sexta-feira, 25 de março de 2016

Natália cresce, freia Osasco, e Rio força novo duelo por vaga na decisão

Paulistas saem na frente, mas cariocas viram e empatam a série no ritmo da ponteira. Lugar na final será definido na próxima segunda-feira, às 18h30, no ginásio do Tijuca




Por
Rio de Janeiro




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Durante toda a semana, Natália reviveu cada um de seus erros. Passou, como se fosse um filme em looping eterno, cada bloqueio sofrido diante das maiores rivais. Ao entrar na quadra do ginásio do Tijuca nesta sexta-feira, quis usar as falhas como combustível. Primeiro, porém, veio o susto. Do outro lado, o Osasco mostrava ainda mais força do que antes. Mas, na marra e no talento, a ponteira conseguiu fazer o Rio se impor. Atacou, defendeu, vibrou e levou a equipe de Bernardinho à vitória por 3 sets a 1, parciais 21/25, 25/22, 25/23 e 25/16 . Com o triunfo, as cariocas empatam a série em busca de um lugar na decisão da Superliga feminina.

As duas equipes voltam a se enfrentar na próxima segunda-feira, às 18h30, novamente no ginásio do Tijuca. Quem vencer garante a vaga na decisão contra Praia Clube ou Minas, que disputam a outra semifinal.

Natália ataca em duelo entre Rio de Janeiro x Osasco - Superliga Feminina de Vôlei (Foto: André Durão)
Natália voa contra bloqueio de Osasco 
(Foto: André Durão)


Ao tentar levar o Rio ao limite durante todo o jogo, Natália se destacou. Mas não jogou sozinha. Roberta, levantadora reserva durante quase toda a temporada, entrou quando o Osasco dominava a partida e mudou a partida. Juciely, no ataque, também foi fundamental. Do outro lado, Dani Lins tentou guiar o time paulista à decisão, mas viu a equipe perder a força no fim. Thaisa mostrou força em vários momentos da partida, mas não foi o suficiente para mudar o resultado final.

- Eu tinha certeza que nosso time não ia deixar barato para elas. Depois que a gente fez uma temporada tão boa, não merecia um final desses. Depois que a gente perdeu o primeiro set, com a força do grupo, com a torcida levando a gente para cima, foi fundamental. Agora, é baixar os ânimos, os hormônios, tudo o que está deixando a gente doida e pensar no jogo de segunda - afirmou Natália.
Do outro lado, Dani Lins lamentou os erros em excesso da equipe do Osasco.

- A gente vacilou muito. Deixou elas abrirem muitos pontos. E, quando abrimos, vacilamos e deixamos elas virarem. Erramos muito, não podemos. E vamos consertar para o próximo jogo.

Carol grita de felicidade após fazer o ponto da vitória do Rio de Janeiro sobre o Osasco pelas semifinais da Superliga Feminina de Vôlei (Foto: André Durão)
Carol grita de felicidade após fazer o ponto 
da vitória do Rio de Janeiro (Foto: 
André Durão)


O JOGO

Foi Carcaces quem mandou a bola ao chão pela primeira vez. O início, porém, foi equilibrado. Thaisa tentou o ataque pelo meio, mas Rio mostrou força na defesa. Na sequência, Natália mandou uma pancada e abriu 4/2, incendiando a torcida. Monique acertou belo saque e marcou ace, obrigando Osasco a pedir seu primeiro tempo. Rio se mostrava mais atento, mas as visitantes diminuíram em largadinha sensacional de Dani Lins.

Mas, quando parecia que Osasco iria equilibrar as coisas, o Rio voltou a disparar: 8/4, em bloqueio de Natália com o rosto. As visitantes, no entanto, foram buscar e empataram em ponto de Thaisa. O jogo, então, ganhou em rapidez e vibração. O time de Bernardinho já não conseguia disparar no placar. O novo empate veio com Ivna, explorando o bloqueio. Na sequência, Carcaces colocou as paulistas pela primeira vez à frente no jogo: 12/11.

Depois de uma primeira partida marcada por reclamações contra a arbitragem, a primeira polêmica da noite veio em bloqueio de Thaisa. O juiz central disse que a bola foi para fora, mas o árbitro de linha deu ponto para as paulistas, irritando Bernardinho (veja no vídeo). Muito bem na defesa, Osasco cresceu e abriu três pontos, depois de Ivna explorar bloqueio das cariocas: 18/15. Com uma pancada, Monique tentou fazer o Rio voltar à partida. Natália, no saque, fez a diferença cair para dois pontos (21/19). Mas a parcial era mesmo de Osasco. Em bola para fora de Lorenne, as paulistas fecharam em 25/21.


VÔLEI - rio de janeiro x osasco - Dani Lins (Foto: João Net / FotoJump)Dani Lins tentou levar Osasco à vitória (Foto: João Net / FotoJump)


O Rio precisava voltar ao jogo. Carol, com uma pancada pelo meio, abriu o placar no segundo set. Em nova largadinha, porém, Dani Lins deixou tudo igual. O ritmo de Osasco se manteve o mesmo: abriu 4/1 e forçou Bernardinho a pedir tempo. Do outro lado, as cariocas erravam muito, dando espaço para as paulistas tomarem conta do jogo. Depois de erro de recepção à beira da rede, as visitantes já venciam por 6/2, vantagem que logo aumentou após bloqueio de Ivna. Rio chegou a encostar, mas a vantagem no primeiro tempo técnico era das paulistas: 8/5.

Mas as donas da casa não estavam mortas. Na empolgação de Natália e Carol, o Rio diminuiu a vantagem para apenas um ponto. O empate veio depois de um rali sensacional, finalizado em bloqueio de Carol e Roberta em ataque de Adenízia. O jogo, àquela altura, era todo emoção. Não havia bola perdida para nenhum dos dois lados. Incomodado com a posição de auxiliar, Luizomar tentava se segurar no banco de reservas. Bernardinho, por sua vez, tentava mexer com o ânimo de suas jogadoras.

O técnico do Rio, aliás, não estava nada feliz com a arbitragem. Em deixadinha de Thaisa, Bernardinho pediu bola fora, mas o árbitro de linha marcou ponto para o Osasco (16/15). Irritado, o treinador jogou a bola em cima do juiz e levou cartão amarelo (vídeo). O Rio, no entanto, conseguiu virar e abrir dois pontos de vantagem, forçando o pedido de tempo do outro lado.

Com Juciely no saque, Rio disparou no placar. Fez 22/17, depois de dois toques de Dani Lins em levantamento. O Osasco respirou com dois pontos em sequência, mas o Rio chegou ao set point com Carol. As paulistas ainda lutaram, mas o Rio fechou em bloqueio de Carol: 25/22. 

Dani Lins abriu o terceiro set com mais uma largadinha. Carol mandou uma pancada para deixar tudo igual. Foi um início equilibrado, marcado por nova reclamação contra a arbitragem, depois de bola para fora de Thaisa, que pediu desvio. Em bloqueio sobre Ivna e em cortada de Natália após erro do Osasco, o Rio abriu 6/3, empolgando sua torcida.

O Osasco, então, se perdeu. A defesa, tão sólida no início, já não funcionava tão bem. Rio, então, aproveitou para disparar. Abriu 8/3 e foi para a primeira parada técnica com boa vantagem. As paulistas tentaram reagir com Gabi, que passou a aparecer mais para o jogo. Adenízia brilhou no bloqueio, e a diferença caiu para apenas um ponto (10/9). O empate veio com Carcaces, e a virada em erro das rivais.

Foi quando Thaisa passou a desequilibrar. Marcou três pontos em sequência e incendiou a torcida paulista. A cubana Carcaces marcou mais uma vez, e as visitantes já tinham 16/12 no placar. Gabi tentou recolocar as cariocas no jogo, e Bernardinho voltou com Courtney na inversão 5 por 1. A diferença caiu para apenas um ponto, mas Ivna fez as visitantes respirarem.

Thaísa fez bom terceiro set no segundo jogo das semifinais entre Rio de Janeiro e Osasco pelas semifinais da Superliga Feminina de Vôlei (Foto: André Durão)
Com diversos bloqueios, Thaísa fez bom 
terceiro set, mas não impediu vitória do 
Rio (Foto: André Durão)


No momento em que o Rio pressionava, Thaisa voltou a se impor. Depois de novo ponto de bloqueio, chamou a responsabilidade e pediu vibração ao time. Osasco abriu cinco pontos, mas as cariocas mostraram força e fizeram a diferença cair para apenas um ponto (21/20). O nervosismo, então, passou para o lado das visitantes. O Rio chegou à virada depois de pancada de Natália e erro de Gabi. O golpe final foi em novo vacilo de Carcaces, que mandou seu ataque na rede: 25/23 para as cariocas.
O bloqueio de Thaisa voltou a funcionar na primeira bola do quarto set. Mas o Rio manteve o ritmo da parcial anterior. Com autoridade, abriu 5/3 e forçou o pedido de tempo das rivais. As cariocas, então, cresceram no nervosismo das rivais. Roberta, que fez grande jogo, guiava a equipe dentro de quadra, enquanto Juciely brilhava no ataque e no bloqueio.

Time do Rio de Janeiro comemora ponto contra Osasco, pelas semifinais da Superliga de vôlei (Foto: André Durão)
Time do Rio de Janeiro comemora ponto 
contra Osasco (Foto: André Durão)


Era Natália, porém, o motor do time. Mesmo nos erros, a ponteira dividia a responsabilidade em quadra com Fabi, a todo tempo orientando a equipe. Osasco, então, já parecia não ter forças para se recuperar. Com facilidade, o Rio abriu 21/13. O caminho era sem volta. Em ponto de Carol, fechou o jogo: 25/16.

Jogadoras do Osasco abatidas após derrota para Rio de Janeiro nesta sexta-feira, pela semifinal da Superliga Feminina de Vôlei (Foto: André Durão)
Jogadoras do Osasco abatidas após derrota 
para Rio de Janeiro (Foto: André Durão)


*Colaborou sob supervisão de João Gabriel Rodrigues


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