Relembre a trajetória do piloto da RBR em 2013 até a consagração, na Índia
Vettel comemora título na Índia (Foto: Getty Images)
Relembre os momentos-chave do tetracampeonato de Sebastian Vettel:
Depois de largar na pole e ser surpreendido por Kimi Raikkonen e Fernando Alonso na etapa de abertura, na Austrália, Vettel estava determinado a conseguir sua primeira vitória na prova seguinte, na Malásia, em março. Tão determinado, que acabou provocando uma grande polêmica, a maior de sua carreira. Após o último pit stop, Vettel perdeu a liderança para Mark Webber. A RBR, então, pediu para seus pilotos reduzirem o giro do motor e manterem as posições, para não pôr em risco a dobradinha. Mas o alemão ignorou solenemente as ordens. Partiu para cima, arriscou tudo e pegou o australiano de surpresa, fazendo a ultrapassagem e ficando com a vitória. A atitude de Vettel provocou a ira de Webber, que chegou até a fazer sinal com o dedo médio para o alemão. Após a polêmica, que ficou conhecida como “Multi 21” (ordem cifrada para manter as posições), a relação entre a dupla, que já não era das melhores, azedou de vez.
Em um primeiro momento, Vettel pediu desculpas. Porém, uma semana depois, disse que foi uma espécie de vingança por nunca ter sido ajudado pelo companheiro e que faria tudo de novo. A RBR criticou a atitude, mas tentou colocar panos quentes, evitando punir seu garoto prodígio. A "trairagem" arranhou a imagem de “bom moço” que Vettel construiu durante os anos. Mas quem mais sentiu o baque foi Webber. Em final de carreira, o australiano levou o golpe final, que consumiu as poucas motivações que lhe restavam na difícil missão de fazer frente ao talentoso parceiro. Vettel, novamente, tirava Webber de seu caminho pelo título.
Constrangimento de Vettel e Webber após GP da Malásia (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Nas etapas seguintes, vitórias de Alonso na China e Espanha, triunfos de Vettel no Bahrein e Canadá e o debute da Mercedes no alto do pódio, com Nico Rosberg, em Mônaco. Apesar do revezamento no alto do pódio, o alemão consolidava uma boa margem na liderança do campeonato. Seu maior rival, Alonso, “secava”. Dizia que uma hora o piloto da RBR teria problemas. E o problema veio no GP da Inglaterra, no fim de junho. Na corrida que ficou conhecida como a do “festival de pneus furados”, uma falha no câmbio foi o que tirou Vettel, quando este era líder, e fez a vitória cair no colo de Rosberg. E justamente quando a sorte parecia lhe ter sorrido. Pouco antes de quebrar, ele tinha assumido a ponta após Lewis Hamilton sair da briga com um pneu estourado. Ali ficaram dúvidas quanto à confiabilidade da RBR. Ninguém tinha dúvidas do potencial do carro do time austríaco. Mas será que ele resistiria a todas provas sem colocar a disputa pelo título em risco?
Vettel ficou a pé na Inglaterra devido a problemas de câmbio em sua RBR
(Foto: Getty Images)
A resposta veio uma semana depois. E em grande estilo. Apesar dos inúmeros triunfos na breve, mas vitoriosa carreira, faltava um em especial para Vettel, talvez o de maior valor sentimental na carreira de um piloto. Ele nunca havia sentido o gostinho de vencer diante de sua torcida. E o jejum acabou em Nurburgring. O alemão conseguiu segurar o ímpeto de Kimi Raikkonen nas voltas finais e finalmente sentiu o sabor de fazer a festa perante os fãs que lotaram a arquibancada.
Àquela altura Vettel chegava à sua quarta vitória na temporada, a 30ª na carreira, e dava uma resposta rápida aos adversários, mostrando que seria preciso um “algo a mais” para lhe tirarem do topo. Na corrida seguinte, na Hungria, Lewis Hamilton ensaiou mostrar esse “algo a mais”: levou a Mercedes a uma vitória folgada. A Fórmula 1 entrou de férias com Vettel na liderança, Alonso em segundo, mas a sensação que eram as “Flechas de Prata” que poderiam rivalizar com as RBR. Ledo engano.
Em Nurburgring, alemão finalmente conseguiu vencer diante de sua torcida
(Foto: AFP)
Após o triunfo de Hamilton na Hungria, a F-1 voltou das férias de Agosto vendo nova vitória de Vettel, na Bélgica, com direito a ultrapassagem sobre o britânico. Veio então o GP da Itália, casa da Ferrari, do vice-líder Fernando Alonso. E Vettel levou. Com autoridade. Sem ser ameaçado em nenhum momento pelo espanhol. A segunda vitória consecutiva, a sexta no campeonato, mexeu com os “tifosi”, como são conhecidos os apaixonados torcedores do time de Maranello. Ali, eles viram que, definitivamente, seria difícil evitar mais um título do alemão. Pela primeira vez na carreira, ao invés de aplausos, o alemão ouviu vaias na cerimônia do pódio. E dos mesmos italianos que um dia celebraram a sua surpreendente vitória, quando guiava por um time do país, a STR, em 2008. O sucesso estava incomodando.
Vitória e vaias no GP da Itália, casa da apaixonada torcida da Ferrari
(Foto: Getty Images)
As vaias magoaram Vettel. Mas o piloto conseguiu tirar forças dos episódios. E nas etapas seguintes, ampliou sua soberania. Com exibições impecáveis, faturou também os GPs do Japão e da Coreia. Parecia querer provar ao mundo o seu talento e ganhar, enfim, a unanimidade. E conseguiu. Na Índia veio o tetra, a festa, o desabafo. Seu nome na história estava garantido.
(*) Com a colaboração de Pedro Lopes, estagiário
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2013/10/rebeldia-vaias-quebra-e-vitoria-em-casa-o-tetra-de-vettel-em-quatro-atos.html
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