quinta-feira, 20 de junho de 2013

Dor, hematomas e 'molho': campeãs olímpicas sofrem na volta à seleção

Sheilla e Fabi elogiam novatas e revelam saudades da rotina de treinos e competições; Zé espera contar com reforços para o Grand Prix, em agosto

Por Helena Rebello Saquarema, RJ


fabi sheilla Saquarema (Foto: Helena Rebello)Sheilla mostra hematomas no braço esquerdo: sinal da volta aos treinos (Foto: Helena Rebello)

Ao acordar, as dores musculares estavam ali para lembrar o recomeço. Nos braços, hematomas também mostravam que o contato com a bola, afinado por mais de dois ciclos olímpicos, não tinha existido durante as mais longas férias desde as primeiras convocações para a seleção. De volta ao Centro de Desenvolvimento do Vôlei, em Saquarema, nesta semana, Sheilla, Fabi, Fabiana, Natália e Thaísa dão os primeiros passos em sua preparação para o Grand Prix. E sofrem enquanto "ficam de molho" até alcançar o ritmo das novatas que as substituíram neste primeiro semestre.

O descanso após os Jogos de Londres já estava nos planos e se concretizou após uma conversa com o técnico José Roberto Guimarães. O que as campeãs olímpicas não esperavam era que fossem sentir falta tão rapidamente da rotina de treinos e competições. Em um encontro na sede da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), confidenciaram ao treinador que não conseguiam mais ficar paradas. E receberam em troca a confirmação de que eram esperadas de volta para a disputa dos principais torneios da temporada: o Grand Prix, em agosto, o Campeonato Sul-Americano, que garante vaga para o Mundial de 2014, e a Copa dos Campeões, em novembro, que reúne os melhores de cada continente.

Enquanto ainda estavam fora, viram os jogos pele televisão e aprovaram a atuação das novatas. Agora, com um planejamento gradual para recuperarem a musculatura e voltarem a saltar, pretendem ficar à disposição assim que possível. Mas mantêm o pé no chão.

- Foi estranho ficar fora mas, sinceramente, estava preparada para isso. Foi bom para zerar a cabeça, o físico, o joelho, o ombro. Foi muito bom, mas não conseguíamos mais ficar paradas. Dá saudade. Foram dois meses e meio praticamente sem bola, então vai ser algo gradativo. Não tem como falar que vamos estar com tudo já no Grand Prix. A parte física está melhor porque o Zé Elias (preparador físico) já tinha passado para a gente. Mas, na quadra, nada. Estamos muito abaixo ainda das outras meninas – admitiu Sheilla.


vôlei sheilla Saquarema (Foto: Helena Rebello)Sheilla assiste ao treino das novatas: por enquanto, nada de bola para ela  (Foto: Helena Rebello)

No período em que pode se dar ao luxo de dispensar o despertador, Fabi aproveitou para se dedicar aos estudos, voltar ao curso de inglês e assistir a filmes e peças de teatro. Mas, no meio do descanso, também encontrou tempo para assistir a alguns jogos da seleção nos torneios de Montreux e Alassio. Gostou do que viu, inclusive do desempenho de sua substituta na função de líbero, Camila Brait.


fabi sheilla Saquarema (Foto: Helena Rebello)Fabi na musculação no CT de Saquarema: líbero é a mais experiente do grupo(Foto: Helena Rebello)

- Eu estava curiosa para ver o desempenho, ver como ela iria se sair. São quatro anos de convivência muito bacana entre a gente. Dá pra ver que a seleção começou o ciclo bem. Mesmo não tendo muitas jogadoras do ciclo passado dá para ver que as meninas jogaram bem, felizes, tranquilas. O balanço geral foi bem positivo. Mas foi difícil de assistir. É algo novo e é complicado porque muitas são suas amigas. E também não sou uma boa torcedora. Sou daquelas que xinga, reclama. Sou muito exigente, mas também sei quanto reconhecer quando o time vai bem – disse a jogadora, agora a mais experiente do grupo, com 33 anos.

Zé Roberto também ficou satisfeito com o comportamento da jovem equipe que comandou neste semestre, mas espera contar com os reforços em breve. O treinador, no entanto, sabe que precisará esperar até ter as campeãs olímpicas no auge da forma.

- Elas fizeram a parte física durante este tempo, exceto a Fabiana, e isso vai ajudar bastante no desenvolvimento do trabalho, pois não chegam zeradas. Para a estreia no Grand Prix nós temos seis semanas, e vamos ver como elas vão se comportar. Elas ficaram um tempão paradas e isso leva um tempo para a parte específica do jogo. Mas acredito que, daqui a três semanas, elas já estejam em um nível. A gente vai respeitar esse nível padrão que elas estão apresentando. Não vamos pular etapas. Mas conhecendo-as há anos, acredito que, por terem feito essa parte física, isso vai ajudar bastante na readaptação delas.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/06/suor-dores-e-hematomas-campeas-olimpicas-sofrem-na-volta-selecao.html

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