domingo, 9 de agosto de 2015

Roth admite erros e ansiedade, mas elogia: "Vasco tem time top de linha"

Técnico cruz-maltino salienta que esperava um Joinville perigoso e lamenta chances perdidas no empate por 0 a 0: "Como não ganhamos, os problemas afloram", resume



Por
Rio de Janeiro

 
Rodrigo cabeceia contra o próprio gol, Martín Silva espalma. No rebote, Jomar tenta afastar e cabeceia a bola no travessão. O lance bizarro no início do jogo, somado a gols perdidos por Herrera e Dagoberto, refletem a ansiedade do Vasco no Campeonato Brasileiro. Na manhã deste domingo de Dia dos Pais, mais de 40 mil torcedores saíram frustrados do Maracanã. Fruto da intranquilidade cruz-maltina e do empate por 0 a 0 diante do Joinville (confira os melhores momentos da partida no vídeo abaixo).


O empate abriu a série de cinco partidas contra adversários diretos na parte debaixo da tabela. E manteve o Vasco na zona do rebaixamento pela 14ª rodada consecutiva. Com apenas 13 pontos, a equipe ocupa a 19ª posição. Apesar do momento delicado, o técnico Celso Roth viu evolução na equipe após nove dias de treinos e ressaltou as boas chances criadas. Chegou a citar as exibições recentes da Seleção Brasileira para se justificar.

- Podemos lembrar da Seleção na Copa América. Time ansioso não consegue fazer as coisas naturalmente. O Vasco não é nenhuma seleção, mas tem um time top de linha. Infelizmente não está conseguindo mostrar isso. Falta tranquilidade. Estamos procurando uma sequência de resultados positivos (...) O time começou mal no Brasileiro, teve troca de treinador. Peguei a situação em andamento e busco o equilíbrio. Melhoramos um pouco e achamos que faríamos uma partida equilibrada diante do Palmeiras. Erramos. Por isso vem a pressão e a cobrança.  Mas o time tem que sair dessa situação e vai sair - disse Roth.

Sem vencer há três jogos no Campeonato Brasileiro, o Vasco volta a campo na próxima quarta-feira para enfrentar o Santos, na Vila Belmiro, às 21h (de Brasília). A equipe seguirá no Z-4 mesmo em caso de vitória.


Confira outros tópicos da entrevista:

ATUAÇÃO
Quando o time tem a obrigação de ganhar o jogo em casa, o adversário tem chances no contra-ataque. Ficamos expostos e sabíamos disso, sabíamos que o Martín iria trabalhar. Detalhe é que tivemos oportunidades. Se a gente faz, muda tudo. Mas não conseguimos. Infelizmente tínhamos que ficar expostos mesmos. No primeiro tempo sofremos pressão por erros nossos também. Joinville foi sempre perigoso na ligação direta. Controlamos bem. O segundo tempo foi ataque e defesa. Ainda assim eles tiveram duas ou três escapadas perigosas. Como não ganhamos, os problemas afloram. Precisávamos do resultado e não conseguimos

DAGOBERTO
Ótimo primeiro tempo do Dagoberto. Com cinco minutos fizemos uma mudança tática. Jhon Cley pelo meio e Dagoberto pela esquerda, onde ele produziu muito bem. Jogar às 11h exige muito do jogadores. No segundo tempo buscamos força física e presença de área, mas não conseguimos os gols.

FORÇA OFENSIVA

Agora não lembro quantas chances tivemos, mas fora no mínimo duas ou três muito claras. E não fizemos o gol. É uma situação que estamos trabalhando, jogadores estão empenhados. Fizemos trabalhos táticos, de finalização. Infelizmente não conseguimos vencer. Se a bola entra, seria tudo diferente. Temos que continuar insistindo. Em um confronto direto, onde o Joinville se dedicou muito, tínhamos que ganhar. Vasco também teve dedicação total. Só não teve qualidade no toque final.

Celso Roth Vasco x Joinville (Foto: André Durão)
Celso Roth gesticula à beira do campo: 
Vasco já não vence há três rodadas 
(Foto: André Durão)


HERRERA
Herrera é isso mesmo, todos conhecem sua história. Muita dedicação, sempre está agregando. Em alguns momentos tem dificuldade na finalização. Vem de realidade diferente do Campeonato Brasileiro, veio do mundo árabe. Tem jogadores que levam muito mais tempo para se adaptar. Ele já superou essa barreira na parte física, mas ainda está buscando na parte técnica. Expectativa é que ele melhore.

TORCIDA
Foi até mais do que sensacional. Maravilhosa. Tudo o que é adjetivo. Fantástica, infelizmente, nós de novo, não conseguimos dar o retorno esperado.

CONVERSA
Hoje não teve muita conversa. Jogo 11h, trabalhamos e não conseguimos por demérito nosso. Não conversamos muito após o jogo. Amanhã (segunda) que vamos ter essa conversar sobre o que poderíamos ter feito diferente. Alguns momentos, a partir da metade do segundo tempo, o cruzamento da intermediária nos complicou. Precisamos trabalhar mais a bola, é sintoma da ansiedade. Temos que ter calma, não adianta ser ansioso, cruzar da intermediária. Sei que é difícil porque a condição física não está o ápice no fim do jogo. A experiência faz a gente aprender esse tipo de coisa.  Quando a gente deseja demais algo, essa coisa demora. Na vida e no futebol é assim. Vamos ver se a gente consegue chegar logo onde a gente quer.

ANSIEDADE
Qualquer time grande nessa situação fica assim. Jogo de 11 horas é espetacular para o torcedor, horário familiar. Ninguém imaginava isso. Para os jogadores, com a temperatura alta, exigiu muito de todos. Nossa colocação obviamente deixa todos ansiosos. Mesmo que tenha qualidade, fica prejudicada a coordenação fina: onde vou chutar, onde vou colocar a bola. O torcedor vai dizer que somos pagos para isso. Realmente somos e por isso que temos que continuar trabalhando. E temos que dar explicações. Não faltou empenho. Corremos mais riscos no segundo tempo, mas sabíamos que era um jogo importante.

SEQUENCIA DE CINCO JOGOS
Confronto entre esses adversários não define. O que define são as vitórias e não estamos vencendo. Vasco tem condições de jogar de igual para igual com qualquer adversário no Brasileiro. Ma não tem demonstrado isso ainda. Não fomos bem contra Corinthians e Palmeiras, o que interessa é o placar. Hoje, por mais que tenhamos melhorado, tecnicamente faltou mais tranquilidade na conclusão. Podemos lembrar da Seleção na Copa América. Time ansioso não consegue fazer as coisas naturalmente. O Vasco não é nenhuma seleção, mas é um time top de linha. Infelizmente não está conseguindo mostrar isso. Falta tranquilidade. Estamos procurando uma sequência de resultados positivos.

DIA DOS PAIS
Sou pai, tenho dois filhos adultos fora do país. Um voltou há poucos dias. Depois que o filho nasce, a preocupação é eterna. Como estou no Rio e minha família vive em Porto Alegre, vou ligar, conversar. Espero que os pais vascaínos que vieram e saíram chateados retomem a rotina, que tenham um belo Dia dos Pais. Infelizmente não conseguimos contribuir. Vida que segue.

IRREGULARIDADE
Desempenho do Vasco passa pelo equilíbrio das coisas. Os números são horríveis. Defensivos e ofensivos. Precisamos de equilíbrio, fazer gol, defender bem. Ainda não conseguimos isso. Contra o Palmeiras fomos mal defensivamente. Diante do Joinville, ofensivamente. Quando um setor não está legal, sobrecarrega o outro. Futebol é um jogo de xadrez.  Ainda não conseguimos resolver esse quebra-cabeça.

FORMA DO DAGOBERTO
Antes da minha chegada ele ficou 40 dias parado. Não acho que ele tenha cansado no fim. Procurei dar força física ao time com Thalles e Riascos. Dagoberto é muito importante. Aos poucos vai conseguir o ritmo ideal para dar o retorno que torcida, diretoria e até ele mesmo espera. Tem muita qualidade. Hoje foi muito bem, falta sequência.

MARTÍN SILVA
Tem muita qualidade. Precisei tomar uma decisão naquele momento, mas sempre disse que ele era o titular. Voltou a treinar, a jogar e foi muito bem. Já ajudou demais o Vasco e vai continuar ajudando.

REFORÇOS
O Vasco está contratando. Vamos ver se conseguimos ter os reforços em campo o mais rapidamente possível.  O elenco foi campeão carioca, tem suas qualidades. Dizem que o estadual não tem valor.
Para quem perde tem muito valor. Só que no Brasileiro é decisão desde a primeira rodada, muda a intensidade. O Vasco começou muito mal, teve troca de treinador. Peguei a situação em andamento e busco o equilíbrio. Melhoramos um pouco e achamos que faríamos uma partida equilibrada diante do Palmeiras. Erramos. Por isso vem a pressão e a cobrança.  Mas o time tem que sair dessa situação e vai sair.

NENÊ
Seus exames foram muito bons, seus resultados físicos também. Mas não podemos nos precipitar devido ao momento ruim. Nossa ideia é que ele estreie no próximo fim de semana.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2015/08/roth-admite-erros-no-primeiro-tempo-e-faz-balanco-tivemos-oportunidades.html

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