Treinado pelo pai nos campos de pelada, discreto camisa 12 do Flu quer esquecer passado na Europa e se consolidar como ídolo nas Laranjeiras
Diego Cavalieri revelou que chorou na Inglaterra
(Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)
(Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)
- Cheguei a chorar - recorda Cavalieri.
O treinamento, no entanto, começou muito antes do Fluminense, do Liverpool ou até mesmo de entrar para as categorias de base do Palmeiras. Diego Cavalieri costumava acompanhar o pai nas peladas que disputava com os amigos. Além de observar os movimentos de Mazola, acabava se arriscando nos intervalos. Mesmo diante de pessoas muito mais velhas e com chutes fortes, encarava as bolas e realizava alguns dos milagres que hoje a torcida do Fluminense tanto comemora.
- Meu pai brincava muito comigo. Ele chegou a jogar pelo Santo André, mas teve de largar tudo quando meu avô morreu. Só que mesmo assim acabava me treinando. Chegava nas peladas para os amigos e mandava chutar forte mesmo que eu ia me virar. Aquilo já foi um aprendizado. Não tinha diferença de idade, ele sempre dizia para eu dar meu jeito. E isso de certa forma me ajudou. Em 2009, estava na Inglaterra e ele faleceu. Mas tenho certeza de que ainda está me acompanhando - relembrou Diego, que é pai de Enzo, de um ano e dois meses, e que espera não ver seguindo o mesmo caminho, apesar de garantir o apoio caso seja a sua escolha.
Hoje, Diego Cavalieri é uma realidade. E aos poucos vai consolidando sua posição entre os grandes goleiros do Fluminense. Para muitos tricolores, ele já é o maior da posição desde Paulo Victor, ídolo da década de 80. Caso conquiste o Campeonato Brasileiro, seu segundo título pelo clube - o primeiro foi o Carioca neste ano -, já pode entrar na galeria, apesar de ele ainda achar que é pouco.
Diego Cavalieri rezando antes de jogo pelo Fluminense (Foto: Agência AFP)
Frieza marca personalidade
Além da simplicidade nas defesas, sejam elas simples ou até as consideradas milagrosas, um traço marcante de Diego Cavalieri é a frieza. Exemplo claro disso foi a reação após defender um pênalti em um Fla-Flu no Engenhão lotado aos 40 minutos do segundo tempo. Punhos cerrados e nem ao menos um sorriso após o lance que ajudou a definir a vitória tricolor por 1 a 0. Fatos como esse renderam ao camisa 12 o apelido de Homem de Gelo entre alguns torcedores. Ele explica que sempre foi assim.
Diego Cavalieri na partida do Fluminense contra o Flamengo (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)
Apesar de dizer que sempre foi assim, as dificuldades que passou no período em que atuou no futebol europeu ajudaram a moldar sua personalidade. Contratado pelo Liverpool após boas temporadas pelo Palmeiras, acabou recebendo raras oportunidades, que o desanimaram bastante. De lá foi para o modesto Cesena, da Itália, mas as sonhadas chances também não apareceram. Foi um período de aprendizado e questionamentos até aparecer o Fluminense.
Diego Cavalieri em jogo pelo Liverpool (Foto: AFP)
Frio e sério. As características são marcantes e estão presentes. Mas será que a torcida tricolor não vai ver Diego Cavalieri vibrar que nem um maluco nem mesmo no jogo que consolidar a tão sonhada conquista do Campeonato Brasileiro? Pode até ser, mas o paredão tricolor não garante.
- Se a gente realmente conquistar, eu não sei dizer como vai ser. Sou tranquilo e discreto. Não dá para fazer uma previsão. Na hora vem e a gente faz. Vamos ver o que acontece (risos).
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2012/11/paredao-desde-crianca-cavalieri-sonha-com-idolatria-tricolor.html
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