Atacante vira o talismã do Coritiba com gols importantes e deixa para trás as dificuldades como a paralisia infantil e perda do pai
O atacante Geraldo não tem fama de ser antipático. O angolano fala com
todos, gosta de atenção e sempre tem um sorriso fácil à disposição. Mas,
nesta segunda-feira, ele tinha motivos a mais para sorrir. Após fazer o
gol que devolveu a liderança do Brasileirão para o Coxa, o jogador
estava de folga dos treinos, mas não dos holofotes da mídia, ao conceder
várias entrevistas.
A alegria de Geraldo esconde uma vida difícil. O jogador de 21 anos superou uma infância complicada convivendo com a guerra civil, que vitimou milhares de pessoas, entre eles o seu pai. Sua luta também foi contra a paralisia infantil, que ele contraiu aos dez anos e que muito, por pouco, não o impediu de jogar futebol.
A força do menino o destacou no futebol angolano e Geraldo conseguiu um
contrato no Brasil. Seu primeiro time no Brasil foi o Rio Claro, no
interior de São Paulo, e, logo em seguida, o Coritiba. Na sua primeira
fase, não se destacou e acabou emprestado para o Paraná Clube em 2012,
que relembra ser uma das suas piores fases.
Devolvido, o jogador apareceu na hora e lugar certo no Coritiba. A fama de goleador de Atletiba já vinha desde 2010, quando marcou pela primeira vez contra o Atlético-PR. Mas, neste ano, na final do Paranaense, ele deitou e rolou. No primeiro jogo da final, ele responsável por empatar o jogo em 2 a 2, impedir a vitória atleticana e ainda garantir a vantagem do empate no segundo jogo. Já na partida final, Geraldo fechou o placar da vitória em 3 a 1 e ajudando o time a ser tetracampeão.
Para confirmar a fama de talismã, Geraldo entrou de novo contra o Atlético-PR e fez o gol que deu a vitória e a liderança do Coritiba no Brasileirão neste domingo.
Na história do Coxa, o camisa 45 poderia ser lembrado só como mais um
estrangeiro na turma de 41 atletas não brasileiros que já passaram pelo
clube. Mas, desde 2009 no Alto da Glória, Geraldo é mais que um
angolano. Ele fez questão de contar que não se naturalizou brasileiro,
só ganhou o visto permanente de trabalho. Mas, no coração, ele já se
considera um paranaense nato.
Tanto que o atacante faz questão de ressaltar esse orgulho pelo novo país até no boné que usou na segunda-feira das entrevistas, com a estampa "Brasil". Geraldo não esqueceu o gingado angolano, comum nas primeiras comemorações dele no Coxa, mas já se rendeu ao gospel brasileiro, ao samba e ao pagode.
- Escuto muito a música gospel, mas também já escutei samba e pagode bastante. Eu gosto de estar com os amigos e família, fazendo um churrasco. Por mais ano que se vive fora do país, dificilmente esquece o estilo de dança, que é algo que nos identifica muito. O Kuduro é uma dança de lá, que é movida no mundo todo.
Mas na hora de escolher uma música para exemplificar a boa fase dele no Coritiba, Geraldo escolhe uma música mais lenta, do cantor Cef (pintor de rua), que mostra o lado romântico do menino angolano que veio se aventurar no Brasil.
- Escolho o Kizomba, um cantor que se chama Cef, a música é pintor de rua. Uma música que dança mais grudadinho assim, bem legal - deu a dica para os brasileiros.
Quando o assunto é comida, Geraldo também deu algumas orientações de pratos típicos da terra natal, que faz ele faz questão de comer quando retorna para a Angola.
- Tem o fuji de muamba, cozido à bacalhau, que não sei se aqui tem.
Mas os quatro anos que ele já está no Brasil fizeram com que ele adotasse o país como a sua segunda casa, sem afastar a possibilidade de morar em definitivo e construir uma vida na América do Sul.
- Adquiri muita coisa. Procurei sempre abraçar a cultura do Brasil, que é boa. O brasileiro é um povo muito acolhedor, principalmente no Coritiba. Isso para mim, fez com que me identificasse muito. Espero poder construir minha vida aqui. O Brasil não será só uma passagem, vai ser minha segunda casa e morarei aqui futuramente - completou.
Com a boa atuação, o próximo foco de Geraldo é conquistar um lugar no time titular do Coritiba. O atacante se reapresenta na manhã desta terça-feira, no CT da Graciosa. O próximo adversário é o Santos, no domingo, às 16h (de Brasília). O duelo será realizado na Vila Belmiro.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/coritiba/noticia/2013/07/angolano-geraldo-vive-melhor-fase-no-coxa-e-ja-se-sente-mais-brasileiro.html
A alegria de Geraldo esconde uma vida difícil. O jogador de 21 anos superou uma infância complicada convivendo com a guerra civil, que vitimou milhares de pessoas, entre eles o seu pai. Sua luta também foi contra a paralisia infantil, que ele contraiu aos dez anos e que muito, por pouco, não o impediu de jogar futebol.
Geraldo se identifica com o Brasil e faz questão de mostrar a paixão pelo novo país (Foto: Gabriel Hamilko)
Devolvido, o jogador apareceu na hora e lugar certo no Coritiba. A fama de goleador de Atletiba já vinha desde 2010, quando marcou pela primeira vez contra o Atlético-PR. Mas, neste ano, na final do Paranaense, ele deitou e rolou. No primeiro jogo da final, ele responsável por empatar o jogo em 2 a 2, impedir a vitória atleticana e ainda garantir a vantagem do empate no segundo jogo. Já na partida final, Geraldo fechou o placar da vitória em 3 a 1 e ajudando o time a ser tetracampeão.
Para confirmar a fama de talismã, Geraldo entrou de novo contra o Atlético-PR e fez o gol que deu a vitória e a liderança do Coritiba no Brasileirão neste domingo.
O brasileiro é um povo muito acolhedor. Isso para mim, fez com que me
identificasse muito. Espero poder construir minha vida aqui"
Geraldo
Tanto que o atacante faz questão de ressaltar esse orgulho pelo novo país até no boné que usou na segunda-feira das entrevistas, com a estampa "Brasil". Geraldo não esqueceu o gingado angolano, comum nas primeiras comemorações dele no Coxa, mas já se rendeu ao gospel brasileiro, ao samba e ao pagode.
- Escuto muito a música gospel, mas também já escutei samba e pagode bastante. Eu gosto de estar com os amigos e família, fazendo um churrasco. Por mais ano que se vive fora do país, dificilmente esquece o estilo de dança, que é algo que nos identifica muito. O Kuduro é uma dança de lá, que é movida no mundo todo.
Mas na hora de escolher uma música para exemplificar a boa fase dele no Coritiba, Geraldo escolhe uma música mais lenta, do cantor Cef (pintor de rua), que mostra o lado romântico do menino angolano que veio se aventurar no Brasil.
- Escolho o Kizomba, um cantor que se chama Cef, a música é pintor de rua. Uma música que dança mais grudadinho assim, bem legal - deu a dica para os brasileiros.
Quando o assunto é comida, Geraldo também deu algumas orientações de pratos típicos da terra natal, que faz ele faz questão de comer quando retorna para a Angola.
Geraldo passou a segunda-feira ocupado com entrevistas para a imprensa (Foto: Gabriel Hamilko)
Mas os quatro anos que ele já está no Brasil fizeram com que ele adotasse o país como a sua segunda casa, sem afastar a possibilidade de morar em definitivo e construir uma vida na América do Sul.
- Adquiri muita coisa. Procurei sempre abraçar a cultura do Brasil, que é boa. O brasileiro é um povo muito acolhedor, principalmente no Coritiba. Isso para mim, fez com que me identificasse muito. Espero poder construir minha vida aqui. O Brasil não será só uma passagem, vai ser minha segunda casa e morarei aqui futuramente - completou.
Com a boa atuação, o próximo foco de Geraldo é conquistar um lugar no time titular do Coritiba. O atacante se reapresenta na manhã desta terça-feira, no CT da Graciosa. O próximo adversário é o Santos, no domingo, às 16h (de Brasília). O duelo será realizado na Vila Belmiro.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/coritiba/noticia/2013/07/angolano-geraldo-vive-melhor-fase-no-coxa-e-ja-se-sente-mais-brasileiro.html
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