Depois de Ademilson, nova vítima do treinador é o meia Boschilia, duramente criticado por não cumprir as ordens táticas. Lista tem Breno, Hernanes, Oscar...
A justificativa do treinador foi de que o armador não se posicionou corretamente pelo esquerdo do ataque nos minutos finais. Mais que isso, estava pela direita, embolando o setor composto pelo colombiano Pabón. Aos berros e gesticulando, Muricy cobrou atenção e lembrou que o jogador estava no elenco profissional e não era mais um "juvenil".
Aqui
não é o juvenil ou amador. É profissional. Quando você manda um cara
fazer uma função, tem de fazer
Muricy Ramalho
- Aqui não é o juvenil ou amador. É profissional. Quando você manda um cara fazer uma função, tem de fazer. Tomamos o gol por essa função. Ele não está em Cotia, está no CT da Barra Funda. Aqui é muito grande. Não pode entrar tão desligado - disse o treinador, em entrevista coletiva.
A postura de Paulo Henrique Ganso ainda no gramado mostra que nem todo mundo no clube é favorável às atitudes de Muricy. Assim que o técnico começou a esbravejar no campo contra o garoto, o camisa 10 os separou rapidamente por não considerar aquele o lugar ideal para isso.
- O Boschilia é um menino de muita qualidade, mas é garoto. Ele vai aprender. Tirei o Muricy para dar a bronca no vestiário - disse Ganso.
Ademilson também já sofreu com a fúria do treinador. No ano passado, ao errar uma cobrança de falta nos minutos finais do jogo contra o Criciúma, em Santa Catarina, o atacante ouviu duras críticas no campo e nos vestiários. Segundo relatos, teria até chorado. Já em 2014, depois de o jogador fazer um belo gol diante do Botafogo-SP, pelo Paulistão, o técnico disse que ele necessitava melhorar bastante nas finalizações em virtude de outras chances perdidas.
Ainda no gramado, Muricy Ramalho dá
dura bronca no garoto Boschilia (Foto:
Marcos Ribolli)
Vale lembrar que Muricy foi o responsável pelo lateral-direito Auro, ainda sem oportunidades, o meia Boschilia e o atacante Ewandro serem providos após a Copa São Paulo. O último deles, aliás, entrou em algumas partidas, mas perdeu espaço com as contratações de Pabón e Alexandre Pato. Hoje, sequer aparece no banco.
Os problemas do técnico com a base do São Paulo começaram durante a passagem vitoriosa, de 2006 a 2009. Naquela ocasião, até jogadores que atuaram bastante com ele tiveram conflitos logo que chegaram ao elenco profissional.
Foram os casos de Breno e Hernanes. Muricy reclamava que o zagueiro exagerava nos lances de habilidade no setor defensivo. Com o meio-campista, a bronca era por ele não ter uma posição fixa - jogou como lateral, armador e volante no Sandro André. Ambos acabaram campeões e idolatrados pela torcida são-paulina.
Outros sequer tiveram chances. O meia Sérgio Mota, considerado por muitos "o novo Kaká", praticamente não atuou e acabou não confirmando a expectativa da direção. O também meia Oscar viveu situação semelhante, aparecendo em raras ocasiões. Depois de uma briga judicial, acabou no Internacional e hoje brilha no Chelsea e na seleção brasileira (vai para Copa do Mundo).
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2014/05/muricy-e-base-treinador-acumula-conflitos-com-garotos-no-sao-paulo.html
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