domingo, 4 de agosto de 2013

Gre-Nal estreia na Arena com empate, três expulsos e gols dos matadores

Barcos e Damião definem o resultado do clássico deste domingo, disputado em clima tenso; Jorge Henrique deixa Colorado com um a menos


A CRÔNICA 
 
por Diego Guichard

Todos os ingredientes que fazem do Gre-Nal um dos clássicos de maior rivalidade do Brasil estiveram presentes na tarde deste domingo, na Arena do Grêmio, pela 11ª rodada do Brasileirão. Muita marcação, faltas, três expulsões e dois gols, um para cada lado. No primeiro clássico no novo estádio tricolor, os centroavantes foram protagonistas. Barcos abriu o placar, enquanto Leandro Damião igualou em 1 a 1 para o Inter.

O Colorado, que jogou boa parte do segundo tempo com um a menos após o cartão vermelho para Jorge Henrique, subiu para a quarta colocação, com 19 pontos. O Grêmio fica em oitavo, com 16.
A partir de segunda-feira, Renato começa a preparação para o jogo contra o Coritiba, na quinta, novamente na Arena. Os comandados de Dunga folgam no meio da semana e enfrentam o Atlético-PR no domingo.

Juan e Kleber disputam a bola no Gre-Nal (Foto: Lucas Uebel/Divulgação, Grêmio) 
Juan e Kleber disputam a bola no Gre-Nal: clima tenso no clássico (Foto: Lucas Uebel/Divulgação, Grêmio)
 
O clima de mistério seguiu até o início da partida. Pelo lado azul, novidade: o esquema era o 3-5-2. Testado no treinamento fechado, Rhodolfo foi confirmado pela primeira vez na equipe, permanecendo entre Werley e Bressan. No Inter, uma singular dúvida. Mesmo sem as melhores condições físicas, Índio se concentrou e participou do aquecimento. Dez minutos antes da partida, Dunga divulgou a escalação de Ronaldo Alves na função do jogador mais experiente do Colorado.
Em casa, com mais de 95% de torcedores a favor, o time gremista era vista com maior volume de jogo. Agora alas, Pará e Alex Telles ganhavam liberdade para surgir como pontas, o que criava dificuldade a defesa visitante. Assim, duas chances foram criadas. Tímidas, é verdade, com chute de Elano e cabeceio de Barcos.

Gol imortal e resposta imediata
Gladiador tem tudo a ver com Arena. Dentro da área, no melhor estilo Kleber, o atacante segurou a bola, aos 16 minutos, e levou o tranco de Willians. Pênalti. na cobrança, Barcos cumpriu o que manda o manual dos centroavantes. Bateu forte, no canto. Muriel até pulou certo, mas não chegou a tempo. Com direito a tapa-olho e o gesto do Pirata, o argentino comemorou muito o gol imortal: o primeiro dos clássicos na casa tricolor.
  
A resposta colorada foi quase instantânea. Lançamento de Willians para a área, em curva. Ligado, Leandro Damião entrou na diagonal e chutou de primeira: 1 a 1. Era um novo Gre-Nal.
 
Cautela nos dois lados
 Nenhum dos  times arriscava demais. Partia-se do princípio: primeiro a defesa, depois do ataque. Oportunidades reais de gol, escassas. Seriam inexistentes, se não fosse uma cobrança de falta fechada de D’Alessandro e cabeceio de Kleber. Os dois lances bem defendidos por Dida e Muriel, respectivamente.
 
Gre-Nal com Jorge Henrique e Riveros (Foto: Lucas Uebel/Divulgação, Grêmio) 
Gre-Nal com Jorge Henrique e Riveros (Foto: Lucas Uebel/Divulgação, Grêmio)
 
Como já faz parte do gene de qualquer clássico,  havia muitas faltas e reclamações. Aos 33, D’Alessandro foi puxado pela camisa por Adriano, que já tinha amarelo. O camisa 10 esbravejou para o juiz Fabrício Neves Correia, mas o juiz manteve a postura e não aplicou o cartão. Só que o lance alertou o técnico Renato. “Adriano poderia ser expulso”. Cinco minutos depois, Ramiro substituía o volante.

Segundo tempo truncado
Dunga também indentificou um ponto fraco no time. Ednei estava abaixo do restante da equipe. Para a segunda etapa, trocou o lateral por Fabrício. Só que o escolhido para exercer a função na direita foi o polivalente Jorge Henrique, um tipo de curinga  na equipe vermelha. Só que o jogo era truncado, brigado, faltoso... feio. Enfim, a cara de um Gre-Nal. 

As jogadas pelos flancos seguiam como principal opção tricolor. Aos 11 minutos, Barcos dividiu com D’Ale, que reclamou falta, e viu a defesa colorada desconcertada, sem a organização quase militar orientada por Dunga. Então, Pirata alçou bola e encontrou Elano totalmente livre. Sem o “cacoete“ de um centroavante, ele testou por cima, desperdiçando rara chance.

Dois gringos, então, foram acrescentados ao jogo. Um de cada lado. O estreante Scocco entrava na vaga de Forlán, pouco participativo em campo, enquanto Maxi Rodríguez substituía Elano, que já vinha em queda de rendimento em campo.


Aos 31 minutos, o uruguaio já mostrou as suas armas. Lançou Barcos na entrada da área e Jorge Henrique derrubou o Pirata. Como já tinha um amarelo, foi expulso. Com um a menos, Josimar virou lateral-direito e D’Alessandro recuou como um tipo de terceiro volante. O time de Dunga teve uma única chance. Scocco recebeu na frente da área, se livrou do marcador e bateu colocado, com perigo para Dida.

Renato ainda tentou deixar o time mais rápido, colocando o atacante Paulinho na vaga de Riveros. Já no fim do jogo, Fabrício e Werley ainda foram expulsos por agressões. Mas não deu tempo de mudar o cenário do jogo. Ficou tudo igual.

 
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