GP de Abu Dhabi decidirá título entre dupla da Mercedes. Temporada 2014 foi repleta de disputas dentro e fora das pistas entre o inglês e o alemão. Corrida é domingo, 11h
Nico Rosberg e Lewis Hamilton. Um deles sairá
de Abu Dhabi comemorando o título de 2014
(Foto: Getty Images)
Quando o relógio marcar 11h (de Brasília) no domingo, Lewis
Hamilton e Nico Rosberg darão a largada, em Abu Dhabi, para o último
capítulo de um acirrado duelo que tomou conta da Fórmula 1 em 2014. Com
disputas ferrenhas dentro e fora das pistas, a dupla da Mercedes resgatou as
grandes rivalidades entre pilotos da mesma equipe na categoria, que outrora já
foram protagonizadas por Ayrton Senna x Alain Prost (McLaren) e Nelson Piquet x
Nigel Mansell (Williams), por exemplo. O britânico chega como favorito. Com 334
pontos, tem 17 a mais que o alemão. Confira a classificação completa. Mas a contestada regra dos pontos dobrados
na etapa final deixa tudo em aberto. Em caso de vitória de Nico, Lewis
precisará de um segundo lugar para garantir a taça.
A decisão definirá também quem, Williams ou Ferrari, ficará
com o 3º lugar no Mundial de Construtores e terá direito a uma boa soma de
dinheiro. Para Felipe Massa, ainda é possível “roubar” a sétima colocação de
Jenson Button no Mundial de Pilotos, mas o que mais interessa é fechar bem o
ano, já de olho em 2015. Confira todos os resultados da temporada 2014.
Fique ligado nos horários:
tudo em paz
E seja quem for o campeão, a verdade é que o duelo Hamilton
x Rosberg ficará na história da categoria. Disputa essa que começou há pouco
mais de oito meses. A data, 13 de março. Era uma pacata manhã de quinta-feira
em Melbourne, palco da abertura do campeonato de 2014, e Hamilton e Rosberg
conversavam tranquilamente enquanto papeavam na calma praia de St. Kilda. A
Mercedes havia se destacado na pré-temporada e os dois pintavam como francos favoritos
ao título. Naquele dia, o inglês e o alemão garantiram: uma provável briga pela
taça não abalaria a amizade que os dois cultivavam desde a época do kart. Doce
engano.
Lewis Hamilton e Nico Rosberg na praia de St.
Kilda, em Melbourne (Foto: Getty Images)
Se nos pequenos carrinhos qualquer discussão não ganhava
grandes proporções, na “brincadeira” que valia um título mundial da categoria
máxima do automobilismo a coisa ficaria muito mais séria. Nas primeiras etapas, as disputas de pista deixavam os dois
empolgados. Depois do duelo épico da 3ª etapa, no Bahrein, ambos saíram
extasiados: “Lembrou os tempos do kart”.
Mas a tensão aumentava a cada prova e bastaram seis etapas para o clima ruir.
a primeira guerra
Mônaco e o dia do abalo na amizade
O estopim aconteceu no treino classificatório para o GP de Mônaco. Com quatro
vitórias seguidas, Hamilton enfim se recuperara do abandono na etapa inicial e
chegara a Monte Carlo como líder. Dono do melhor tempo, Rosberg
errou e ficou parado em uma das áreas de escape do Principado. A bandeira
amarela impediu que Hamilton pisasse fundo e tentasse conquistar a pole
position.
Desconfiado de que o parceiro havia arquitetado tudo para garantir o
primeiro lugar no grid, o campeão de 2008 cortou relações: “Não somos amigos.
Somos colegas”. Além disso, o inglês prometeu lidar com o alemão da mesma forma
que Senna lidava com Prost, relembrando a clássica rivalidade do fim da década
de 1980.
Nico Rosberg celebra pole em Mônaco enquanto
Lewis Hamilton sai com cara de poucos amigos
(Foto: AP)
Dias depois, Lewis, com um post de uma foto antiga no
twitter, garantiu ter selado as pazes com Nico. “Temos nossos altos e baixos. Ainda
amigos”. Mais ou menos. Apesar da trégua “oficial”, o clima entre os
companheiros continuava pesado internamente, como os próprios dirigentes do
time admitiam. A transferência de informações entre os carros era um dos temas
que esquentavam os bastidores das Flechas de Prata.
Hamilton posta foto antiga e diz
ter feito as pazes com Nico após
polêmica no GP de Mônaco
(Foto: Reprodução/Twitter)
Após 11 das 18 etapas disputadas, a Fórmula 1 foi para as
tradicionais férias de agosto. Com um abandono a menos que Hamilton, Rosberg
liderava com 202 pontos, 11 a mais que o parceiro. Seriam quatro semanas de
folga, um bom tempo para os ânimos se acalmarem. Porém, assim que a categoria
voltou à ativa, a “bomba” estourou novamente.
a segunda guerra
O estopim, dessa vez, foi um toque entre os dois no começo do
GP da Bélgica. Inconformado por perder a ponta logo na largada, Nico partiu
para cima de Lewis com a faca nos dentes. Na 2ª volta, Rosberg calculou mal
a ultrapassagem e acabou tocando no companheiro. O choque quebrou um pedaço de
sua asa dianteira. Mas quem levou a pior foi Hamilton. Com um pneu furado,
precisou dar uma volta quase completa no longo circuito de Spa-Francorchamps
até chegar aos boxes. Com a corrida totalmente prejudicada, abandonou a cinco
voltas do fim. Rosberg, por sua vez, chegou em segundo e ainda ouviu uma sonora
vaia no pódio.
Ser taxado como vilão pelo público era ruim, mas era o de
menos para o alemão naquele momento. Pior foi ser apontado culpado por toda a
cúpula da Mercedes. Toto Wolff e Niki Lauda, poderosos chefões do time, fizeram
críticas públicas ao piloto.
a virada
Lewis Hamilton faz graça atrás de Nico Rosberg
em evento de patrocinador em Cingapura (
Foto: Reuters)
Além dos incidentes na Bélgica e Itália, outro vacilo de
Nico foi na Rússia, quando fritou pneus ao tentar dar o bote no britânico e
jogou fora a chance de disputar a vitória. Com cinco triunfos consecutivos,
Hamilton caminhava a passos largos para o bicampeonato. Na penúltima etapa, no
GP do Brasil, no entanto, Rosberg deu o último respiro. Dominou todos os
treinos e venceu a corrida, diminuindo a desvantagem na tabela e mostrando que
ainda estava de pé na briga pela taça.
Nico Rosberg fritou pneus ao dar o bote em
Lewis Hamilton na primeira volta do GP
da Rússia (Foto: Getty Images)
Hamilton bicampeão ou Rosberg, enfim, na lista dos campeões? O
fim dessa história só será descoberto neste domingo quando for dada a bandeira
quadriculada no circuito de Yas Marina.
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