A CRÔNICA
por
Diego Ribeiro
A Portuguesa aplicou uma lição ao Palmeiras nesta quarta-feira, no
Canindé: não dá para viver de passado, por mais recente que ele seja.
Com um jogo coeso, planejado e baseado nos contra-ataques, a Lusa venceu
por 3 a 0, dois gols do artilheiro Bruno Mineiro e um de Moisés, e vê a
zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro cada vez mais distante. O
Verdão, ainda sobre os louros do título da Copa do Brasil, parou de
jogar futebol. Em algumas boas atuações, não obteve o resultado por obra
do acaso. Nesta quarta, nem boa atuação teve e somou sua terceira
derrota consecutiva no torneio.
A Lusa chegou aos 25 pontos e mantém uma sequência positiva: apenas uma derrota nos últimos dez jogos. O técnico Geninho vai ajeitando sua equipe, mas tem muito a agradecer a Bruno Mineiro. Em sete jogos, já são seis gols e a idolatria imediata junto à torcida rubro-verde. A Lusa foi cirúrgica nos contra-ataques e deu show no Canindé.
O Palmeiras? Este, mais uma vez, tropeça nos próprios erros defensivos. O time de Luiz Felipe Scolari estacionou nos 16 pontos e, para piorar, o Bahia venceu o Santos por 3 a 1 na Vila. Assim, o Verdão fica a quatro pontos da primeira equipe fora da zona da degola. Se não era desesperador no fim do primeiro turno, agora passa a ser.
As duas equipes voltam a jogar no sábado, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras recebe o Grêmio às 18h30m (horário de Brasília), no Pacaembu, enquanto a Portuguesa visita o Vasco um pouco mais tarde, às 21h, em São Januário.
Caça aos gringos
Em casa, mas com minoria de torcida, a Portuguesa entrou em campo com uma tática bem clara: não dar um centímetro sequer de espaço aos criativos Valdivia e Barcos. Mais do que bem marcados, o chileno e o argentino foram caçados pela zaga rubro-verde. O Mago sofreu quatro faltas duras nos primeiros 15 minutos e ainda deu dois sustos no primeiro tempo, quando caiu, levou a mão à coxa esquerda, mas continuou em campo.
Apesar das entradas mais fortes, a Lusa também mostrou futebol e teve o domínio por algum tempo. Pelas pontas, Luis Ricardo e Moisés levaram vantagem sobre Juninho e João Vitor, mas o problema é que a equipe de Geninho apostou demais na bola aérea. Muito bem na defesa, Thiago Heleno afastou todas com autoridade. Sem tantos recursos, a Portuguesa levou pouco perigo a Bruno – a melhor chance foi em uma aparição de Moisés na área, num cabeceio sem força
.
No ataque alviverde, Barcos sofria. O Pirata tentava uma brecha entre Gustavo, Valdomiro e Rogério, este improvisado na lateral esquerda. O argentino mostrou uma irritação incomum e errou posicionamentos simples, como o da linha de impedimento – a bandeirinha levantou para ele na chance que parecia mais clara para o Palmeiras, em contra-ataque pela direita. Ele foi mais útil na defesa, ajudando Thiago Heleno a afastar cruzamentos.
Felipão optou por manter a formação do clássico com o Santos, e por isso Mazinho e Betinho ficaram abertos pelas pontas. Não deu certo. Faltou inspiração para o primeiro e qualidade para o segundo. Até por isso, o ataque palmeirense ficou muito espalhado, perdido, desorganizado. A Lusa aproveitou para crescer novamente, e Ananias quase abriu o placar aos 39 minutos, em jogada típica de pivô, girando em cima do zagueiro para finalizar.
O mesmo Ananias se lembrou da existência de Valdivia no fim do primeiro tempo. Depois de tanto sofrer, o Mago deu o troco no baixinho meia da Lusa, que nada tinha a ver com as faltas duras dos zagueiros rubro-verdes. Quase deu confusão. O princípio de tumulto chamou mais a atenção do que a própria partida. Em um jogo feio, ninguém merecia fazer o gol na primeira etapa.
Verdão apaga, Lusa aproveita
O clima quente do primeiro tempo se manteve no segundo, e logo no primeiro minuto uma discussão entre Moisés e Henrique tratou de acender o jogo. Mas só uma equipe realmente se ligou e tirou proveito da alta temperatura do confronto. A Portuguesa ganhou confiança, viu que o sistema defensivo do Verdão não é tão eficiente assim. Viu que Leandro Amaro, plantado no miolo da zaga, poderia dar origem à falha que o time de Geninho tanto procurava para dar seu tiro certeiro.
Aos 4 minutos, deu a lógica. Diante de um Palmeiras que se arrastava em campo, a Lusa abriu o placar. E não foi apenas Leandro Amaro que falhou. Correa foi com o pé “mole” em uma dividida, Ananias avançou e cruzou na cabeça do artilheiro Bruno Mineiro, livre, livre, depois de um escorregão trágico do zagueiro. Cinco gols em sete jogos para Bruno, novo candidato a ídolo da torcida rubro-verde.
A entrada de Maikon Leite, no início do segundo tempo, mudou pouco o panorama palmeirense. Ainda sem o ritmo de jogo ideal (voltava de lesão), o atacante foi muita correria e pouca objetividade. Obina e Márcio Araújo substituíram Mazinho e Correa. O volume de jogo até aumentou, mas a defesa, que já não andava bem, ficou ainda mais exposta.
Ficou fácil para Bruno Mineiro brilhar novamente e marcar seu sexto gol no Brasileirão. Aos 25, Rogério aproveitou a avenida deixada por João Vitor, avançou e soltou a bomba. Bruno, o goleiro, rebateu. O xará aproveitou a sobra e completou de cabeça: 2 a 0, justo, muito justo, para um time que soube ser objetivo no ataque.
Quando o Palmeiras tentava buscar forças para uma reação bastante improvável, foi a Lusa que ampliou o placar. Aos 39, bom contra-ataque do time rubro-verde e bola nos pés de Moisés, que passou com estilo por João Vitor e bateu cruzado, rasteiro, sem chance para Bruno.
A lua de mel trazida com o título da Copa do Brasil, definitivamente, acabou. Pela primeira vez desde a conquista, a torcida palmeirense protestou, exigiu a vitória, gritou que o “bicho vai pegar”. A situação é preocupante, sim. Contra adversários diretos da parte de baixo da tabela, o Verdão vacilou. A Lusa, ao contrário, foi eficiente e festeja a distância cada vez maior da zona da degola do Brasileirão.
A Lusa chegou aos 25 pontos e mantém uma sequência positiva: apenas uma derrota nos últimos dez jogos. O técnico Geninho vai ajeitando sua equipe, mas tem muito a agradecer a Bruno Mineiro. Em sete jogos, já são seis gols e a idolatria imediata junto à torcida rubro-verde. A Lusa foi cirúrgica nos contra-ataques e deu show no Canindé.
O Palmeiras? Este, mais uma vez, tropeça nos próprios erros defensivos. O time de Luiz Felipe Scolari estacionou nos 16 pontos e, para piorar, o Bahia venceu o Santos por 3 a 1 na Vila. Assim, o Verdão fica a quatro pontos da primeira equipe fora da zona da degola. Se não era desesperador no fim do primeiro turno, agora passa a ser.
As duas equipes voltam a jogar no sábado, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras recebe o Grêmio às 18h30m (horário de Brasília), no Pacaembu, enquanto a Portuguesa visita o Vasco um pouco mais tarde, às 21h, em São Januário.
Caça aos gringos
Em casa, mas com minoria de torcida, a Portuguesa entrou em campo com uma tática bem clara: não dar um centímetro sequer de espaço aos criativos Valdivia e Barcos. Mais do que bem marcados, o chileno e o argentino foram caçados pela zaga rubro-verde. O Mago sofreu quatro faltas duras nos primeiros 15 minutos e ainda deu dois sustos no primeiro tempo, quando caiu, levou a mão à coxa esquerda, mas continuou em campo.
Apesar das entradas mais fortes, a Lusa também mostrou futebol e teve o domínio por algum tempo. Pelas pontas, Luis Ricardo e Moisés levaram vantagem sobre Juninho e João Vitor, mas o problema é que a equipe de Geninho apostou demais na bola aérea. Muito bem na defesa, Thiago Heleno afastou todas com autoridade. Sem tantos recursos, a Portuguesa levou pouco perigo a Bruno – a melhor chance foi em uma aparição de Moisés na área, num cabeceio sem força
.
Bruno Mineiro comemora um de seus gols (Foto: Ale Vianna / Agência Estado)
No ataque alviverde, Barcos sofria. O Pirata tentava uma brecha entre Gustavo, Valdomiro e Rogério, este improvisado na lateral esquerda. O argentino mostrou uma irritação incomum e errou posicionamentos simples, como o da linha de impedimento – a bandeirinha levantou para ele na chance que parecia mais clara para o Palmeiras, em contra-ataque pela direita. Ele foi mais útil na defesa, ajudando Thiago Heleno a afastar cruzamentos.
Felipão optou por manter a formação do clássico com o Santos, e por isso Mazinho e Betinho ficaram abertos pelas pontas. Não deu certo. Faltou inspiração para o primeiro e qualidade para o segundo. Até por isso, o ataque palmeirense ficou muito espalhado, perdido, desorganizado. A Lusa aproveitou para crescer novamente, e Ananias quase abriu o placar aos 39 minutos, em jogada típica de pivô, girando em cima do zagueiro para finalizar.
O mesmo Ananias se lembrou da existência de Valdivia no fim do primeiro tempo. Depois de tanto sofrer, o Mago deu o troco no baixinho meia da Lusa, que nada tinha a ver com as faltas duras dos zagueiros rubro-verdes. Quase deu confusão. O princípio de tumulto chamou mais a atenção do que a própria partida. Em um jogo feio, ninguém merecia fazer o gol na primeira etapa.
Verdão apaga, Lusa aproveita
O clima quente do primeiro tempo se manteve no segundo, e logo no primeiro minuto uma discussão entre Moisés e Henrique tratou de acender o jogo. Mas só uma equipe realmente se ligou e tirou proveito da alta temperatura do confronto. A Portuguesa ganhou confiança, viu que o sistema defensivo do Verdão não é tão eficiente assim. Viu que Leandro Amaro, plantado no miolo da zaga, poderia dar origem à falha que o time de Geninho tanto procurava para dar seu tiro certeiro.
Aos 4 minutos, deu a lógica. Diante de um Palmeiras que se arrastava em campo, a Lusa abriu o placar. E não foi apenas Leandro Amaro que falhou. Correa foi com o pé “mole” em uma dividida, Ananias avançou e cruzou na cabeça do artilheiro Bruno Mineiro, livre, livre, depois de um escorregão trágico do zagueiro. Cinco gols em sete jogos para Bruno, novo candidato a ídolo da torcida rubro-verde.
A entrada de Maikon Leite, no início do segundo tempo, mudou pouco o panorama palmeirense. Ainda sem o ritmo de jogo ideal (voltava de lesão), o atacante foi muita correria e pouca objetividade. Obina e Márcio Araújo substituíram Mazinho e Correa. O volume de jogo até aumentou, mas a defesa, que já não andava bem, ficou ainda mais exposta.
Ficou fácil para Bruno Mineiro brilhar novamente e marcar seu sexto gol no Brasileirão. Aos 25, Rogério aproveitou a avenida deixada por João Vitor, avançou e soltou a bomba. Bruno, o goleiro, rebateu. O xará aproveitou a sobra e completou de cabeça: 2 a 0, justo, muito justo, para um time que soube ser objetivo no ataque.
Quando o Palmeiras tentava buscar forças para uma reação bastante improvável, foi a Lusa que ampliou o placar. Aos 39, bom contra-ataque do time rubro-verde e bola nos pés de Moisés, que passou com estilo por João Vitor e bateu cruzado, rasteiro, sem chance para Bruno.
A lua de mel trazida com o título da Copa do Brasil, definitivamente, acabou. Pela primeira vez desde a conquista, a torcida palmeirense protestou, exigiu a vitória, gritou que o “bicho vai pegar”. A situação é preocupante, sim. Contra adversários diretos da parte de baixo da tabela, o Verdão vacilou. A Lusa, ao contrário, foi eficiente e festeja a distância cada vez maior da zona da degola do Brasileirão.
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