A CRÔNICA
por
Fernando Martins Y Miguel
Os gols foram de Neto Berola e Mancini, para o Galo, e de Felipe Amorim, que garantiu a classificação goiana aos 40 minutos do segundo tempo. Com a vaga garantida, o Goiás manteve a escrita de nunca ter sido eliminado pelo time mineiro em mata-matas. Agora são quatro triunfos verdes na Copa do Brasil (em 1989, 1990, 2001 e 2012), e mais dois na Copa Sul-Americana (em 2004 e 2009).
Nas quartas de final, o Goiás agora aguarda o vencedor de São Paulo e Ponte Preta. A Macaca venceu na ida, em casa, por 1 a 0. Mas, antes, o time do Centro-Oeste volta suas atenções para o estadual. Domingo, joga a primeira partida da decisão contra o Atlético-GO, às 16h (de Brasília), no Serra Dourada. No mesmo dia e horário, o Atlético-MG também faz o primeiro duelo da final de Minas contra o América-MG, novamente no Independência.
Início fulminante
Uma atmosfera mágica. Depois de quase dois anos longe dos gramados de Belo Horizonte, devido à reforma do Mineirão, a torcida estava em êxtase. Nem tanto pelo futebol apresentado pelo Atlético-MG nos últimos jogos, mas pelo sonho realizado de o time jogar em casa num autêntico caldeirão.
A missão era difícil, mas metade do caminho foi percorrida logo aos seis minutos, com a aposta do técnico Cuca. Neto Berola, que substituiu Guilherme, contundido, recebeu belo lançamento de Marcos Rocha, e em condição duvidosa só teve o trabalho de tocar na saída de Harlei.
O barulho ensurdecedor da torcida atleticana parecia que havia deixado o time do Goiás atordoado. Com a proposta de se defender e sair nos contra-ataques, o time esmeraldino não conseguia conectar as jogadas na frente.
O Galo seguia perdendo grandes chances com Berola e André. Mas o autor do gol teve que deixar o campo mais cedo: sentiu uma fisgada na coxa direita e deu lugar a Escudero. E foi o argentino o protagonista do lance do pênalti. Ele foi puxado por Peter na área, e o meia Mancini cobrou no meio do gol para levar a torcida à loucura.
Equilíbrio e quase lambança da arbitragem
Depois do segundo gol, o Goiás acertou o posicionamento e passou a levar perigo ao time da casa. O meia Ramon teve duas chances de acabar com a alegria atleticana, mas finalizou mal na primeira e parou nas mãos de Giovanni na segunda.
Com o equilíbrio nas ações ofensivas, coube ao árbitro Márcio Chagas da Silva roubar a cena numa situação inusitada. Réver recuou bola para Giovanni com o peito, mas o árbitro, de forma equivocada, deu recuo de bola e amarelou o defensor. Chamado pelo assistente Altemir Hausmann e pelo quarto árbitro Emerson de Almeida Ferreira, Márcio voltou atrás e anulou todo o lance, dando bola ao chão. A decisão foi comemorada como um gol pela torcida do Galo, já que a falta levaria grande perigo.
Depois da confusão, o Goiás teve outra chance de diminuir. Thiago Mendes recebeu ótimo passe e na cara de Giovanni tentou tocar por cobertura. Porém, faltou muita categoria, e a bola foi nas mãos do arqueiro.
Gol no fim e escrita mantida
O segundo tempo começou com a substituição de Richarlyson por Triguinho. Apesar de ser um lateral por outro, o substituto tem características mais defensivas. Mas a mudança não mudou o estilo do Atlético-MG, que aos três minutos teve outro gol anulado. André aproveitou rebote de Harlei, e também em condição duvidosa mandou para as redes. O auxiliar já havia parado o lance.
Mas diferentemente do primeiro tempo, o Goiás não ficou acuado em seu campo e chegou com perigo duas vezes seguidas. Na primeira, o experiente Iarley invadiu a área, mas bateu cruzado para fora. Em seguida, Felipe Amorim cruzou da direita e a bola sobrou limpa para o artilheiro Ricardo Goulart. O centroavante teve tempo para ajeitar o corpo, mas mandou por cima do gol.
Os gols perdidos provocaram reação de Enderson Moreira, que aos 15 minutos fez duas substituições de uma vez. Saíram Iarley e Peter para as entradas de Wallison e Vítor. Estranhamente, mesmo com o resultado adverso, o comandante do esmeraldino colocou dois jogadores de defesa. Na saída, o experiente Iarley mostrou descontentamento com a substituição.
Mas as alterações deram mais poder ofensivo ao Goiás, que passou a incomodar a defesa e o goleiro Giovanni, que até com o rosto evitou um gol certo. Preocupado com o que via, Cuca resolveu fazer sua última alteração e tirou o meia Mancini para colocar o volante Serginho.
Com as alterações, o jogo se equilibrou, mas o Goiás levava mais perigo ao gol de Giovanni. Numa cabeçada, Rafael Toloi quase marcou. Mas um minuto depois a bola encontrou as redes de Giovanni. Felipe Amorim aproveitou falha de Triguinho, driblou o lateral e bateu rasteiro, no canto esquerdo de Giovanni, que deixou a bola passar entre ele e a trave, aos 40. Com um gol fora, o esmeraldino garantiu a classificação.
Completamente atordoado, o Atlético-MG tocou a bola e tentou pressionar, mas nem a torcida ajudava, já que a cada toque na bola o caldeirão passou a jogar contra, com muitas vaias. Fim de jogo e drama atleticano no retorno ao Independência e a Belo Horizonte.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/jogo/copa-do-brasil-2012/03-05-2012/atletico-mg-goias.html
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