Cheia de estilo, venezuelana é fã de axé e Teló: 'Gosto de como se dança'

Com longas tranças rosas, atleta chega a arriscar alguns passos em quadra

Por João Gabriel Rodrigues Direto de São Carlos, SP

Após a vitória tranquila da Venezuela sobre o Chile, o DJ escolhe o hit "Fugidinha", de Michel Teló, para animar as arquibancadas do ginásio Milton Olaio Filho. Luz Delfines ensaia os passos, agita suas tranças rosas e pretas e começa a cantar o sucesso, em bom português. A ponteira venezuelana leva o amor pela música em uma pequena tatuagem atrás da orelha direita, com o desenho de algumas notas musicais. Mas, durante a temporada que jogou no Riverense, de Portugal, conviveu com brasileiras e, com elas, descobriu o pagode, o axé e o sertanejo. Neste sábado, às 16h, Luz, uma das armas de sua seleção, vai se guiar no ritmo dos alto-falantes no duelo contra o Brasil, na semifinal do Pré-Olímpico Sul-Americano.

No tempo com as brasileiras, Luz aprendeu a dançar e a idolatrar cantores e grupos do país, como Parangolé e Ivete Sangalo. Deixou de lado até mesmo o reggaeton, principal estilo musical da Venezuela, e passou a ouvir todas as indicações que recebia das amigas.

Luz Delfines Venezuela vôlei Pré-Olímpico (Foto: João Gabriel Rodrigues / GLOBOESPORTE.COM)

 

- Eu gosto muito de música brasileira, mais do que o reggaeton. Parangolé, Ivete, Michel Teló. Gosto de como se dança. Adoro - disse a venezuelana, antes de ensaiar novos passos.

Principal pontuadora da vitória da Venezuela contra as chilenas, ao lado de Maria Perez, Luz também se destaca pelo estilo em quadra. Dona de quatro tatuagens espalhadas pelo corpo, a ponteira também desfila com longas tranças rosas durante as partidas.

- Eu gosto de ter um estilo mais diferente, de pintar minhas tranças de cores diferentes também. Roxo, verde, azul. Sempre mudo. Dessa vez, pintei de rosa porque é uma das minhas cores preferidas - disse a ponteira, que muda a pintura a cada mês.

Luz já veio algumas vezes ao Brasil para a disputa de outras competições. A próxima volta já está com data marcada.

Luz Delfines é fã de música brasileira
(João Gabriel Rodrigues / GLOBOESPORTE.COM)

 

- Vou ao Rio de Janeiro no início do ano que vem. Ainda não conheço, mas dizem que é lindo. Vou ficar na casa de uma amiga que mora lá. Estou ansiosa (risos).

A disputa do Pré-Olímpico em São Carlos é um marco para Luz. Durante três anos, a Venezuela ficou fora das competições por questões burocráticas. Como todas as jogadoras e comissão técnica têm contrato com o governo do país, a seleção ficou um longo período sem jogar, à espera de um novo treinador. Até a chegada de Jose Suarez.

- Eles diziam que iam arrumar treinador, mas nada. Tivemos de reformular a equipe. Temos apenas cinco jogadoras maiores de idade. Este ano que voltamos a jogar - disse a jogadora, de 20 anos.

Luz reconhece que será difícil passar do Brasil. Diante de referências como Jaqueline e Paula Pequeno, a ponteira afirma que a classificação para a final do Pré-Olímpico é quase impossível.

- O Brasil tem um nível melhor do que o nosso. Vamos nos esforçar, mas o objetivo é fazer nossa equipe evoluir. Sabemos que é muito difícil vencer o Brasil.

Se a eliminação nas semifinais é o caminho esperado, Luz já faz planos para o possível dia de folga da equipe, no domingo. Como vão embora na segunda-feira, a ponteira quer aproveitar o tempo livre em São Carlos.

- Vamos fazer algumas comprinhas - disse, rindo.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2012/05/cheia-de-estilo-venezuelana-e-fa-de-axe-e-telo-gosto-de-como-se-danca.html