A CRÔNICA
por
Diego Ribeiro
O gol tardio de Barcos não enganou a torcida do Palmeiras, que vaiou o
time ao final do empate em 2 a 2 com o Botafogo, neste domingo, em
Araraquara. Ao Alvinegro, que vencia até os 45 do segundo tempo, fica o
gosto amargo de perder a chance de se aproximar do São Paulo, último que
se classificaria para a Taça Libertadores da América. No fim do duelo,
ficou ruim para os dois lados – um pouco pior para o Verdão.
O Botafogo lamentou demais o gol sofrido no fim. O time foi aos 51 pontos e continua a oito do São Paulo, que também empatou neste domingo – com o Fluminense, no Morumbi. Lodeiro foi o melhor do lado alvinegro, fazendo um gol e dando o passe para Elkeson marcar o segundo.
Maurício Ramos inventa, Barcos não
Fazer o simples nem sempre é tão fácil. O Palmeiras de Gilson Kleina é capaz de provar isso. No discurso, tudo muito bonito: não inventar, tocar fácil, fazer o básico... Na prática, inventa-se. E muito. Sabendo disso, o Botafogo de Oswaldo de Oliveira se portou de maneira correta, esperando a primeira falha palmeirense para armar o contra-ataque.
O Verdão, mais uma vez, foi superior ao seu adversário durante o primeiro tempo. A irritação deu lugar à paciência, virtude que até o esquentadinho Luan teve ao se livrar da marcação e deixar Patrick Vieira na cara do gol, aos 16 minutos. O garoto não apresentou a mesma calma, e o chute foi para fora. Mesmo assim, a postura animou o pequeno público presente em Araraquara – uma decepção, já que o time precisa demais do apoio do torcedor.
Tudo ia bem, até que Maurício Ramos não fez o simples. Justo ele, que
durante a semana cobrou tranquilidade dos seus companheiros. Aos 21,
resolveu sair jogando, Andrezinho roubou, quatro botafoguenses
dispararam e, segundos depois, Lodeiro aproveitava o rebote da trave
para fazer 1 a 0. O Botafogo, sim, fazia o básico. Uma aula de
contra-ataque na Arena da Fonte.
A torcida ensaiou um protesto, gritando que se o Palmeiras não ganhasse o “bicho ia pegar”. Até ela se lembrar de que o artilheiro Barcos gosta demais de enfrentar o Botafogo. Só depois do gol é que o Pirata acordou, buscou jogo, tentou tabelas. Mesmo assim, nada levava perigo à meta de Jefferson.
Sem imaginação no meio-campo, sobrou para a bola parada de Marcos Assunção. Aos 28, cobrança de escanteio na cabeça de Patrick Vieira, que desviou para Barcos empatar, quase debaixo das traves. Atenção aos números: 26 gols na temporada, a um de sua meta anual e do prometido churrasco – e o quinto gol no Alvinegro em quatro duelos. Tudo porque Barcos fez, pasmem, o simples.
Verdão martela, e Alvinegrosó vai na boa
O Botafogo começou o segundo tempo com marcação no campo de ataque, pressionando a saída de bola alviverde. Sempre com seu bloco de quatro jogadores bem definido: Andrezinho, Fellype Gabriel e Lodeiro em linha, e Bruno Mendes mais avançado. O sistema dinâmico deu tão certo que o segundo gol quase saiu logo aos 3 minutos, quando Andrezinho cruzou e Lodeiro exigiu defesa difícil de Bruno.
Mais ligado, o Alvinegro, enfim, descobriu o caminho para irritar um Palmeiras que vive altos e baixos na parte psicológica. Gesticulando muito, Oswaldo pedia para seus jogadores rodarem a bola de um lado a outro do campo. Luan foi o primeiro a ficar nervoso: bateu boca com rivais e foi advertido verbalmente pelo árbitro Elmo Resende Cunha.
Quando Gilson Kleina mandou Maikon Leite para o aquecimento, a sensação era de que ele sacaria seu jogador mais irritado. No entanto, o palmeirense ousou e tirou Artur, deixando a equipe com três atacantes para tentar retomar as rédeas do jogo. No plano tático, deu certo. O Verdão passou a pressionar, mandar no jogo. O panorama era todo alviverde. Faltou técnica.
De novo, o “simples” não apareceu. Luan, duas vezes, Maikon Leite e
Patrick Vieira tiveram a bola do jogo quase na pequena área, em lances
semelhantes. Nas quatro vezes, eles tentaram fazer uma jogada mais
bonita e perderam suas oportunidades. A torcida, claro, voltou a pegar
no pé. Pediu Obina, vaiou o árbitro, pressionou.
O castigo foi duro, quase um nocaute. De novo, Maurício Ramos, em dia para ser esquecido. Aos 18 minutos, ele perdeu uma disputa com Lodeiro, que cruzou na cabeça de Elkeson – o atacante acabara de entrar no lugar de Fellype Gabriel: 2 a 1 para o eficiente Botafogo.
Nos 30 minutos que sucederam o gol de Elkeson, o pesadelo das chances perdidas se repetiu no Palmeiras. E tome bola na trave de Maikon Leite, defesa de Jefferson em chute do mesmo atacante, tropeço de Patrick Vieira com o gol vazio, bola de Barcos que a zaga salva em cima da linha...O Palmeiras martelava, martelava, martelava... Torcedores se desesperavam nas arquibancadas. Nas finalizações, um verdadeiro massacre. Tinham sido 21 tentativas de gol verde contra sete do Alvinegro. Aos 45 minutos, Barcos, apareceu - de novo! - na sua missão de salvador. O argentino dominou no peito dentro da área, deixou a bola pingar e encheu o pé esquerdo no ângulo de Jefferson.
O placar de 2 a 2, como mandante, ainda pode ser considerado um resultado negativo. Mas pelo que o Palmeiras jogou e se dedicou, o torcedor ainda tenta manter um fiozinho de esperança nas quatro partidas finais para não ser rebaixado. Já o Botafogo, a oito pontos do G-4, vê a vaga na Libertadores ficar cada vez mais complicada.
Na próxima rodada, o Botafogo recebe a Portuguesa, sábado às 19h30m
(horário de Brasília), no Engenhão. No domingo, o Palmeiras pega o
Fluminense às 17h, no Prudentão, em Presidente Prudente.
saiba mais
O empate deixou o Palmeiras com 33 pontos, algo que fica ainda mais
grave com a vitória do Sport sobre o Vasco por 3 a 0. O Verdão continua
na 18ª posição, mas agora a três pontos do 17º colocado. De bom, só
Barcos. Com os dois gols marcados neste domingo, o Pirata chegou aos 27
na temporada e atingiu a meta estabelecida em sua chegada. Só não há
clima para o churrasco prometido para celebrar o feito. O drama
alviverde é tão grande que vários torcedores passaram o segundo tempo
chorando na Arena da Fonte. O rebaixamento está cada vez mais difícil de
ser evitado.O Botafogo lamentou demais o gol sofrido no fim. O time foi aos 51 pontos e continua a oito do São Paulo, que também empatou neste domingo – com o Fluminense, no Morumbi. Lodeiro foi o melhor do lado alvinegro, fazendo um gol e dando o passe para Elkeson marcar o segundo.
Maurício Ramos inventa, Barcos não
Fazer o simples nem sempre é tão fácil. O Palmeiras de Gilson Kleina é capaz de provar isso. No discurso, tudo muito bonito: não inventar, tocar fácil, fazer o básico... Na prática, inventa-se. E muito. Sabendo disso, o Botafogo de Oswaldo de Oliveira se portou de maneira correta, esperando a primeira falha palmeirense para armar o contra-ataque.
O Verdão, mais uma vez, foi superior ao seu adversário durante o primeiro tempo. A irritação deu lugar à paciência, virtude que até o esquentadinho Luan teve ao se livrar da marcação e deixar Patrick Vieira na cara do gol, aos 16 minutos. O garoto não apresentou a mesma calma, e o chute foi para fora. Mesmo assim, a postura animou o pequeno público presente em Araraquara – uma decepção, já que o time precisa demais do apoio do torcedor.
Palmeirenses tentam evitar, sem sucesso, o gol de Lodeiro (Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
A torcida ensaiou um protesto, gritando que se o Palmeiras não ganhasse o “bicho ia pegar”. Até ela se lembrar de que o artilheiro Barcos gosta demais de enfrentar o Botafogo. Só depois do gol é que o Pirata acordou, buscou jogo, tentou tabelas. Mesmo assim, nada levava perigo à meta de Jefferson.
Sem imaginação no meio-campo, sobrou para a bola parada de Marcos Assunção. Aos 28, cobrança de escanteio na cabeça de Patrick Vieira, que desviou para Barcos empatar, quase debaixo das traves. Atenção aos números: 26 gols na temporada, a um de sua meta anual e do prometido churrasco – e o quinto gol no Alvinegro em quatro duelos. Tudo porque Barcos fez, pasmem, o simples.
Barcos vibra com o gol de empate ainda no primeiro tempo (Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
O Botafogo começou o segundo tempo com marcação no campo de ataque, pressionando a saída de bola alviverde. Sempre com seu bloco de quatro jogadores bem definido: Andrezinho, Fellype Gabriel e Lodeiro em linha, e Bruno Mendes mais avançado. O sistema dinâmico deu tão certo que o segundo gol quase saiu logo aos 3 minutos, quando Andrezinho cruzou e Lodeiro exigiu defesa difícil de Bruno.
Mais ligado, o Alvinegro, enfim, descobriu o caminho para irritar um Palmeiras que vive altos e baixos na parte psicológica. Gesticulando muito, Oswaldo pedia para seus jogadores rodarem a bola de um lado a outro do campo. Luan foi o primeiro a ficar nervoso: bateu boca com rivais e foi advertido verbalmente pelo árbitro Elmo Resende Cunha.
Quando Gilson Kleina mandou Maikon Leite para o aquecimento, a sensação era de que ele sacaria seu jogador mais irritado. No entanto, o palmeirense ousou e tirou Artur, deixando a equipe com três atacantes para tentar retomar as rédeas do jogo. No plano tático, deu certo. O Verdão passou a pressionar, mandar no jogo. O panorama era todo alviverde. Faltou técnica.
Elkeson, Bruno e Renato após o segundo gol
(Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
(Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
O castigo foi duro, quase um nocaute. De novo, Maurício Ramos, em dia para ser esquecido. Aos 18 minutos, ele perdeu uma disputa com Lodeiro, que cruzou na cabeça de Elkeson – o atacante acabara de entrar no lugar de Fellype Gabriel: 2 a 1 para o eficiente Botafogo.
Nos 30 minutos que sucederam o gol de Elkeson, o pesadelo das chances perdidas se repetiu no Palmeiras. E tome bola na trave de Maikon Leite, defesa de Jefferson em chute do mesmo atacante, tropeço de Patrick Vieira com o gol vazio, bola de Barcos que a zaga salva em cima da linha...O Palmeiras martelava, martelava, martelava... Torcedores se desesperavam nas arquibancadas. Nas finalizações, um verdadeiro massacre. Tinham sido 21 tentativas de gol verde contra sete do Alvinegro. Aos 45 minutos, Barcos, apareceu - de novo! - na sua missão de salvador. O argentino dominou no peito dentro da área, deixou a bola pingar e encheu o pé esquerdo no ângulo de Jefferson.
O placar de 2 a 2, como mandante, ainda pode ser considerado um resultado negativo. Mas pelo que o Palmeiras jogou e se dedicou, o torcedor ainda tenta manter um fiozinho de esperança nas quatro partidas finais para não ser rebaixado. Já o Botafogo, a oito pontos do G-4, vê a vaga na Libertadores ficar cada vez mais complicada.
Barcos, o nome do jogo, é abraçado pelos companheiros (Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
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