Treinador exalta "paciência, tranquilidade, e ao mesmo tempo intensidade" em triunfo, mas pondera: "Estamos no caminho certo, mas temos muitas coisa pra evoluir ainda"
- Eu falei para os jogadores e venho repetindo que cada jogo na Série B é decisivo. E um jogo decisivo tem que ter paciência, tranquilidade, e ao mesmo tempo intensidade. ,E foi isso que tivemos. Mantivemos o controle praticamente por todo os 90 minutos, o Náutico encontrou espaço para jogar principalmente no lado direito, no primeiro tempo, com a movimentação do Marcos Vinicius, que confundia o Washington e o Murilo, vinha por dentro, trabalhava nas costas. No segundo tempo, o treinador deles tentou confundir a marcação, abrindo o Marcos Vinícius, depois colocando jogadores velozes, para explorar contragolpes, mas mantivemos a maturidade, em nenhum momento cedemos o contra-ataque, continuamos articulando, criamos várias oportunidades, e no final fomos premiados com gol do Jael. Gol fruto de um trabalho, dele, que fica com o Saci, Marcelo Costa, Harisson, a cada final de treinamento. Hoje, a tão comentada bola parada sorriu para nosso lado e fomos premiados com a vitória que vai ser tão importante na nossa caminhada.
Confira os principais trechos da coletiva de Hemerson Maria
Hemerson Maria exalta tranquilidade e
intensidade, juntas, do Joinville (Foto:
José Carlos Fornér/JEC)
Opção por Harisson e não um centroavante- Em um jogo decisivo, como o jogo de hoje, é como xadrez, cada peça que muda... no intervalo mudamos o posicionamento para anular o Marcos Vinícius e o treinador deles inverteu ele de lado. Falei para os jogadores, pelo nível de atuação do Tartá e Marcelo, não era para ser substituído, mas eu teria que partir para a vitória e resolvi não mudar o sistema, mas apenas mudar jogadores com características diferentes. Se eu colocasse mais um centroavante, começaria a alçar bola na área, ficaria um buraco no meio do campo e abriria brecha para o contragolpe. Mas temos que ter paciência. Até brinco que a partir dos 40 minutos, não se toma gol, se faz gol. Como viram, mantivemos a frieza, o torcedor soube jogar com a equipe, entendeu a dificuldade do jogo, e no final saímos todos felizes.
Jael marcando, armando e fazendo gol...
- Jael é um jogador diferenciado no nosso futebol. Ele teria lugar em várias equipes de Série A, ai que peço para os torcedores, temos Ivan, Jael, Edigar Junio, Naldo, Washington: jogadores procurados por times de Série A, e o que faz eles optarem a ficar é o ambiente de trabalho, essa atmosfera que é criada na Arena, isso faz com que eles optem por ficar no Joinville. Não é que o torcedor não tenha direito de vaiar, quando você vai ao espetáculo no teatro, no cinema, e você não gosta, dá uma cornetada, então quando o torcedor não gosto, ele vaia. Mas procure deixar para o final e de repente direcionada para mim que decide colocar esses jogadores. Porque, gente, comprometimento está sendo absurdo, você vê o Jael marcando na ponta esquerda, acompanhando o lateral adversário e vou dizer para vocês, não vi ele fazer isso em nenhum equipe, enfim... Temos uma equipe muito comprometida e quando o grupo é assim, mesmo que peque pela parte técnica, ele merece um voto de confiança.
Sete meses invictos na Arena Joinville
- Somos das poucas equipes que está invicta em casa. Numa Série B, o Joinville é exemplo disso, é difícil vencer jogos em casa, vivenciei isso no meu tempo do Avaí, porque as equipes vem fechadas, com proposta de contra-ataque e com o psicológico a favor, às vezes, do clima de ansiedade que a torcida exerce sobre o time local. A nossa torcida está entendendo o que estou pendido, estamos fazendo um trabalho muito bonito, logicamente está no início, mas ele visa presentear o torcedor, a nós também, com o acesso tão sonhado no final de ano.
Hemerson Maria passa instruções a Bruno Costa: "Jogador diferenciado" (Foto: José Carlos Fornér/JEC)
- Ele é desses jogadores, que mencionei, que recebeu um pouco de rejeição da torcida até pela questão de eu o colocar na lateral esquerda. Quando falo para vocês de características, ele tem essa característica, é um excelente marcador e tem qualidade técnica. Ele não tem a qualidade técnica que o Saci tem por ali, mas compensa com poder de marcação, ajuda na bola aérea, tem muita personalidade, já foi capitão da equipe, é um jogador diferenciado, estudou jornalismo, agrega muito valor ao grupo, mesmo quando esta fora, sem forçar. Se for ver, todo o elenco está na Arena, o Saci, de muleta, o Juliano. Temos um grupo muito comprometido.
Joinville 100%
- Reservo um dia de treinamento para treinar as bolas paradas. Ontem foram 74 repetições, os caras saem com a cabeça inchada. Então a gente trabalha muito, e no inicio da temporada a gente não tinha como fazer isso, tinha jogo domingo e quarta, e tinha que trabalhar outras questões, como posicionamento e etc. Fomos corrigindo isso passo a passo. A parte ofensiva também, tivemos oportunidades, temos jogadores que não entraram ainda, que podem agregar, caso do Ratinho, do Harrison, do Hugo, Daniel Pereira, que ainda não estreou. Temos muito a evoluir, hoje estamos contentes com o 100%, mas temos o pé no chão que precisamos melhorar muito para conseguir o acesso, jogar muita bola ainda. Não considera a nossa equipe pronta, estamos no caminho certo, mas temos muitas coisa pra evoluir ainda.
O que ainda tem para melhorar no time?
- Sou de uma família de professores, sofredores né (risadas), e somos perfeccionistas. Sou chato em casa, cobro da minha filha, da minha esposa, e, para terem ideia, separo 30 lances de cada jogo, com cerca de 20 minutos de compacto e estudo cada lance para procurar corrigir tudo. Tem muita coisa a corrigir ainda, em todos setores, na questão defensiva, o meio de campo creio que pode jogar mais. Se analisares, as equipes que conseguem ser campeãs normalmente são as menos vazadas, fiquei louco com os gols sofridos aqui contra o Icasa e no Paraná, situações que poderíamos ter evitado, então temos que melhorar também.
Jael também na armação
- Precisamos de mais posse e bola no meio de campo. A vinda do Jael é para articular com o Marcelo, auxiliar. Determinados momentos do jogo, o Washington não consegue sair, ele faz uma transição muito forte com o Naldo no primeiro tempo, mas no segundo tempo às vezes falta um pouco de força para marcar e sair, a só fico com o Marcelo Costa na armação. Então o Jael sai um pouco da área para auxiliar um pouco, eles estão tendo esse entendimento. Precisamos melhorar o ataque também, um ponto que quase nos custou três pontos hoje (sábado), que é a finalização. Mas temos que melhorar em todos setores e buscar sempre a perfeição para alcançar os objetivos.
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