Treinador da seleção brasileira de vôlei afirma que foi mal-interpretado na coletiva de imprensa após vitória sobre os EUA, no Rio de Janeiro
Bernardinho orienta seleção durante treino antes da fase final da Liga (Foto: João Gabriel Rodrigues)
- Não foi o que eu disse. As pessoas pegam e repercutem a história. Na coletiva, o treinador americano falou de jogadores mais velhos, se deviam voltar à seleção ou não. Depois, eu citei Giba. Todos os jogadores veteranos adorariam voltar. Eles viveram a seleção. Acho que o Nalbert, que agora é comentarista, também adoraria. Mas não dá mais. Giba brincou. Disse: “Patrão, estou aí”. Mas chega uma hora que não dá mais. Giba não me procurou e disse: “Pelo amor de Deus, deixa eu voltar”. Eu não disse isso. Mas foi o que colocaram na manchete. Giba me procurou depois e eu expliquei que apenas tinha comentado uma brincadeira que ele tinha feito, dando sequência ao que o treinador americano disse - afirmou o treinador.
Após a vitória contra os Estados Unidos, no último sábado, Bernardinho teria dado a entender que Giba pedira para voltar à seleção. O treinador, porém, afirmou que o ex-capitão já não tinha condições de iniciar um novo ciclo olímpico.
- Talvez a gente tenha pecado um pouquinho nas últimas Olimpíadas na questão física. Os jogadores ainda querem, mas o corpo já não responde. Encontrei Giba outro dia depois de muito tempo e ele falou que queria voltar. A gente sabe do seu potencial e que a vontade dele é a maior possível, mas não dá mais, não vai conseguir. Fisicamente, ele não é sobre-humano. É um cara fantástico, um ponto fora da curva, mas chega uma hora que não dá mais – afirmou.
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No dia seguinte, o próprio jogador afirmou que não teria mais condições de defender a seleção brasileira até os Jogos do Rio, em 2016.- Só para deixar claro, os quase 20 anos de seleção foram inesquecíveis, mas agora é a hora da geração do Bruninho & Cia. Sentirei saudades, mas não voltarei para a seleção - disse o ponteiro.
Bernardinho acredita que Giba poderá ajudar o Brasil no caminho até os Jogos, mas fora da quadra. O treinador citou, por exemplo, uma reunião na qual Serginho, que também aposentou sua camisa da seleção, estava presente.
- As portas vão estar abertas para todos sempre, mas alguns não podem mais. Giba vai continuar ajudando. Serginho esteve conosco em uma reunião técnica, entre outros. É difícil que tenhamos um jogador de 40 e poucos anos nas Olimpíadas.
Giba se despediu do time do Brasil com a prata nos Jogos Olímpicos de Londres, no ano passado. O currículo vitorioso do jogador se confunde com o da seleção brasileira. Nas conquistas do ouro em Atenas, do tricampeonato mundial (Argentina 2002, Japão 2006 e Itália 2010) e dos nove títulos da Liga Mundial, só para citar alguns dos feitos mais importantes do vôlei nacional, Giba só não fez parte do grupo que ganhou a Liga Mundial de 1993, em São Paulo, ainda sob o comando de Zé Roberto.
Ele ainda se mantém ativo nas competições entre clubes, apesar de ainda buscar um time para a temporada 2013/14 depois de passar pelo vôlei argentino. No Brasil, porém, Giba já passou o bastão. A responsabilidade de ser o capitão agora é do levantador Bruninho, e a de ser o grande ponteiro da seleção, pelo menos por ora, recai sobre Lucarelli, substituto de Murilo, que se recupera de uma cirurgia no ombro direito.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/07/bernardinho-diz-que-pedido-de-giba-para-voltar-foi-so-uma-brincadeira.html
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