sábado, 6 de agosto de 2016

Parceria forçada não funciona, e lenda indiana dá adeus à sétima Olimpíada



OLIMPÍADAS RIO 2016

TÊNIS



Bopana desejava disputar Jogos com outro parceiro, mas teve que aceitar formar dupla com o veterano Paes; má relação entres os dois termina com eliminação




Por
Rio de Janeiro



Leander Paes e Rohan Bopanna pouco falaram em quadra. À exceção de algumas combinações de saques, passaram boa parte da uma hora e 24 minutos em silêncio. Verdade que vibraram juntos uma única vez, ao quebrar o saque dos poloneses Lukasz Kubot e Marcin Matkowski no quinto game do primeiro set. A má relação entre os indianos, afetada pelo desejo de Bopanna de disputar a Rio 2016 com outro parceiro, contribuiu para a derrota por 2 sets a 0, parciais de 6-4 e 7-6 (6), logo na primeira rodada do torneio de tênis. Ao evitar o assunto, Paes, 43 anos, uma lenda do esporte, com sete edições dos Jogos no currículo, 18 títulos de grand slams, medalha de bronze em Atlanta 1996 (diante do brasileiro Fernando Meligeni) e muitas intrigas com compatriotas, se recusou a dar adeus às Olimpíadas.  

Leander Paes e Rohan Bopanna tênis índia olimpíada rio 2016 (Foto: AP Photo/Charles Krupa)
Leander Paes e Rohan Bopanna foram forçados 
a disputar a Rio 2016 juntos (Foto: 
AP Photo/Charles Krupa)


- Mesmo com a eliminação, vou curtir a Olimpíada do Rio. Posso competir mais sim, mas ainda vou pensar e decidir. É importante ter o número, mas eu queria mesmo era ir mais longe na competição. Se ganha e se perde. Fico feliz, ao menos, de ter representado o meu país da melhor maneira possível - disse Paes, o único tenista com presença em sete eventos desse porte.  

A dupla preferiu não falar dos problemas enfrentados antes de chegar ao Brasil. É algo antigo. Em Londres 2012, a associação indiana de tênis quis reunir Paes a Mahesh Bhupathi, na tentativa de recriar primeira a dupla a chegar a quatro finais do Grand Slam em uma temporada, em 1999. À epoca, Bhupathi jogava com Bopanna e se recusou a treinar com o veterano. Paes acabou atrelado ao desconhecido Vishnu Vardhan. Bopanna, nesta temporada, anunciou que preferia jogar no Rio com Saketh Myneni, seu parceiro de Copa Davis. Os dirigentes, porém, ao alegarem a prospecção de medalhas, determinaram que a dupla deveria ser com Paes. Ele concordou, mesmo contrariado temendo ser punido, com a exclusão da competição como ocorrera no passado.  


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- Creio que fizemos uma boa apresentação. Tivemos as nossas chances, mas não aproveitamos  disse um político Bopanna.  

Mesmo que Paes, cuja primeira aparição foi em Barcelona 1992, tenha se recusado a dar adeus definitivamente aos Jogos, a pergunta que fica é: alguém vai querer jogar com ele em Tóquio 2020? Ele terá 47 anos. Ele credita sua longevidade no esporte à equipe que o acompanha: um mestre de ioga, um preparador físico e um treinador.


O jogo  
Leander Paes e Rohan Bopanna começaram melhor. No quinto game do primeiro set, quebraram o saque adversário. Porém, não confirmaram na sequência. Quebras se alternaram até os poloneses confirmarem no 5-4.

Os indianos erraram muito. Foram 35 erros não forçados, contra 23 dos poloneses, que tiveram 69% de aproveitamento no primeiro saque. Com um pouco mais de equilíbrio no segundo set, que foi ao tie-break, mantiveram o ritmo. Chegaram a abrir 5 a 1 no desempate. E só administraram a vantagem para fechar a partida.

Lukasz Kubot e Marcin Matkowski tênis polônia olimpíada rio 2016 (Foto: AP Photo/Charles Krupa)
Lukasz Kubot e Marcin Matkowski aproveitaram 
desentendimento indiano e avançaram (Foto: 
AP Photo/Charles Krupa)



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