A CRÔNICA
por
Diego Guichard e Tomas Hammes
O Gre-Nal 402 flertou o tempo todo entre o passado e o presente. Frente a frente, Abel Braga e Felipão, os técnicos mais vitoriosos da história dos dois clubes, buscavam caminhos diferentes. O colorado, de olho no futuro, mirava a ponta da tabela. O gremista ainda tentava se desgarrar do dolorido 7 a 1 para a Alemanha, na Copa do Mundo. E nesse clima saudosista, melhor para quem olhou para frente na tarde deste domingo, no Beira-Rio. O time comandando por Abel venceu o Grêmio por 2 a 0 e estampou em campo a distância atual entre os dois times, que agora é de nove pontos na tabela do Brasileirão. Aránguiz e Cláudio Winck marcaram os gols.
De volta ao Grêmio, o técnico Luiz Felipe Scolari não poupou mudanças no time. Foram seis alterações na equipe, com direito a surpresas como o garoto Walace, 19 anos, e Rodriguinho. As mexidas até surtiram efeito no primeiro tempo, quando o Tricolor foi melhor e perdeu uma grande chance com Dudu. Porém, assim como nos dois Gre-Nais da final do Gauchão, o Inter cresceu no segundo tempo, fez os seus gols, comandou o jogo e ampliou para dois anos a invencibilidade sobre o maior rival.
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A vitória fez o Inter assumir a vice-liderança isolada com 28 pontos, a apenas dois do líder Cruzeiro. Já o time de Felipão estacionou nos 19, na 11ª colocação. Na próxima rodada, o Inter vai até Goiânia encarar o Goiás no sábado, às 18h30. Já o Grêmio recebe o Criciúma no domingo, na Arena, às 16h.
Com cara de Gre-Nal
O primeiro minuto de jogo já estampou toda a tensão que envolve o clássico. Com 10 segundos de jogo, D’Alessandro dominou a bola na intermediária defensiva do Inter e levou falta de Dudu. Segundos depois, Rodriguinho derrubou Willians e iniciou a primeira confusão do jogo. Depois de empurra-empurra, o meia levou cartão amarelo. E essa foi a tônica do início do jogo. Meio-campo muito truncado, poucas chances de gol e um leve predomínio do Inter, que mantinha a bola nos pés por mais tempo.
Aránguiz comemora com D'Alessandro
depois de marcar o primeiro gol do Inter
(Foto: Diego Guichard)
Na volta do intervalo veio a primeira mudança de Felipão como técnico do Grêmio: Fernandinho no lugar de Rodriguinho. Pelo Inter, Cláudio Winck entrou no lugar de Wellington Silva, que sentiu lesão. E os primeiros minutos deram a impressão de que a troca no Tricolor daria resultado. O time aparecia insinuante na frente, mas sempre pouco efetivo no arremate. Erro que o Inter não cometeu. Na primeira chance de gol no clássico, aos 16 minutos, não houve desperdício. Alex fez grande jogada pela esquerda e abriu para Fabrício, que cruzou com perfeição para Aránguiz. O chileno, que chegou a ser dúvida durante a semana, tocou de cabeça, sem chances para Marcelo Grohe.
Como se fora um déjà vu das finais do Estadual, o Inter cresceu depois do seu gol e passou a dominar a partida completamente. Com toques rápidos de um meio-campo muito técnico, o time de Abel chegou a ouvir “olé” da torcida antes de matar a partida. Em um contragolpe rápido, D’Alessandro deu grande passe para Cláudio Winck, que cortou Pará e decretou a terceira vitória seguida do Inter sobre o rival e deu à torcida colorada o direito de zombar com o estreante da tarde, que ouviu o coro de “Fica, Felipão, fica, Felipão”.
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