terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Galo adota traje social para viagens, mas R10 dribla o blazer: 'Odeio!'


Fábio Ferreira, alfaiate da loja responsável pelos ternos, revela os
pedidos especiais dos jogadores durante a confecção das roupas

Por Valeska Silva (*) Belo Horizonte

Todo mundo alinhado no embarque do Atlético-MG para a Argentina. Na chegada da delegação no aeroporto de Confins, no domingo, o que mais chamou a atenção foi Ronaldinho Gaúcho e companhia vestidos com um elegante traje social, encomendado pelo clube a uma sofisticada loja de Belo Horizonte especialmente para as viagens para a Libertadores. Apesar de toda a elegância e de terem postado fotos nas redes sociais, como fez Bernard, alguns jogadores reclamaram da roupa.

- Odeio - disse Ronaldinho na chegada ao aeroporto, com o blazer na mão (veja o vídeo acima).

Bernard também preferia estar vestido de outro jeito.
- Não gostei. Prefiro uma bermuda. Se fosse o caso eu viajava até de chinelo.

atletico-mg viajgem argentina (Foto: Reprodução)Foto postada por Bernard em uma rede social
(Foto: Reprodução / Twitter)

A ideia do 'polêmico' traje foi da diretora-executiva do Atlético-MG, Adriana Branco, que, acompanhada do supervisor de futebol Carlos Alberto Isidoro, foi pessoalmente à Villa Vittini, localizada na região Sul de Belo Horizonte, escolher os trajes dos jogadores e da comissão técnica. Enquanto para os atletas a opção foi de um blazer claro com camisa social, calça jeans e sapatos pretos (preço total de R$ 1.860), a comissão técnica - inclusive os seguranças - ganharam um elegante terno com sapatos sociais (cerca de R$ 2 mil). Tudo com o escudo do clube bordado. Mas, atenção atleticanos fanáticos! A loja não dispõe da roupa em estoque, não há para vender. Nem a gravata preta listrada de branco, criada exclusivamente para o clube.

Traje de viagem dos jogadores do Atlético-MG (Foto: Valeska Silva / Globoesporte.com)Traje de viagem dos jogadores do Atlético-MG (Fotos: Valeska Silva / Globoesporte.com)

O alfaiate Fábio Ferreira Lima foi o responsável por tirar as medidas dos jogadores e dos integrantes da comissão técnica. Precisou ir quatro vezes à Cidade do Galo durante a pré-temporada para concluir o trabalho. E enfrentou a cara desconfiada de uns e a dificuldade de fazer a roupa para outros.

- Ronaldinho não reclamou diretamente, não foi incisivo, mas ficou com a cara ruim. Era nítido que ele não estava satisfeito. Foi logo me dizendo que não usa nada apertado: 'Só uso roupa larga'. E eu perguntei como ele gostava. Quando levei a primeira vez, a roupa ficou mais certa e ele não gostou. Peguei uma calça e fiz mais do que jeito que ele queria. Já o Bernard vestiu e gostou na hora, mas depois pediu para dar uma acinturada no blazer. Mais difícil foi do Jorginho, segurança, que tem 1m20 de cintura e quase 80 centímetros de coxa!

E Jorge Fraga, o Jorginho, suou muito na estreia da roupa nova.

Traje de viagem da comissão técnica do Atlético-MG (Foto: Valeska Silva / Globoesporte.com)Comissão técnica: gravata e palmilhas exclusivas

- Justamente hoje (domingo), em que tive um grande trabalho para conter os torcedores na chegada do Ronaldinho, é que começamos a trabalhar de terno. Estou todo molhado de suor. Mas faz parte. É o meu trabalho.
Apesar do calor que fazia no dia do embarque, o goleiro Victor e o volante Pierre (que é cliente da loja) aprovaram o 'look'.

- Meio quente né, a gente não está acostumado. É diferente do que torcedores estão acostumados a ver. E a gente também. Mas é legal - ressaltou Victor.

- Está muito calor e estamos suando bastante. Mas ficou bonito este uniforme - elogiou Pierre.

Fábio e um dos proprietários da loja, Gustavo Nogueira, garantem que não ficaram chateados com as críticas dos jogadores. Para eles, é tudo questão de costume.

- É diferente para eles. Penso que se fosse uma roupa para usar no dia a dia, de ir para a balada, mas ele está indo para um jogo, mas está viajando, a imagem dele é uma coisa muito importante. Não fiquei triste - contou Fábio.
- Acho que foi um gesto de vanguarda do Atlético-MG. Falta sensibilidade dos clubes ao lidar com a imagem. Lá fora, isso é comum. O Milan, por exemplo, usa Armani (famosa grife italiana) - comparou Gustavo Nogueira.

Apesar da roupa nova de viagem, na Argentina o time treinou de uniforme velho, ainda do antigo fornecedor.

(*) Colaborou Fernando Martins Y Miguel

Fábio Ferreira, alfaiate da loja que criou os trajes do Atlético-MG (Foto: Valeska Silva / Globoesporte.com)Fábio Ferreira e as exigências dos jogadores: calça larga e blazer acinturado

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