Levantador se destaca na conquista do primeiro título do Rio de Janeiro na Superliga e torna o maior vencedor na história do torneio, com seis taças
O olhar determinado e fixo na quadra desviou poucas vezes. Uma delas para procurar a mãe na arquibancada. Vera Mossa é considerada pé-quente por Bruninho. No anel superior do Maracanãzinho, já havia localizado o pai, Bernardinho. De lá, o técnico da seleção brasileira sofria a seu jeito durante a decisão entre Rio de Janeiro e Cruzeiro. Torcia para ver o filho mais velho distribuir bem o jogo e entrar para a história da Superliga como maior vencedor. Teve a sorte de ver as duas coisas. E se apressou em tomar emprestado um cartaz, no qual se lia "Bruno, nós te amamos" para expressar o que estava sentido. A poucos metros dali, o capitão do Rio de Janeiro comandava a festa e encontrava naquele troféu um significado diferente. Uma resposta.
- É um título especial porque eu tenho sempre que mostrar algo para algumas pessoas. Depois dessa vitória espero que essas poucas tenham um pouco mais de respeito pelo meu trabalho. Poucas pessoas que ainda duvidam do meu talento e do meu trabalho, acham que eu só estou na seleção porque sou filho do Bernardinho, mas eu provo a cada dia que não é nada disso. Sou hexacampeão e não quero que ninguém duvide da minha capacidade - desabafou o levantador.
Bruninho levanta o troféu de campeão da Superliga 2012/2013 (Foto: André Durão)
- Nós saímos na porrada, no bom sentido, brigamos pelo melhor para o time. Fizemos, sobretudo, um grupo amigo. Não imaginávamos muita coisa nessa final. Esperava pelo pior porque começamos atrás. Mas tivemos a lucidez de passar pelo momento muito bom deles no primeiro set. Depois dali, tudo deu certo. Não imaginava ser recordista, ainda mais com 26 anos. Dedico isso ao grupo.
Estava orgulhoso também de ter ajudado a pôr fim a um jejum de 32 anos. Até então, o último time do estado a conquistar um campeonato nacional foi o Atlântica Boavista em 1981. Bruninho não era nem nascido. Esta foi a quarta vez em que pai e filho foram campeões na mesma edição.
- A gente viu esse ginásio lotado... Foi uma final difícil contra uma equipe que é vice-campeã mundial e que merece aplausos. Acho que esse jejum é mais uma marca impressionante. Nosso time quebrou um tabu. A família está feliz (risos). E eu estou feliz por poder dividir esse momento com meus pais.
E espera continuar convivendo com eles na próxima temporada. Bruninho não soube dizer se o projeto terá continuidade, mas mostrou vontade de ficar.
- Não sei de nada, mas quero continuar. O público tem adorado esse projeto e comprou essa ideia. Espero que a equipe continue e forte. Tivemos tranquilidade para lidar com essa pressão porque diziam que era a equipe de melhor investimento. Mas pela minha experiência, dinheiro não ganha campeonato. A gente matou no peito e mostrou que o que ganha aqui é o dia a dia.
Levantador do Rio, Bruninho vibra na final da Superliga masculina diante do Cruzeiro (Foto: André Durão)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/04/bruninho-muitos-acham-que-estou-na-selecao-por-ser-filho-bernardinho.html
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