sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Bruno e Hevaldo: parceria duradoura feita com amizade, vitórias e respeito

Líderes do circuito, amazonense e cearense formam dupla que joga junta há mais tempo, quatro anos, e sonho olímpico é visto sem deslumbramento


Por Direto de 
Porto Alegre



Bruno e Hevaldo Porto Alegre (Foto: José Geraldo Azevedo)
Bruno e Hevaldo completam quatro anos de
parceria (Foto: José Geraldo Azevedo)


A troca de parcerias no vôlei de praia é comum no esporte no Brasil, e pode acontecer com maior frequência se a dupla não se acostumar a colecionar títulos. O amazonense Bruno e o cearense Hevaldo vão na contramão. Eles formam hoje a dupla há mais tempo junta no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, e se ainda não conquistaram o título nos quatro anos que completam agora, têm se mantido entre os melhores do país. Nesse período de 2011 até aqui, foram duas vezes vice-campeões nacionais e ainda têm um terceiro lugar. Na temporada 2014/15, lideram a classificação à frente de duplas como, por exemplo, Ricardo e Emanuel. Dos dois lados, só orgulho pela parceria. Nesta sexta-feira, eles venceram seus jogos e se garantiram direto nas quartas de final.

- O Bruno foi um dos meus primeiros parceiros, e aí tivemos um desencontro e deixamos de jogar juntos, e há quase quatro anos voltamos e estamos tendo uma volta consagrada. A gente se dá muito bem, nos respeitamos muito, e isso é um grande ingrediente para uma dupla dar certo. Nos respeitamos tanto dentro como fora de quadra. Ele entende os meus pontos mais problemáticos e eu entendo os dele, e quando você entende o lado pior da sua dupla as coisas fluem, e é isso que acontece com a gente - destaca Hevaldo, de 35 anos.

A parceria começou em 2001, mas teve que se desfeita pela distância dos dois, com um em Manaus e o outro em Fortaleza. O retorno, dez anos depois, foi muito comemorado, e a satisfação é visível nos dois.

- Ele foi um dos meus primeiros parceiros, e essa volta foi a melhor possível. Fomos para o Nacional (espécie de segunda divisão) e ganhamos, e fomos para o Brasileiro e ganhamos (na etapa de Salvador), fomos campeões nos dois primeiros torneios. Desde então estamos sempre entre as quatro primeiras duplas do Brasil, que é o melhor voleibol do mundo - destacou Bruno.

Bruno e Hevaldo Porto Alegre (Foto: José Geraldo Azevedo)
Bruno e Hevaldo jogaram juntos no início da 
carreira e dez anos depois refizeram dupla 
(José Geraldo)


Na atual temporada, Bruno e Hevaldo estrearam com um vice-campeonato em Vitória, em agosto, depois de perderem a final para Ricardo e Emanuel. Na etapa seguinte, em setembro, acabaram em quinto. Em outubro, nova final e um vice-campeonato. Por fim, antes da chegada a Porto Alegre, onde buscam o título neste fim de semana, eles foram quinto em São José-SC, no mês passado. A pontuação até aqui coloca os dois na liderança do circuito com 1.200 pontos, à frente Léo Vieira e Jô (1.060), e com Ricardo e Emanuel na terceira posição (1.040).

- Demos uma aliviada nos treinos pensando no ano que vem, que começa com etapa logo em janeiro (em Fortaleza), se não dermos uma diminuída agora sobrecarregamos o ano que vem. O que a gente quer para nossa dupla é continuar entre as melhores do Brasil e, quiçá, do mundo. A gente não teve oportunidade de jogar muito o circuito mundial, mas no ano que vem já temos uma grande probabilidade de jogar e aí é continuar crescendo - avaliou Hevaldo.

O caminho de cada um antes do encontro foi distinto. Bruno, de 36 anos, começou no “barro” em Manaus, como ele mesmo conta, e ainda se dividiu por dois anos entre a quadra e a areia, até que a paixão o levou a escolhar a modalidade que pode o levar às Olimpíadas.

Bruno e Hevaldo Porto Alegre (Foto: José Geraldo Azevedo)
Respeito mútuo é a palavra-chave usada pelos
dois jogadores (Foto: José Geraldo Azevedo)


- Comecei jogando um vôlei de barro mais ou menos, um estilo de praia com quadra, no Amazonas. Tinham atletas lá, como Luizão e Magal, que serviram como espelho. Fui convocado para a seleção amazonense de quadra e acabei treinando um ano e meio na quadra, só que não consegui ter o amor que tinha naquele “barro”. Me convidaram para treinar vôlei de praia e fiquei treinando os dois durante uns dois anos, só que o pessoal da quadra queria maior dedicação minha, mas gostava mesmo era da praia. Deixei a quadra e segui desde os 17 anos na praia.

Já no caso de Hevaldo, a praia sempre esteve próxima, e ele começou no treino de outra dupla já experiente, Márcio e Benjamin.

- Meu começo foi por acaso. Eu era sparring da dupla Márcio e Benjamin à época, que estava concorrendo para ir às Olimpíadas (de 2000, em Sidney), e o Ronald, que ainda hoje é meu técnico, viu que eu estava evoluindo e começou a me treinar junto com os meninos, e aí foi acontecendo. Um ano e meio depois eu já estava no ranking jogando a etapa principal do circuito.

Com a experiência e os pés no chão, as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, estão no horizonte, mas nada que os faça se deslumbrar ou comemorar antes da hora. Eles sabem que, apesar da liderança hoje, o caminho é longo. Além de garantirem vaga no circuito mundial através da disputa nacional, eles ainda precisariam garantir a classificação através do circuito pelo mundo no próximo ano.


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- Existem umas cinco duplas (favoritas) e dessa cinco saem duas, e estamos entre as cinco. Mas não gosto de criar muita expectativa, quando você cria e não consegue fica frustrado. Se for a hora e der certo, maravilha, vamos lutar para ir. Senão vamos fazer nosso trabalho e ver o que acontece futuramente - concluiu Hevaldo.

O SporTV3 transmite as semifinais da etapa de Porto Alegre às 18h no sábado, enquanto o SporTV2 mostra a decisão às 10h, no domingo. Os assinantes do Canal Campeão ainda podem assistir pelo SporTV Play.


FONTE:
http://glo.bo/1vXBArT

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