Em meio ao ódio da torcida tricolor após 'traições', craque mostra a amigos o desejo de voltar. Irmão só diz que R10 seguirá no futebol brasileiro em 2014
Ronaldinho conversa com Dida na saída de campoda Arena (Foto: Hector Werlang/Globoesporte.com)
Nas duas vezes anteriores em que enfrentou o Grêmio (Flamengo, em 2011, e Galo, em 2012), R10 havia adotado comportamento de indiferença. Algo bem diferente do domingo, quando ignorou o repúdio da torcida. Se sentiu tão à vontade que conversou com Kleber antes de iniciar a preparação para o jogo. E, ao final, logo ao chegar à zona mista da Arena, no trajeto até o vestiário visitante, tratou de parar para dar entrevistas e conversou com os atletas gremistas Dida, Zé Roberto e Guilherme Biteco. Tudo confirmado pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM.
A conversa de R10 com o goleiro foi igualmente na zona mista. Logo após, o meia atleticano cumprimentou três seguranças do Grêmio. E perguntou:
- Vocês vão lá?
O ‘lá’ era um churrasco em sua casa em Porto Alegre. A delegação estava de folga na noite de domingo, afinal, permaneceria na capital gaúcha até a segunda-feira pela manhã antes de embarcar para São Paulo, onde enfrenta o tricolor paulista na quarta. A verdade é que a relação do meia continua boa com muitos funcionários tricolores. Jogadores do Grêmio – igualmente de folga – também foram convidados.
Kleber confirmou a conversa. Porém, se recusou a revelar o assunto:
- Conheço o Ronaldo. Falamos sempre que jogamos contra. Foram vários assuntos, coisa nossa. Não sei (se teria clima com a torcida para o retorno). Entre os jogadores, acho que sim. É um cara que se dá bem com Renato. Quem tem de falar é a direção. Ele é jogador do Atlético-MG. É algo muito distante para acontecer.
Ronaldinho conversa com Kleber antes do jogo (Foto: Léo Simonini)
Era Renato o técnico do Grêmio no segundo caso de "traição" de R10, na opinião do torcedor. Em janeiro de 2011, ao anunciar o desejo de sair do Milan e voltar ao Brasil, o jogador recebeu ofertas do Tricolor, do Palmeiras e do Flamengo. Preferiu o carioca. O primeiro, em 2001, foi a saída traumática ao PSG, na qual o clube francês aproveitou o final do acordo para contratá-lo sem pagar indenização. Ao recorrer à Fifa, o Grêmio conseguiria receber pagamento anos depois.
À Rádio Bandeirantes, Fábio Koff falou da relação complicada com o atleta:
- Ronaldinho tem uma relação de amor e ódio com o Grêmio. No domingo, não falei com ele. Tenho boa relação inclusive com a família. Recordo dele pequeno, com 14 anos, na escolinha na época em que era presidente. Nós temos uma concepção sobre o futebol em 2014. Vamos ver se há interesse em contar com jogadores consagrados. O Ronaldinho tem um marketing muito forte, nome de respeito. Acho difícil, hoje é uma relação do ódio. Temos de resolver isso um momento oportuno. Mas uma coisa é clara: eu vou estar sempre com a torcida. Caso a torcida queira ele ou não.
Há um pensamento entre dirigentes tricolores que a relação pode ter dois propósitos: reaproximação ao Grêmio ou pressão por renovação de contrato com o Atlético-MG, a partir de uma concorrência.
R10 segue no Brasil em 2014
Irmão e empresário de Ronaldinho, Assis evita ao máximo falar sobre o futuro do atleta. Só antecipa que o jogador permanecerá no Brasil na próxima temporada.
- É o momento mais importante da história do Atlético-MG, temos uma relação fantástica com o clube. Seria muito ruim começar esse tipo de comentário agora, gera expectativa. Mas nós nascemos no Rio Grande do Sul e temos carinho muito grande pelo estado. Mas vamos deixar assim. Ele vai permanecer no Brasil em 2014. Vai continuar enquanto tiver chance de Seleção – comenta o agente, com ar de preocupação com o boato surgido.
Ronaldinho tem contrato com o Galo até 31 dezembro de 2013.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rs/futebol/noticia/2013/09/ronaldinho-revela-jogadores-do-gremio-vontade-de-retornar-ao-clube.html
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