Ata da reunião do fim de 2010 informa que clube não precisaria pagar pelas adequações ao esporte, feitas para as Olimpíadas, e tinha aval de Dinamite
Os desdobramentos do descarte de São Januário para ser sede do rúgbi
nos próximos Jogos Olímpicos, definido pelo Comitê Rio 2016 na última
quinta-feira, ainda devem criar dor de cabeça para a diretoria por um
bom tempo. As explicações oficiais
para a entrega de um projeto superficial, diferentemente do que estava
sendo desenhado até a metade deste ano, dão conta de que os valores para
a adequação ao esporte, fora a reforma prevista, ficariam a cargo do
clube e poderiam chegar a até R$ 40 milhões. Isso, porém, não estava na
ata de uma das reuniões a respeito da empreitada, com a data de 20 de
novembro de 2010.
No documento que os conselheiros tiveram acesso, o presidente Roberto Dinamite enaltecia os benefícios oferecidos e tentava convencer correligionários e oposicionistas a embarcar na ideia, através de tópicos como a notoriedade do nome do Vasco em âmbito internacional e a reurbanização do entorno do estádio - necessidade que vem sendo discutida há décadas. Mas o principal era que o poder público arcaria com os gastos referentes só à competição. O fato tem intrigado até algumas pessoas influentes nas negociações que não foram avisadas da mudança de planos e discurso e começam a cobrar, já que intercederam no processo.
Outros membros contestam a decisão tratando-a como "contra os interesses do clube". Boa parte, seja de situação ou de oposição, em contrapartida, já defendia que a cessão de São Januário era suficiente e que a mobilização posterior não deveria afetar os planos de reforma.
O Vasco esperou a negativa para manifestar publicamente suas dúvidas quanto ao que a cessão da Colina lhe ajudaria. O vice de marketing Eduardo Machado chegou a comparar este projeto olímpico ao de 2000,
que rendeu altas dívidas trabalhistas, e disse que as limitações quanto
a patrocinadores, pelas exigências do COI, somariam pouco aos cofres
cruz-maltino. E Dinamite ressaltou que o Vasco, no fim das contas, não
seria sido ajudado.
- O Vasco teria que gastar em média, para poder se adaptar, R$ 39 milhões... quase R$ 40 milhões, na verdade, e o Vasco não tem condições de fazer isso hoje. Então, por esse motivo, o Vasco tem um projeto maior, de uma arena que vai atender aos interesses do nosso torcedor (...). as coisas são colocadas de uma forma que o torcedor pensa que o Vasco perdeu a oportunidade de alguém ajudar, e na realidade não ia ajudar - argumentou.
Valores divulgados seriam menores
Segundo uma pessoa ligada à organização do evento, que, em virtude do feriado prolongado, não se manifestou desde então, os valores para a adaptação ao rúgbi estariam longe dos divulgados pelo clube carioca. E que já se sabia a necessidade de investir antes mesmo de finalizar o estudo de viabilidade, que não contava com garantias financeiras nem provas de que a área externa seria modificada - este um compromisso pessoal do prefeito Eduardo Paes, vascaíno e um dos alicerces para confirmar a realização dos jogos.
A Cruzada Vascaína, grupo político que ficou em segundo lugar na última eleição, chegou a protocolar uma carta na secretaria de São Januário sugerindo que fosse pedido o adiamento do prazo ao Comitê Rio 2016 até o fim deste ano, para que o trabalho iniciado pelo ex-vice de finanças, Nelson Rocha, ciente dos gastos, estivesse completo. Ela foi ignorada, assim como o envio de um projeto paralelo de urbanização do bairro feito por sócios que atuam no ramo, para que o Vasco tivesse um plano B à disposição. Hoje, à exceção das conversas com a construtora OAS, a transformação do estádio em arena multiuso, especialmente com a agilidade pretendida, tem menos perspectivas do que antes, já que a visibilidade trazida pelas Olimpíadas também era tida como o carro-chefe para o retorno dos investimentos realizados.
No documento que os conselheiros tiveram acesso, o presidente Roberto Dinamite enaltecia os benefícios oferecidos e tentava convencer correligionários e oposicionistas a embarcar na ideia, através de tópicos como a notoriedade do nome do Vasco em âmbito internacional e a reurbanização do entorno do estádio - necessidade que vem sendo discutida há décadas. Mas o principal era que o poder público arcaria com os gastos referentes só à competição. O fato tem intrigado até algumas pessoas influentes nas negociações que não foram avisadas da mudança de planos e discurso e começam a cobrar, já que intercederam no processo.
Outros membros contestam a decisão tratando-a como "contra os interesses do clube". Boa parte, seja de situação ou de oposição, em contrapartida, já defendia que a cessão de São Januário era suficiente e que a mobilização posterior não deveria afetar os planos de reforma.
Ata da reunião de 2010 que indica, no tópico sublinhado, o custeio do rúgbi pelo governo (Foto: Reprodução)
- O Vasco teria que gastar em média, para poder se adaptar, R$ 39 milhões... quase R$ 40 milhões, na verdade, e o Vasco não tem condições de fazer isso hoje. Então, por esse motivo, o Vasco tem um projeto maior, de uma arena que vai atender aos interesses do nosso torcedor (...). as coisas são colocadas de uma forma que o torcedor pensa que o Vasco perdeu a oportunidade de alguém ajudar, e na realidade não ia ajudar - argumentou.
Valores divulgados seriam menores
Segundo uma pessoa ligada à organização do evento, que, em virtude do feriado prolongado, não se manifestou desde então, os valores para a adaptação ao rúgbi estariam longe dos divulgados pelo clube carioca. E que já se sabia a necessidade de investir antes mesmo de finalizar o estudo de viabilidade, que não contava com garantias financeiras nem provas de que a área externa seria modificada - este um compromisso pessoal do prefeito Eduardo Paes, vascaíno e um dos alicerces para confirmar a realização dos jogos.
A Cruzada Vascaína, grupo político que ficou em segundo lugar na última eleição, chegou a protocolar uma carta na secretaria de São Januário sugerindo que fosse pedido o adiamento do prazo ao Comitê Rio 2016 até o fim deste ano, para que o trabalho iniciado pelo ex-vice de finanças, Nelson Rocha, ciente dos gastos, estivesse completo. Ela foi ignorada, assim como o envio de um projeto paralelo de urbanização do bairro feito por sócios que atuam no ramo, para que o Vasco tivesse um plano B à disposição. Hoje, à exceção das conversas com a construtora OAS, a transformação do estádio em arena multiuso, especialmente com a agilidade pretendida, tem menos perspectivas do que antes, já que a visibilidade trazida pelas Olimpíadas também era tida como o carro-chefe para o retorno dos investimentos realizados.
Dinamite e Peralta (vice geral) assinam texto que cita benefícios por receber Olimpíadas (Foto: Reprodução)
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