OLIMPÍADAS RIO 2016
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Jovens brasileiras têm atuação segura e também conseguem finais individuais
Por Amanda Kestelman, João Gabriel Rodrigues e Marcos Guerra
Rio de Janeiro
(OBS. DO BLOG:
ASSISTA OS VÍDEOS CLICANDO
NO LINK DA FONTE NO FINAL
DA MATÉRIA ABAIXO)
Equipe do Brasil encantou a Arena Olímpica
(Foto: Getty Images)
Como
não se encantar com Flávia Saraiva? Uma baixinha de 1,33m que salta com
firmeza em uma trave de 10 cm de largura. Como não se impressionar com
Rebeca Andrade? Uma jovem completa, que voa no salto, no solo, nas barras, na trave... Como não aplaudir
Jade Barbosa,
Daniele Hypolito
e Lorrane Oliveira? Três guerreiras que colocam para trás lesões ou as
barreiras impostas pelo tempo.
A Arena Olímpica do Rio de Janeiro viu as
cinco formarem a melhor equipe olímpica do Brasil neste domingo. Um
grupo de meninas que cativou torcida e árbitros com apresentações
seguras. Com 174,054 pontos, o time anfitrião garantiu um lugar entre as
oito equipes na final da Olimpíada. Após quatro das cinco subdivisões,
ocupa o quinto posto.
O show teve duas grandes estrelas
nesta tarde. Rebeca Andrade mostrou que é completa, cravou tudo, somou
58,732 pontos e, àquela altura, assumiu a liderança da disputa do
individual geral, à frente de russas e chinesas. Faltavam os EUA, porém.
Mais tarde, Simone Biles, Alexandra Raisman e Gabby Doulgas tomaram a
dianteira.
- Fiquei muito feliz. Meus treinadores sempre
acreditaram que um dia, em uma Olimpíada, eu pegasse final do individual
geral. Claro que eu acreditava, mas não tanto quanto eles. Agora sei
que posso, é querer mais e mais - disse Rebeca.
Rebeca Andrade está liderando classificatória
da ginástica (Foto: Mike Blake/Reuters)
E
Rebeca deve ter a companhia de Flávia Saraiva na decisão do individual
geral. Com 56,532 pontos, a Pequena Notável se colocou na sétima posição
àquela altura. Agora está na 12ª colocação do páreo e dificilmente fica
fora do top 24. A grande aposta da baixinha, porém, é a trave. Ela
encantou no aparelho, com uma série precisa e ousada. Os 15,133 a
levaram para a primeira colocação naquele momento, à frente de chinesas e
da romena Catalina Ponor, campeã olímpica do aparelho em 2004. Depois,
também perdeu o posto para as americanas. Simone Biles, com 15,633, e
Lauren Hernandez, com 15,366, assumiram os primeiros lugares e
empurraram Flavinha para a terceira posição.
-
Foi uma emoção muito grande, porque foi mina primeira
Olimpíada e no meu país. Eu não fiquei muito nervosa, porque estava muito bem
treinada. Estava concentrada. Deu tudo certo. Eu não quero colocar muita
expectativa na trave. Estou tentando fazer o meu melhor. Se eu conseguir uma
medalha vai ser uma alegria muito grande - disse Flavinha.
Grandes
favoritas no Rio, as americanas certamente tirariam as duas brasileiras
do posto de líderes no individual geral e na trave. Mas nada que
diminua o feito das duas estreantes olímpicas. Por pelo menos algumas
horas, Rebeca foi a ginasta mais completa do mundo, e Flávia, a número 1
na trave.
Flávia Saraiva brilhou no solo e principalmente
na trave, assumindo a liderança do aparelho
(Foto: Julio Cortez/AP Photo)
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TRAVE
Equilíbrio
é o que é preciso na trave, e isso a Flavinha tem de sobra. A baixinha
não tremeu por ser sua estreia olímpica aos 16 anos, por começar já em
seu aparelho mais forte, aquele em que era apontada como candidata ao
pódio. A Pequena Notável encantou com uma série incrível, praticamente
perfeita. A nota de 15,133 coroou a apresentação e colocou a ginasta na
liderança do aparelho. Foi o ápice de uma grande passagem do Brasil pela
trave..
Antes
de Flavinha, Daniele já havia conseguido 14,266 e Rebeca, 14,200. Jade
teve um desequilíbrio, mas os 13,600 foram descartados na nota da
equipe. Com 43,559, o Brasil se colocou como o melhor grupo na trave, à
frente até de China e Rússia.
SOLO
Daniele Hypolito se apresenta no solo, ao som de Anitta (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
O
solo do Brasil ganhou o ritmo de Beyoncé. Rebeca Andrade guardou um
elemento inédito para a final individual geral, mas ainda assim rendeu à
ginasta 14,033 pontos
(assista ao vídeo abaixo).
A mesma nota de Flavinha, que mais uma vez cativou com seu solo.Jade
conseguiu 13,733 para descartar os 12,400 de Daniele Hypolito. Ao som de
Anitta, a veterana do grupo sofreu uma queda e pisou fora da área.
Diante da câmera, ela pediu desculpas à Arena Olímpica. Nem precisava.
Todos aplaudiram a ginasta por seu esforço e sua trajetória em mais de
uma década à frente da equipe brasileira. O Brasil esperava mais do que
os 41,799 pontos no solo, mas nada que diminuísse a empolgação das
anfitriãs da Rio 2016.
SALTO
Era
a hora de voar no salto, o aparelho mais forte do Brasil. Uma a uma,
Lorrane (14,833 pontos), Flavinha (14,633) e Jade (14,900) abriram o
caminho para Rebeca Andrade. Essa, sim, não tem medo de voar. Pela
primeira vez depois da lesão grave no joelho do ano passado, a ginasta
apresentou um Amanar em competição, um dos saltos mais difíceis do
código de pontuação
O resultado do voo com aterrissagem quase perfeita foi a maior nota do Brasil no dia: 15,566.
Ela
só não vai disputar a final do aparelho por não ter tentado um segundo
voo, necessário para quem quer brigar por medalha no salto. Preferiu
focar na disputa do individual geral. Com 45,299, mais uma vez o Brasil
foi o melhor em um aparelho.
BARRAS
Só
faltava o histórico calcanhar de Aquiles, as barras assimétricas.
Lorrane tratou logo de tirar a pressão com uma série segura e a nota
14,158. Jade vibrou muito e pôde abrir o sorriso após cravar a saída:
14,266
(assista ao vídeo abaixo). Rebeca
também cravou e festejou os 14,933 que a colocou na liderança do
individual geral. Flavinha falhou, caiu, mas a nota 12,733 foi
descartada. Com 43,357 pontos no aparelho, o Brasil já havia encaminhado
a vaga na final por equipes.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/ginastica-artistica/noticia/2016/08/flavinha-e-rebeca-brilham-e-lideram-o-brasil-que-encaminha-vagas-em-finais.html
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