sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Ídolo do San Lorenzo, Romagnoli temeu perder Mundial: "Acelerei"

Após desistir de assinar com o Bahia e voltar ao Ciclón, meia quase ficou fora por lesão no braço esquerdo. Agora, quer jogar de igual para igual com o Real Madrid


Por
Marrakesh, Marrocos

 


Leandro Romagnoli já viu de tudo no San Lorenzo. Em seus 11 anos de carreira no clube - um terço de sua vida -, divididos em duas passagens, o meio-campista lutou contra o rebaixamento, foi campeão argentino, ganhou a Libertadores e até desistiu de jogar no futebol brasileiro para ir ao Mundial com o time do coração. Porém, justo no momento mais importante da história do Ciclón, o veterano quase ficou fora da festa: uma lesão no braço esquerdo sofrida no fim de outubro ameaçou sua viagem para o Marrocos e fez crescer o medo no jogador.

- (Pensei) um pouco (se ficaria fora). Quando me falaram da lesão, que foi uma fratura, e me deram um mês de recuperação, faltando dois meses para o Mundial, fiquei mais tranquilo. Obviamente, acelerei um pouco a recuperação. Cheguei, que é o importante – disse Romagnoli, em entrevista ao GloboEsporte.com, após um treino do San Lorenzo no Grand Stade de Marrakesh.


Romagnoli, do San Lorenzo (Foto: Felipe Schimidt)
Romagnoli em entrevista: argentino lamentou 
rebaixamento do Bahia (Foto: Felipe Schimidt)


Após o título da Libertadores, Romagnoli, que já estava acertado para jogar com o Bahia, mudou de ideia. Entrou em negociação e pediu para que os dirigentes brasileiros o liberassem, pois queria ficar perto da família na Argentina. Logo depois, renovou com o San Lorenzo. Quase quatro meses depois do fim da novela, o Tricolor baiano foi rebaixado para a Serie B, e Pipi, como é conhecido em seu país, está na decisão do Mundial. Sábia decisão?


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- A minha decisão (de voltar para o San Lorenzo) não teve a ver se o Bahia seria rebaixado ou campeão. A questão é que eu queria voltar para a Argentina, passou por aí. Sou muito agradecido às pessoas do Bahia, porque me trataram muito bem. É uma lástima que tenha sido rebaixado, mas são coisas do futebol.

Com a vida profissional quase toda dedicada ao San Lorenzo, Romagnoli também passou pelo Veracruz, do México, e pelo Sporting, de Portugal. No time lusitano, teve a oportunidade de enfrentar o Real Madrid. Sua experiência pode ser importante para o Ciclón: no treino de quinta-feira, passou um longo tempo conversando com seus companheiros, indicando com os dedos formas de jogar.

É bom que seus colegas o escutem: se há alguém que sabe como enfrentar os merengues e conhece as idas e vindas do futebol no elenco do San Lorenzo, esta pessoa é Leandro Romagnoli. 

Romagnoli, técnico do San Lorenzo (Foto: Felipe Schimidt)
Romagnoli orienta companheiro no treino do 
San Lorenzo (Foto: Felipe Schimidt)


Confira os outros trechos da entrevista:

GLOBOESPORTE.COM: Vimos você falando com seus companheiros, indicando números com as mãos. Estava falando de tática? O que procurou passar para eles?

Leandro Romagnoli:
 Falamos de como se pode jogar no sábado, sabemos que é uma partida difícil, eles jogam muito bem, têm jogadores muito importantes. Mas quem vai decidir é o Patón (apelido de Edgardo Bauza), que é o treinador.

Você é uma das referências do elenco. O que fala com eles? Como é ter esse papel no plantel?

Falamos sempre, tratamos de falar do jogo que passou, do que vem. Tratamos de fazer isso. O importante é que temos um grupo, uma equipe que entende pelo que estamos jogando, que é algo muito importante para um dos outros, para o clube obviamente. Estamos com muita vontade e muito sonho. Daremos no sábado luta, como sempre tratamos de dar, sabendo que enfrentamos um time difícil, mas, bem, sempre temos que sonhar. 

Você ficou um período sem jogar antes do Mundial. Como foi este período? Como compensou isso no vestiário?

Fiquei fora um mês, não chegou a fazer dois meses, mas, sim, para o jogador de futebol se lesionar é uma das coisas mais feias que podem acontecer. Estamos acostumados a lesionar qualquer parte da perna, e não o braço, como aconteceu comigo. Tratei de enfrentar da melhor maneira. Sabia que chegaria com pouco tempo, que me iria faltar fôlego. Mas estas são ocasiões que não se pode perder, sempre se quer estar. 


É um dos ídolos deste clube. Chegou a pensar que ficaria fora justo no momento mais importante da história do San Lorenzo?

Um pouco. Porque quando me falaram da lesão, que foi uma fratura, que me deram um mês (de recuperação), e faltava quase dois meses para o Mundial, fiquei um pouco mais tranquilo. Obviamente, acelerei um pouco a recuperação. Cheguei, que é o importante. Pude jogar quase 60 minutos (contra o Auckland), ganhamos, o que é sempre bom. Estamos muito contentes.

Argentino Romagnoli desembarca em Salvador e é recebido com festa pela torcida do Bahia (Foto: Raphael Carneiro)
Romagnoli foi recebido com festa em Salvador 
pela torcida do Bahia (Foto: Raphael Carneiro)


Você viveu muitos momentos no San Lorenzo. Lutou contra o rebaixamento, ganhou o Campeonato Argentino e a Libertadores... O que mudou no clube?

Mudou muito. A situação do clube e da equipe foi mudando. Em 2012, jogamos o playoff de rebaixamento, nos salvamos, no ano seguinte tivemos a oportunidade de ser campeões, depois ganhamos a Libertadores... Hoje, nos encontramos jogando o Mundial de Clubes, passamos à semifinal e com a possibilidade de jogar esta grande final que queremos. Estamos muito contentes pela situação na qual se encontra o clube. Vamos tratar também de desfrutar um pouco. 

Você jogou contra o Real Madrid em seu período na Europa. Como é enfrentá-los? O que é necessário para ganhar deles?
(Enfrentar) o Real Madrid é sempre bom para o jogador, porque são uma equipe muito grande e importante. Têm jogadores muito bons, estão ganhando 21 partidas seguidas. Mas, bem, estamos com a expectativa de jogar de igual para igual e tratar de ganhar.

Alguns torcedores brincaram, dizendo que vão ganhar com um gol de mão, como o de Maradona. O que acha disso?

Não sei... Tem que jogar. Temos que tentar jogar e fazer da melhor maneira possível. Se ganhamos, muito melhor, porque é realmente o que queremos.


FONTE:
http://glo.bo/1wK8jRP

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