Técnico tenta corrigir erros da equipe para jogo decisivo pela Libertadores, daqui a 18 dias. Derrota para o Rosario Central pode causar eliminação precoce
Cuca tem a difícil missão de salvar o
ano do Verdão (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação)
“Libertadores” e “Projeto Mundial”: essas
duas expressões pautaram o planejamento do Palmeiras para 2016. Desde a conquista
da Copa do Brasil, no ano passado, o torneio continental se tornou o objetivo
principal do clube. Três meses e meio depois do título nacional, a situação do Verdão
é complicada. A possibilidade de eliminação na primeira fase é grande e aumenta o debate sobre o que deu
errado – dentro e fora de campo.
Na última semana, em
entrevista ao
SporTV, o diretor Alexandre Mattos disse que o clube começou a pensar em
demitir Marcelo Oliveira ainda no ano passado. O ex-comandante chegou a
ficar um mês sem vencer no Palmeiras. O fim do jejum, curiosamente, se
deu
quando a equipe levantou o título da Copa do Brasil, após vitória nos
pênaltis sobre
o Santos.
– Foi tudo planejado desde o ano passado. Há que se lembrar
que em setembro e outubro havia uma cobrança muito grande pela saída do
Marcelo. E a direção optou pela continuidade dele naquele momento, mesmo
insatisfeitos com a produção como equipe coletiva. E conseguimos uma vitória
(conquista da Copa do Brasil). E houve trocas no elenco. Perguntam por que só o
treinador paga o preço. No Palmeiras não foi assim. Mudamos oito jogadores no
final do ano e mantivemos a comissão técnica – afirmou Mattos.
A explicação do dirigente dá a entender que a demissão de Marcelo, concretizada após a derrota por 2 a 1 para o Nacional, em casa, no último dia 9, foi adiada além do que deveria. O título da Copa do Brasil aliviou a situação do ex-treinador, mas fez com que o Verdão carregasse para o início da temporada erros que já deveriam ter sido sanados no ano passado. Marcelo Oliveira tentou corrigi-los na pré-tempora. Não conseguiu. Um divórcio anunciado, mas que se arrastou até as últimas consequências.
A explicação do dirigente dá a entender que a demissão de Marcelo, concretizada após a derrota por 2 a 1 para o Nacional, em casa, no último dia 9, foi adiada além do que deveria. O título da Copa do Brasil aliviou a situação do ex-treinador, mas fez com que o Verdão carregasse para o início da temporada erros que já deveriam ter sido sanados no ano passado. Marcelo Oliveira tentou corrigi-los na pré-tempora. Não conseguiu. Um divórcio anunciado, mas que se arrastou até as últimas consequências.
Todo o planejamento foi traçado em torno da Libertadores, mas
um fato parece ter sido ignorado: trata-se de uma competição de tiro curto. Na fase
de grupos, são apenas seis jogos – três em casa, três fora. O Palmeiras venceu
o Rosario Central em sua arena, mas foi sufocado no segundo tempo. Marcelo, que
balançava no cargo, ganhou sobrevida com os três pontos. Mas viu o oxigênio acabar
menos de uma semana depois, com a derrota para o Nacional. Um resultado que
pode ter custado muito para o clube.
A diretoria
usou o sonho da disputa do Mundial de Clubes, no fim do ano, como
atrativo para convencer os oito reforços contratados para este ano a
vestir a camisa verde. O discurso foi, inclusive, citado por quase todos
em suas respectivas apresentações. No entanto, o sonho pode acabar cedo
demais, já que o Palmeiras corre o risco de ser eliminado com uma
rodada de antecedência na primeira fase da Libertadores e apenas cumprir
tabela
diante do River Plate, na última rodada.
O time tem respaldo à beira do gramado e dentro das quatro
linhas. Cuca conhece bem a Libertadores, da qual foi campeão em 2013, com o
Atlético-MG, e o elenco tem qualidade à altura da competição. O Palmeiras tem totais
condições de avançar às oitavas de final e jogar de igual para igual no
mata-mata. Mas jogou nas mãos do técnico uma bomba que ele talvez não tenha
tempo de desarmar.
Empates sofridos com São Bento e Oeste, derrota para o
Linense em casa... Seguidos por goleada sobre o XV de Piracicaba. Derrota para
a Ferroviária, seguida de vitórias sobre Rosario Central e Capivariano. O Verdão
fez do início de temporada um “morde e assopra” perigoso. Agora, corre contra o
tempo para evitar o pior.
– O Cuca é um treinador
experiente, ele com certeza vai fazer
as coisas pela cabeça dele, por suas convicções. Ele está trabalhando há
pouco
tempo, não dá para saber o que ele está pensando. Esse tempo de
treinamento é
importante para ele conseguir colocar em
parte prática o que ele pensa que seja melhor para o nosso time –
analisou o
goleiro Fernando Prass, no retorno do Uruguai, na última sexta-feira,
referindo-se aos trabalhos até o próximo jogo da Libertadores, dia 6 de
abril, contra o Rosário Central, na Argentina.
Antes dessa partida decisiva, o Palmeiras jogará cinco vezes, contra Audax, RB Brasil, Água Santa,
Rio Claro e Corinthians. Inevitavelmente, o estadual será um laboratório para
Cuca colocar à prova o que montar nos treinos na Academia de Futebol e tirar o
atraso em prol da maior obsessão alviverde.
Alexandre Mattos (de branco) apresenta
Cuca ao elenco do Palmeiras
(Foto: Rodrigo Faber)
FONTE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário