desculpas em nota oficial.
Assim, fora do Circuito Mundial e da seleção brasileira, hoje, a medalhista olímpica e jogadora mais vitoriosa do Brasil em atividade seria a última da fila para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Ainda mais depois que o técnico da seleção Marcos Mirando avisou que ela dificilmente volta para o selecionado em 2013. Para não ficar parada, ela aceitou disputar uma etapa do Circuito Russo de vôlei de praia.
- Estou trabalhando bem, e jogar este torneio possibilita partidas internacionais em bom nível, de maneira a deixar meu treinamento ainda mais forte. Conheço algumas adversárias, e o povo russo sempre me tratou muito bem - disse a jogadora ao aceitar o convite.
Financeiramente, com o fim da "marca" Juliana/Larissa, a jogadora de 29 anos também perdeu.Teve seu contrato com o Banco do Brasil renovado, mantém um acordo com a Supergasbras, mas que não seria nos mesmos moldes de quando jogava com Larissa, já que a empresa custearia toda a comissão técnica das duas, além de dar um bônus a cada título da dupla.
Alison mais calmo, e Emanuel em um desafio
Campeões Mundiais e Brasileiros em 2011 e prata nas Olimpíadas de 2012, Alison e Emanuel vivem um momento de transição. Oficialmente, Emanuel não fala abertamente sobre suas intenções de jogar até 2016, ano das Olimpíadas no Rio de Janeiro. Certo é que o jogador, de 40 anos, quer estar nos Jogos Olímpicos, mesmo que não seja atuando. Nas últimas etapas do Circuito Mundial, ele vai jogar ao lado de Evandro, de 23 anos e 2,10m. Já Alison fará parceria com Vitor Felipe, de 22 anos e 1,92m.
- A medalha que busco agora é a de participação em 2016. Os desafios são muito maiores na minha idade, no nível de competição que eu estou agora. Para chegar bem nas Olimpíadas do Rio de Janeiro vou precisar superar muitos obstáculos. Talvez isso sirva como uma motivação. Mas de qualquer forma, estarei envolvido no evento – disse Emanuel.
Em Campinas, em maio, Alison e Emanuel conquistaram a etapa da Copa do Mundo de vôlei de praia. Da prata até agora, tiveram seus patrocínios reajustados (com Banco do Brasil, Smart e Embratel) e ainda fecharam um novo contrato com um plano de saúde. O valor pago pelo banco estatal, inclusive, teve um acréscimo de 25%. Alison possui ainda um contrato pessoal com a Red Bull, que também foi reajustado, e passou a receber o Bolsa Medalha do governo do Espírito Santo, no valor de R$ 4 mil mensais pela prata olímpica em Londres.
Alison e Emanuel não vão jogar mais juntos a partir de agosto (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)
Assim como Larissa e Juliana, Alison e Emanuel passariam a receber uma Bolsa Pódio do governo federal, mas o benefício ainda não foi liberado, o que pode acontecer para todos os medalhistas de Londres ainda em 2013.
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Alison cerutti27 anosQuatro patrocinadores
O Mamute mantém o Banco do Brasil, a Unimed, a Embratel e um patrocínio exclusivo com a Red Bull.
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emanuel rego40 anosTrês patrocinadores
O veterano do esporte teve reajustes nos contratos com a Embratel, Unimed e com o
Banco do Brasil.
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Juliana29 anosDois patrocinadores
Depois do fim da parceria com Larissa, Juliana renovou de forma diferente com o Banco do Brasil e a Supergasbras
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2013/07/um-ano-apos-londres-julianalarissa-se-separa-alisonemanuel-da-tempo.html
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