Número 1 do mundo no vertical, Karen Jonz tem projeto musical com o marido Lucas Silveira, vocalista do Fresno, marca de roupas e canal de vídeos popular na internet
O
skate e a música andam de mãos dadas. Os amantes da modalidade costumam
dizer que não há como se fazer um bom vídeo se não for escolhida uma
trilha sonora adequada para acompanhá-lo. Tetracampeã mundial,
em 2006, 2008, 2013 e 2014, a paulista Karen Jonz, de 30 anos, vive
isso intensamente. Afinal, a atual número 1 do mundo no vertical nasceu
em uma família com uma relação forte na música, toca alguns instrumentos
musicais, canta e é casada com o vocalista Lucas Silveira, da banda
Fresno. Primeira brasileira campeã dos X Games na história, em Los
Angeles 2008, a loira exibe um pouco de seu talento musical e sobre as
quatro rodinhas em seu canal
no Youtube. E ela já se tornou uma sensação da internet por conta de suas produções.
Criado
em maio deste ano, o "Garagem de Unicórnio" já tem 54,336 mil inscritos
e acumula mais de 1,39 milhão de visualizações. Ele faz parte de um
networking chamado "Snack", que tem outros canais e, inicialmente, como
conta a skatista, foi uma sugestão de Roberto Ortega, diretor do
programa esportivo comandado por Karen na Mix TV em 2010. Os vídeos saem
toda quarta-feira, às 11h (de Brasília), e até o nome escolhido reflete
o estilo de Karen, que refere a si mesmo como "contrastante" e uma
"contradição ambulante".
"Garagem" porque, segundo ela, é um "ambiente sombrio, escuro, bagunçado", e faz um contraponto com o "Unicórnio", uma figura mitológica que, basicamente, "representa tudo que é fofo". No canal, a skatista dá dicas relacionadas ao skate (como, por exemplo, como fazer um flip ou trocar as rodinhas), de moda (o que vestir ou que maquiagem usar) e, claro, se aventura na música. Recentemente, ela lançou um cover do hit "Counting Stars", da banda "OneRepublic", onde toca e canta.
- Meu pai e minha avó tocam piano, e eu e minha irmã Pamela fazíamos aula quando crianças. Ela fazia violão, chegava em casa e eu queria aprender tudo. Quando criança, ouvia muito o que meu pai escutava: Djavan, Gipsy Kings, Michael Jackson, Queen... Na adolescência, era muito hardcore, que tem a ver com o skate. Hoje ouço mais o rock alternativo, indie e pop também. Para mim sempre foi 50% skate, 50% música. Sempre andava de skate, voltava para casa e ficava tocando. Sempre fui assim, de fazer milhões de coisas ao mesmo tempo. Em qualquer lugar, consigo editar uma música, por exemplo. Como não sou muito de sair para a balada, me sobra muito mais tempo para as outras atividades - relatou a loira, que fez faculdade de rádio e TV e engrenou no curso de design e multimídia.
Karen teve uma banda chamada "Violeta Ping-Pong". Com o marido, ela aprendeu muito de edição e técnicas musicais e vocais. Atualmente, toca um projeto ao lado de Lucas Silveira chamado "Vaconaut & The Apple Monster".
- Eu não sabia fazer direito. Ele me ensinou a usar o metrônomo, a tocar no tempo da música e ficou mais direitinho. "Apple Monster" é porque minha marca de roupas se chama "Monstra Maçã". "Vaconaut" é porque, quando a gente começou a namorar, o Lucas fazia uns aquecimentos para a voz, ele fazia "hmmm", e eu dizia que parecia uma vaca e, como ele gosta muito de coisas do espaço, então ficou "Vaconaut", porque mistura vaca com astronauta - disse.
Mas Karen é mais que isso. A moda também tem espaço na corrida rotina da esportista. Além das duas outras formações, ela chegou a entrar em uma faculdade para se profissionalizar na área, mas não terminou o curso. Mesmo assim, é dona da marca "Monstra Maçã", que tem uma loja virtual com um catálogo que tem roupas femininas e unissex.
- Eu usava muita roupa de menino, adaptava as roupas. As marcas de skate faziam roupas masculinas, mas eu cortava as camisetas, adaptava bermuda, calça, a galera começou a ver e achava legal. Eu fazia até calcinha que era boa para andar de skate, a galera foi gostando e queriam comprar. Fiz pra mim e, depois, para vender. Aí foi crescendo. Meu pai chamava a mim e à minha irmã de monstras, de monstrinhas, e minha irmã inventou uma musiquinha que era o "rock da maçã". Aí criei o "Monstra Maçã" (risos) - contou.
Mesmo com tantas conquistas na carreira dentro e fora das pistas, Karen afirma que ainda tem objetivos a alcançar. Um deles é participar de uma edição das Olimpíadas.
Ela já teve uma palhinha ao participar da demonstração nos Jogos da
Juventude, que aconteceu em agosto deste ano, em Nanquim, na China, ao
lado dos brasileiros Leticia Bufoni e Kelvin Hoefler, da categoria
street, e Marcelo Bastos, que também compete no vertical. Outra missão
da atleta é ajudar a acabar com o preconceito que envolve a prática da
modalidade.
- Há muito mais meninos que meninas em competições. Até por isso, hoje em dia, minha pegada não é tanto campeonato mais. Acho que já provei tudo que tinha para provar e deixei meu legado, quebrei muitas barreiras. Muitas meninas se beneficiaram das coisas que fiz. O que eu construí está de bom tamanho, mas ainda penso em fazer muita coisa. Sou a primeira mulher no Brasil a competir com os homens e acho que fui bem recebida, estava acostumada a andar com eles e foi sugestão dos próprios meninos que eu competisse contra eles. Esse preconceito, muitas vezes, vem de outras meninas que não andam de skate, tipo: "Ah, por que o cabelo dela não é assim? Por que não é assado?", coisas desse tipo - concluiu.
no Youtube. E ela já se tornou uma sensação da internet por conta de suas produções.
Karen Jonz tem relação estreita com a música
(Foto: Reprodução / Instagram)
"Garagem" porque, segundo ela, é um "ambiente sombrio, escuro, bagunçado", e faz um contraponto com o "Unicórnio", uma figura mitológica que, basicamente, "representa tudo que é fofo". No canal, a skatista dá dicas relacionadas ao skate (como, por exemplo, como fazer um flip ou trocar as rodinhas), de moda (o que vestir ou que maquiagem usar) e, claro, se aventura na música. Recentemente, ela lançou um cover do hit "Counting Stars", da banda "OneRepublic", onde toca e canta.
- Meu pai e minha avó tocam piano, e eu e minha irmã Pamela fazíamos aula quando crianças. Ela fazia violão, chegava em casa e eu queria aprender tudo. Quando criança, ouvia muito o que meu pai escutava: Djavan, Gipsy Kings, Michael Jackson, Queen... Na adolescência, era muito hardcore, que tem a ver com o skate. Hoje ouço mais o rock alternativo, indie e pop também. Para mim sempre foi 50% skate, 50% música. Sempre andava de skate, voltava para casa e ficava tocando. Sempre fui assim, de fazer milhões de coisas ao mesmo tempo. Em qualquer lugar, consigo editar uma música, por exemplo. Como não sou muito de sair para a balada, me sobra muito mais tempo para as outras atividades - relatou a loira, que fez faculdade de rádio e TV e engrenou no curso de design e multimídia.
As muitas fases da skatista brasileira Karen
Jonz (Foto: Editoria de Arte)
Karen teve uma banda chamada "Violeta Ping-Pong". Com o marido, ela aprendeu muito de edição e técnicas musicais e vocais. Atualmente, toca um projeto ao lado de Lucas Silveira chamado "Vaconaut & The Apple Monster".
- Eu não sabia fazer direito. Ele me ensinou a usar o metrônomo, a tocar no tempo da música e ficou mais direitinho. "Apple Monster" é porque minha marca de roupas se chama "Monstra Maçã". "Vaconaut" é porque, quando a gente começou a namorar, o Lucas fazia uns aquecimentos para a voz, ele fazia "hmmm", e eu dizia que parecia uma vaca e, como ele gosta muito de coisas do espaço, então ficou "Vaconaut", porque mistura vaca com astronauta - disse.
Mas Karen é mais que isso. A moda também tem espaço na corrida rotina da esportista. Além das duas outras formações, ela chegou a entrar em uma faculdade para se profissionalizar na área, mas não terminou o curso. Mesmo assim, é dona da marca "Monstra Maçã", que tem uma loja virtual com um catálogo que tem roupas femininas e unissex.
- Eu usava muita roupa de menino, adaptava as roupas. As marcas de skate faziam roupas masculinas, mas eu cortava as camisetas, adaptava bermuda, calça, a galera começou a ver e achava legal. Eu fazia até calcinha que era boa para andar de skate, a galera foi gostando e queriam comprar. Fiz pra mim e, depois, para vender. Aí foi crescendo. Meu pai chamava a mim e à minha irmã de monstras, de monstrinhas, e minha irmã inventou uma musiquinha que era o "rock da maçã". Aí criei o "Monstra Maçã" (risos) - contou.
Skatista ainda pensa em Olimpíadas
(Foto: Reprodução / Instagram)
(Foto: Reprodução / Instagram)
- Há muito mais meninos que meninas em competições. Até por isso, hoje em dia, minha pegada não é tanto campeonato mais. Acho que já provei tudo que tinha para provar e deixei meu legado, quebrei muitas barreiras. Muitas meninas se beneficiaram das coisas que fiz. O que eu construí está de bom tamanho, mas ainda penso em fazer muita coisa. Sou a primeira mulher no Brasil a competir com os homens e acho que fui bem recebida, estava acostumada a andar com eles e foi sugestão dos próprios meninos que eu competisse contra eles. Esse preconceito, muitas vezes, vem de outras meninas que não andam de skate, tipo: "Ah, por que o cabelo dela não é assim? Por que não é assado?", coisas desse tipo - concluiu.
Karen Jonz participou de demonstração nos
Jogos da Juventude (Foto: Reprodução
/ Instagram)
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