Torcedor-símbolo, Franczak critica atuação dos policiais por causa da sua bengala e fala em omissão da diretoria do Grêmio, que o isenta de culpa
Na verdade, Franczak não chegou nem mesmo a ver a vitória do seu Tricolor por 2 a 0, já que foi retirado de campo antes de a bola rolar. Ele carregava uma bengala com a bandeira do Rio Grande do Sul quando, por isso, foi retirado à força da mureta das arquibancadas.
– A mureta estava lotada, e fui para o meu lugar de sempre, somente para torcer. Foi quando policiais pediram para eu descer. Eles começaram a discutir com torcedores e jogaram spray de pimenta. Foi aquela confusão entre eles, e disse que “iria na boa”. Quando vi, um policial me agrediu. Ele quebrou a muleta, e outros me arrastaram lá para dentro. Estou com as costas inchadas – contou, por telefone, ao GLOBOESPORTE.COM.
Torcedor foi arrastado para fora da arquibancada (Foto: Luiz Munhoz / Ag. Estado)
– Fui jogar uma pelada antes de um jogo contra o Criciúma e me machuquei. Não é algo grave, tenho a opção de não usar muleta, mas já estive em vários jogos assim (com a bengala). Nunca falaram nada. Inclusive, nessa partida, passei pela revista com a ela – afirma.
Agora, a empolgação de ir à Arena assistir aos jogos do Grêmio virou medo. Por ser um símbolo da torcida, Juliano crê em “perseguição”. Foi aconselhado pelos pais a não mais ir em partidas do clube.
– Estou muito chateado. Não é a primeira vez. Eles estão nos tratando como bicho na Arena. Um monte de gente fala para eu não desistir, mas meu sentimento é de não chegar perto da Arena. A direção do Grêmio não se posiciona. Estou em todos os jogos, não cobro nada. Trabalho para pagar as viagens. Faço um marketing para o Grêmio, e os caras (na Arena) ficaram me tratando como cachorro – lamenta.
Direção isenta o 'Gaúcho'
Membro do Conselho de Administração, que cuida da relação com as torcidas organizadas, Nestor Hein também lamentou o incidente do último fim de semana. Disse que o Grêmio tomará providência e que alguns torcedores poderão ser "banidos" de jogos. No entanto, isentou Juliano de qualquer ato.
– O Grêmio está empenhado para que todos se portem bem nos jogos. À medida que sejam feitas investigações, vamos tomar providências. As imagens falam por si só. Mas nunca vi esse rapaz envolvido em violência do Grêmio. Não sendo violento, pode continuar – comenta.
Juliano tornou-se um símbolo da torcida por estar sempre vestido com roupas típicas gaúchas e bandeira do estado. Como costuma ficar em pontos estratégicos do estádio, volta e meia aparece em fotos de partidas.
Nesta segunda-feira, o Twitter da torcida organizada iniciou uma campanha. Pediu aos torcedores que "antecipassem a Semana Farroupilha" - que ocorre em setembro - e fossem à Arena no próximo domingo, durante o Gre-Nal, utilizando trajes típicos. A iniciativa seria uma forma de homenagear o "Gaúcho da Geral", um "cara de comportamento exemplar", segundo a organizada.
Confusão entre policiais e torcedores antes da partida contra o Flu (Foto: Lucas Rizzatti)
Por causa do incidente, o procurador Paulo Schmitt, do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), solicitou imagens do ocorrido. Caso a equipe gaúcha seja denunciada, poderá levar multa e perder até dez mandos de campo.
O árbitro Raphael Claus relatou em súmula a briga ocorrida no setor. No texto ele afirmou, porém, ter sido informado que o responsável pelo início do tumulto foi retirado, identificado e detido pela Brigada Militar.
Confira o texto da súmula
Antes do início da partida e após adentrarmos ao campo de jogo, observamos um tumulto entre torcedores do Grêmio FBPA e a Brigada Militar na arquibancada norte. Fomos informados pelo responsável do policiamento (Sr. Tenente Pionner) que o responsável pelo início do tumulto foi retirado, identificado e detido, conforme boletim de ocorrência n° 222651 do Jecrim.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/gremio/noticia/2013/07/torcedor-simbolo-lamenta-agressao-da-bm-e-promete-nao-voltar-arena.html
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