sexta-feira, 2 de março de 2012

'Baixinha' do Mackenzie comemora boa fase e vira paredão na Superliga


Aós quase dois anos convivendo com lesões, Ingrid, oposta do time mineiro, tem melhor aproveitamento nos bloqueios e é a terceira maior pontuadora

Por Danielle Rocha Rio de Janeiro

Ingrid, Mackenzie 1 (Foto: João Hélio Andrade / Divulgação / Assessoria Mackenzie)Ingrid é a terceira maior pontuadora do torneio
(Foto: João Hélio Andrade / Divulgação)

Por um bom tempo, aqueles centímetros a mais, que a faziam destoar das amiguinhas de sua idade, levaram Ingrid a acreditar que passaria fácil, fácil do metro e oitenta. O que endossaria a escolha de ganhar a vida nas quadras, feita aos 14 anos. Até que veio o freio. Não passou de 1,78m, virou baixinha para o vôlei e teve de se acostumar a mostrar que a "pouca" altura não deveria ser sinônimo de limite. Nem ela, nem as lesões. Por quase dois anos, mal curava uma e já se via sofrendo por outra. Quando o corpo deu uma trégua e Ingrid resolveu aproveitar. E bem. Aos 23 anos, a oposta do Mackenzie é a terceira maior pontuadora da Superliga (279 pontos) e se diverte com o fato de ser a dona do melhor aproveitamento nos bloqueios (184 ações e 34,78 de sucesso). Na sua cola está Adenízia, do Osasco.

Nesta sexta-feira, Ingrid estará em ação contra o Macaé, às 20h, em Belo Horizonte.
- Eu gosto de bloquear e é a primeira vez que lidero as estatísticas nesse fundamento. Só que eu nunca imaginei que ficaria em primeiro até pelo tamanho. Acho que ninguém e espera. E as meninas acham que vão passar pela baixinha e ficam bravas quando não conseguem. Se tem um segredo para isso, eu não sei. Sempre tive uma impulsão muito boa e percebi que podia pular alto no bloqueio em fotos, nos tempos de seleção. Então, passei a trabalhar muito isso, sem aquele preconceito de ser pequena  - disse.

Aos olhos das adversárias, Ingrid tem se agigantado. Fecha a porta para várias, mas evita apontar aquela que mais gosta de parar. Prefere falar daquela que costuma ser um problema para encarar, quando é ela quem está com a missão de colocar a bola no chão: Thaísa. A meio de rede do Osasco, campeã olímpica em Pequim-2008, tem o que chama de "bloqueio perfeito, daqueles que engolem". Mas quando o assunto é espelho, o nome de Soninha é pronunciado sem titubear. A ponteira de 34 anos do Sesi, já tem 300 pontos na conta e está no topo da lista.

- Ela é uma jogadora muito boa. Tem todos os golpes e a experiência. Se eu chegar à idade dela jogando dessa maneira, vou ficar muito feliz!

vôlei ingrid mackenzie (Foto: Pedro Vilela / Vipcomm)Oposta do Mackenzie foi campeã mundial juvenil em 2007  (Foto: Pedro Vilela / Vipcomm)

Vai ficar mais ainda, se conseguir voltar a defender a camisa do Brasil. A última vez foi em 2007, quando a seleção que também tinha Natália e Camila Brait, voltou da Tailândia com o título mundial juvenil na bagagem. Guarda na lembrança o companheirismo e a concentração daquele grupo. Lembra também de como foi difícil fazer parte dele.

- Muito se falava que eu seria convocada, mas que não tinha o tamanho ideal. Um limite era colocado antes mesmo de verem jogar. Foi complicado. Eu acho que tamanho não é problema. O que você tem que ter é dedicação e querer. E eu quero muito voltar a defender a seleção. Estou trabalhando para tentar entrar na lista este ano. Não sei se vai dar para ficar entre as 12 olímpicas, mas gostaria de poder treinar com elas. Acho que o bloqueio é um ponto forte, eu pontuo e estou bem na defesa. O foco é este.
A confiança de hoje é a de quem por quase dois anos passou por um período de dúvidas. Culpa do braço, do ombro, que teve de ser operado, e de uma entorse no pé. Tudo em sequência. Com o apoio da família, o momento turbulento passou.

- Eu me perguntava o motivo de aquilo estar acontecendo logo na minha melhor fase. Tinha tudo para crescer e fiquei para baixo. Sabia que ia passar, porque tinha visto outros atletas superarem cirurgias e jogarem melhor na volta. Mas foi muito difícil... Na temporada passada, por causa do pé, eu entrava só para sacar. A conversa com os pais ajudou muito. São muito sinceros e os meus maiores críticos também. Eles me colocaram para cima e sempre acreditaram em mim.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2012/03/baixinha-do-mackenzie-comemora-boa-fase-e-vira-paredao-na-superliga.html

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