quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ministério cobra R$ 535 mil da CBT, que nega as denúncias de fraude


Entidade máxima do tênis desmente falhas na prestação de contas, mas ressalta que devolverá quantia ao Ministério se parecer final determinar

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo

Em processo que corre desde o início do ano, Ministério do Esporte e Confederação Brasileira de Tênis (CBT) divergem sobre supostas irregularidades na prestação de contas da captação de recursos para eventos da modalidade, como o Grand Champions Brasil, em 2011. Após a comunicação formal do órgão governamental, a CBT apresentou sua defesa, que não foi aceita. Assim, o Ministério exige a devolução de R$ 535.394,70 (valor corrigido). Além disso, a CBT não poderá assinar nenhum outro tipo de convênio no âmbito do Ministério. A notícia foi divulgada pela primeira vez nesta terça-feira pelo portal UOL.

Os pagamentos indevidos listados no parecer técnico são de R$ 40 mil para a montagem de uma quadra com piso sintético - o evento foi realizado em quadras de saibro -, e uma nota fiscal de R$ 400 mil emitida pela promotora Premier Sports Brasil, que recebeu a quantia da CBT, mas não teria pago pelo aluguel das quadras do local. A entidade, então, foi notificada. À época, o presidente Jorge Lacerda se defendeu, prometeu apresentar provas de que não havia irregularidades e até se dispôs a pagar parte do que o Governo cobrava. Ele, no entanto, disse desconfiar da atitude do Ministério.

grand champions 2011 saque e voleio tenis (Foto: Divulgação)Disputa do Grand Champions, em 2011, é um dos pontos de discussão da investigação (Foto: Divulgação)

- É estranho. Não que a gente queira esconder. Tem que se dar o direito de defesa antes de jogar no mercado, como foi jogado. Hoje, a gente arranca como estelionatário, falsificador de nota, para só depois receber uma notificação do Ministério. Quero acreditar que não foi má-fé, mas fiquei preocupado. Tem a lei da transparência, mas tem a lei anterior. Você tem que apresentar primeiro à pessoa. Vamos responder agora dentro do prazo. O risco de a CBT ir para o Siafi -  Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - é zero.

Em nota oficial à imprensa, a CBT voltou a se defender, nesta terça-feira, da acusação de irregularidades na prestação de contas.

- Sobre o evento Grand Champions Brasil, a alegação de existência de “notas frias” ou “fraude” é mentirosa e irresponsável. Todas as notas apontadas são de empresas idôneas, que prestaram o serviço pelo qual foram contratadas. A empresa Premier Sports Brasil é a detentora oficial dos direitos de realização do evento no Brasil  e conhecida internacionalmente no meio do esporte, sendo que, para possibilitar a realização do evento, firmou parceria com a Sociedade Harmonia de Tênis (SHT),  local de realização do evento. Nesta parceria firmada, a Sociedade Harmonia cedia o espaço para a realização do evento à Premier, ou seja, quem tinha o direito de uso de todo o espaço para realização do evento era a Premier Sports, motivo pelo qual a CBT efetuou o pagamento a esta e não à Sociedade Harmonia de Tênis. A área do clube foi cedida com cobrança de contrapartida, não foi cedida gratuitamente. O contrato firmado confirma esta informação - alegou a CBT.

documento carta saque e voleio tenis (Foto: Divulgação)Contrato da CBT com a Sociedade Harmonia, sede do Grand Champions (Foto: Divulgação
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O Ministério, porém, não entendeu assim. Em nota enviada ao GLOBOESPORTE.COM nesta terça, a assessoria confirmou que não aceitou a defesa da CBT e diz preparar uma notificação de cobrança à entidade.

- O Ministério do Esporte está providenciando a notificação de cobrança à CBT, para recolhimento, no prazo de 20 (vinte) dias, do valor de R$ 535.394,70. O ofício de notificação foi encaminhado ao Departamento de Gestão Interna. Assim que for emitido, enviado à CBT e recebido pela entidade, abre-se o prazo de 20 dias para pagamento. Se, após a notificação para restituir os valores, a entidade pagar o devido, o processo será extinto, e a CBT poderá voltar a firmar convênios com o Ministério do Esporte. Em caso de não pagamento, o Ministério do Esporte abrirá Tomada de Contas Especial, a ser realizada no âmbito do TCU (Tribunal de Contas da União). Neste momento, a CBT está impedida de realizar convênios no âmbito do Ministério do Esporte.

A CBT, por sua vez, alega que não recebeu o parecer final do Ministério do Esporte referente ao evento Grand Champions Brasil. Por isso, a entidade afirma que ainda pode firmar convênios com o Ministério. A CBT ainda ressaltou que, caso tenha suas contas reprovadas, cumprirá com
- Não há reprovação de conta alguma da CBT e a mesma não está cadastrada no Siafi, o que a levaria a ficar inabilitada para promover convênios. Ressaltamos que a prestação de contas só termina após todos os mecanismos disponíveis para ela, que inclui a devolução de algum valor, se assim o for determinado.  Por isso informamos que, após o parecer final do Ministério do Esporte, se for detectado que se deva devolver algum montante em relação ao torneio Grand Champions Brasil, a CBT o devolverá, como o deve ser em uma prestação de contas pública.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2013/05/ministerio-cobra-r-535-mil-da-cbt-que-nega-denuncias-de-fraude.html

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