Campeão da Fórmula 3 Brasil com doze vitórias em 16 corridas, filho de Nelson Piquet pensa nos próximos passos no automobilismo, mas sem esquecer estudos
Pedro Piquet se acostumou a estourar champanhe em 2014 (Foto: Bruno Terena/Vicar)
Mas para alguém tão jovem, Pedro mostra muita tranquilidade sobre os passos que quer seguir no automobilismo. Este ano, foi campeão antecipado da Fórmula 3 Brasil e terminou o campeonato com 12 vitórias em 16 provas. De quebra, ainda venceu na participação especial que fez na Porsche Cup Challenge, preliminar do GP do Brasil de Fórmula 1, em novembro. Agora, Pedro se prepara para uma encruzilhada em 2015: completar os estudos no Brasil ou partir definitivamente para uma carreira internacional, longe do país? Ele mesmo responde:
- É claro que eu pretendo treinar bastante lá fora, correr de Fórmula 3 nos circuitos grandes, da Fórmula 1. Mas antes de tudo eu quero terminar a minha escola aqui, e isso vai acontecer no meio de 2016. Ano que vem eu pretendo continuar morando aqui no Brasil, não sei em que categoria vou correr - disse o jovem.
Projetando ficar no país pelos estudos, o jovem piloto pensa em fazer outra temporada na F-3 Brasil, mesmo já tendo sido campeão da categoria com facilidade:
- Acho que eu tenho muito o que melhorar na própria Fórmula 3 ainda. Eu tenho de entrar na pista e em cinco voltas fazer o melhor tempo possível. A cada treino que eu faço aqui estou melhorando, e nas corridas também. Ano que vem vai continuar uma molecada que andou comigo e deve ir para a categoria A. Se eu for correr na Fórmula 3 Brasil vai ser um campeonato bom.
Pedro Piquet vence corrida de Porsche em
Interlagos (Foto: Luca Bassani / Divulgação)
A transformação da Fórmula 3 Sul-Americana em F-3 Brasil foi considerada muito positiva por Pedro. Para o piloto, uma eventual ida para o exterior, antes uma necessidade devido à falta de estrutura no Brasil, pode ser retardada porque, depois de anos sem uma alternativa de competição de monopostos no país, agora existe uma escolha.
- Esse ano a Fórmula 3 Brasil deu uma melhorada boa. No ano passado tinha seis carros, três da A, era um campeonato muito fraco. Esse ano teve no mínimo 15 carros por etapa, chegamos a 19, mas ainda tem divisão entre A e B. Eles precisam ir acabando com os carros da Light, de 2001, e tentar botar mais carros da A. A F-3 é uma categoria muito cara, o Dallara é um carro super avançado. Mas aqui conseguiram fazer uma F-3 barata, com motores argentinos (Berta), acho importante para os meninos. Hoje a maioria dos pilotos é moleque, tem 16, 17 anos, e ainda está na escola, e a F-3 é importante para esses meninos que precisam estudar e já precisavam andar de Fórmula e não no kart.
Com pintura inspirada na Brabham do pai na
F-1, Pedro foi campeão da F-3 Brasil (Foto:
Luca Bassani / Divulgação)
Mas Pedro sabe que uma ida para o exterior é fundamental para o prosseguimento de sua carreira. A Fórmula 1, claro, é o sonho dele e dos fãs que já vem conquistando no Brasil. Mas nada está descartado.
- Claro que hoje tem três grandes categorias para você fazer na carreira: Fórmula 1, Mundial de Endurance ou DTM. Meu foco principal é monoposto, mas meu futuro pode ser outra coisa também. Isso ninguém vai saber, não dá para fazer nenhuma previsão. Na categoria de base se você ganhar num ano, no ano seguinte você sobe de categoria, senão você tem de ficar um segundo ano na categoria. A Fórmula 1 é muito difícil chegar, tem outros pilotos muito bons e com patrocínio. Neste momento é impossível saber em qual categoria vou correr nos próximos anos - destacou.
Este ano, Pedro pôde sentir de perto a diferença entre o automobilismo de base no Brasil e no exterior. Ele fez dois dias de testes com um carro da Fórmula 3 europeia em Silverstone, na Inglaterra, pela equipe Carlin, a mesma pela qual Felipe Nasr foi campeão da F-3 Inglesa de 2011 e correu na GP2 nos últimos dois anos.
- Lá o esquema é muito mais desenvolvido, com estafes e patrocinadores. Os times são gigantes, fazem GP2, GP3, simuladores. Lá o modelo é uma geração mais nova que o nosso, com mais pressão aerodinâmica, e são os motores do Europeu (Volkswagen). A pista era muito boa, Silverstone, e consegui andar no seco e na chuva. Pretendo futuramente fazer mais testes - disse Piquet.
Pensamentos típicos de um adulto, mas que na verdade são de um jovem de apenas 16 anos, mas com uma grande maturidade e conhecimento do que se passa a sua volta. É mais um Piquet a caminho.
FONTE:
http://glo.bo/1vXvF61
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