terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Paulinho prevê hostilidade fora do país: 'Vão nos chamar de assassinos'


Volante vê time ainda mais pressionado após a morte de jovem boliviano na estreia da Libertadores, mas promete superação: 'Aqui é tudo mais difícil'

Por Rodrigo Faber São Paulo

Paulinho e Danilo treino Corinthians (Foto: José Patrício / Ag. Estado)Paulinho prevê hostilidade nos jogos da Taça Libertadores (Foto: José Patrício / Ag. Estado)

Se a pressão sobre o Corinthians na Taça Libertadores da América já era grande pelo fato de a equipe ser a atual campeã do torneio, as coisas ficaram ainda mais complicadas após a morte de Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, tragédia que marcou a estreia do Timão neste ano, contra o San José, em Oruro. O volante Paulinho prevê mais hostilidade sobre os jogadores alvinegros nas próximas partidas fora de casa, contra Tijuana, do México, e Millonarios, da Colômbia.

No empate por 2 a 2 com o Bragantino, no último domingo, xingamentos alusivos ao episódio ocorrido na Bolívia já foram ouvidos pela delegação corintiana. Do banco de reservas, Tite se irritou com as cusparadas de torcedores adversários e com as palavras ouvidas – alguns chegaram a chamar os alvinegros de “assassinos”. Ciente das dificuldades que se aproximam, Paulinho prometeu que o elenco superará o triste acontecimento.

– Nós vamos passar por cima disso. Vai ter um sacrifício, porque vamos ser chamados de assassinos. As torcidas adversárias podem falar o que quiser, mas vamos superar. Aqui é tudo mais difícil mesmo. O Corinthians não tem mais nada para mostrar – afirmou o volante.

Nós vamos passar por cima disso. Vai ter um sacrifício, porque vamos ser chamados de assassinos. As torcidas adversárias podem falar o que quiser, mas vamos superar"
Paulinho

A partida desta quarta-feira, contra o Millonarios, às 22h, no estádio do Pacaembu, será com os portões fechados. A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) optou por vetar a torcida do Corinthians por 60 dias, como punição pelo episódio vivido em Oruro. Preocupado com a ausência dos alvinegros nas arquibancadas, Paulinho acredita que a dificuldade da partida aumentará ainda mais.

– Eu nunca atuei com portões fechados, mas deve ser muito difícil. Temos de ganhar esse jogo, que é super importante para nós. Trata-se de um adversário complicado, mas precisamos nos superar – analisou.

Desde a morte de Kevin, os bastidores passaram a dominar o noticiário do Corinthians. O desempenho da equipe no empate por 1 a 1 com o San José foi praticamente deixado de lado, dando lugar ao desenrolar da história envolvendo responsáveis pelo disparo do sinalizador que matou o jovem boliviano. O fato desagrada os jogadores do Timão, ainda que a sequência de cinco empates consecutivos não favoreça o time.

Por isso, Paulinho quer mais ainda o fim do jejum de vitórias na próxima quarta-feira. O volante espera que um triunfo sobre o Millonarios faça com que o foco se volte novamente para o futebol da equipe, campeã da Libertadores e do Mundial de Clubes no ano passado.

– Muita gente está esquecendo os jogos, o futebol em si. É difícil ficar batendo na mesma tecla. Nós (jogadores) procuramos não falar tanto sobre o assunto, porque não queremos nos meter. Isso não é um assunto para nós resolvermos. Devemos passar por cima de tudo e seguir a vida.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2013/02/paulinho-preve-hostilidade-fora-do-pais-vao-nos-chamar-de-assassinos.html

Nenhum comentário: