sábado, 14 de abril de 2012

Inspirado no faroeste, Brinner exibe jeitão de líder, mas não se diz 'xerife'

Titular do Botafogo pela primeira vez neste domingo, zagueiro ganhou, a pedido do avô, o nome de famoso ator de filmes de 'bangue-bangue'

Por André Casado Rio de Janeiro

Quando o filho de Cleuza Maria e Carlos Henrique estava para nascer, em 1987, na cidadezinha mineira de Lavras, a morte de um dos ídolos de seu João Vicente, avô materno, ainda era recente. A pedido dele, como homenagem ao lendário ator russo (naturalizado americano) Yul Brynner (1920-1985), o zagueiro titular do Botafogo no domingo, contra o Boavista, foi batizado com nome similar. Agora, na grande chance da carreira, Brinner quer orgulhar ainda mais a família provando que o sucesso nas telas de cinema pode, sim, ser transportado para o futebol.
- Ainda bem que não virei Yul, né? - diverte-se o jogador, que rejeita o rótulo de xerife, tantas vezes interpretado pelo astro de Hollywood, mas destaca-se pelos gritos e liderança nos treinos.

arte Brinner caubói (Foto: arte Esporte) Brinner ostenta a estrela solitária com seu distintivo na zaga (Foto: André Casado / Montagem Arte Esporte)
- Não tem isso, não, só acho que quem está jogando na defesa tem uma visão completa do jogo. Se percebo que posso falar algo para orientar um companheiro, eu faço - explica.

Torcedor do Vasco, seu João Vicente gostava de futebol, conta o neto. Mas não chegou a vê-lo se profissionalizar, já que faleceu há dez anos. O programa favorito dele, no entanto, era acompanhar os filmes de faroeste, que dominaram grande parte do mercado da sétima arte no meio do século passado, com James Stewart, John Ford, Henry Fonda, entre outros.

- É uma das minhas maiores lembranças. Assistia a muitos filmes assim, mas prefiro comédia ou ação atualmente. Sei quem é o ator, vi imagens e só. Acho legal minha mãe ter dado o privilégio de ele indicar. Éramos próximos e tenho certeza de que, onde estiver, meu avô, que também era meu padrinho, está torcendo muito por mim neste momento - disse Brinner, que substituirá 
Antônio Carlos, preservado para a semi da Taça Rio por ter dois cartões amarelos.

Yul Brynner participou de produções importantes como "Os Dez Mandamentos" (1956) e "O Rei e Eu" (do mesmo ano), pelo qual ganhou sua única estatueta do Oscar. Mas foi a série Sete Homens e Um Destino que o alçou definitivamente a um dos grandes nomes do gênero tratado à época como "bangue-bangue".

Montagem Brinner e Yul Brynner (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)Brinner e Yul Brynner: parecidos só no estilo de
liderança (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)
Quem assumiu o posto de parente mais coruja, posteriormente, foi a avó, dona Aládia, que não sai da frente da televisão à espera de imagens de seu zagueiro predileto, ex-Paraná Clube, de 1,89m.

- Todo jogo ela está atenta, agora meio impaciente porque não estou jogando (risos). Mas se informa sobre o que acontece comigo e sempre estamos em contato. Em uns 15 dias virá para o Rio passar um tempo e vamos matar as saudades - prevê Brinner.

Em campo, a referência ao Velho Oeste que sobra é apenas a estrela solitária, o distintivo brilhante que o jogador espera honrar ao sair vencedor no duelo, na bola, com os atacantes rivais, em São Januário.

FONTE:
 http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2012/04/inspirado-no-faroeste-brinner-tem-jeitao-de-lider-mas-nao-se-diz-xerife.html

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