Diretor da CBF afirma que circunstâncias seriam analisadas, mas diretoria não mostra intenção de cumprir ameaça de abandonar Brasileiro por crise financeira
Em reunião com Dilma Rousseff,
Assumpção cogitou medida extrema
(Foto: Roberto Stuckert Filho / PR)
No
Botafogo, todos têm a certeza de que o
presidente Maurício Assumpção não seria capaz de levar a cabo o discurso kamikaze de tirar a
equipe do Campeonato Brasileiro por conta da crise financeira, como o
dirigente deu a entender em reunião com a presidente Dilma Roussef em Brasília,
na última sexta-feira. Deixar de disputar a Série A poderia até evitar novas
perdas econômicas, mas representaria um prejuízo incalculável para o clube do
ponto de vista técnico. Além de ser rebaixado, o Alvinegro correria o risco de
até mesmo ser desfiliado da CBF.
O
Regulamento Geral das Competições da CBF não especifica penas para tal atitude.
No entanto, prevê, em alguns casos, as consequências para um clube que decide
abandonar uma competição. O artigo 66, por exemplo, aponta que uma agremiação punida
pela Justiça Desportiva por abandono de campeonato de pontos corridos, como
o Brasileirão, têm sem efeito todos os seus resultados obtidos até então. De
acordo com o parágrafo 1º, se o abandono ocorrer nas últimas três rodadas, os resultados
anteriores ainda prevalecem.
No
entanto, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva pode optar pelo rebaixamento
do Botafogo, que hipoteticamente teria de lutar para se classificar na Série D.
Numa medida extrema, a CBF poderia até desfiliar o clube, caso não
considere válidas as argumentações.
-
Não é possível prever o que poderia acontecer, porque seriam analisadas as
circunstâncias desse abandono, caso o clube confirmasse essa intenção. Além
disso, o caso teria de passar pela questão jurídica - afirmou Virgílio Elísio,
diretor de competições da CBF.
Com
100% das receitas bloqueadas, o Botafogo ficou sujeito a penhoras depois de ter
sido excluído do Ato Trabalhista, que permitia o parcelamento de suas dívidas
fiscais sem que houvesse retenção de seus ganhos. Assim, jogadores estão há
cinco meses sem receber direitos de imagem, por exemplo.
Apesar
do discurso de uma atitude extrema, em General Severiano existe a certeza de
que o presidente não chegaria ao ponto de tirar o Botafogo de uma competição
como o Campeonato Brasileiro por conta de problemas financeiros. Na conversa
com Dilma Roussef, a intenção seria somente dimensionar a gravidade da
situação.
-
Não ouvi o presidente dizendo isso, mas deve ter os motivos dele, pois está à
frente do clube. Mas, sinceramente, não dá para acreditar piamente nisso,
porque o Botafogo tem camisa e tem uma história riquíssima. De qualquer
maneira, todos usam seus argumentos e nós temos de respeitar. Nossa função
aqui é dar treino e fazer o melhor, assim como os jogadores - afirmou o técnico
Vagner Mancini.
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