sexta-feira, 30 de março de 2012

Com novo estilo, Bota arrisca pouco e ainda procura gols de bola parada

Característica de toque de bola vem garantindo acesso fácil à área. No Carioca, time não marcou de falta, e apenas 6% dos gols foram de longe

Por André Casado Rio de Janeiro
 
Na temporada 2010, com a chegada de Loco Abreu, o Botafogo passou a explorar a bola aérea como principal arma. Prova disso foi o reduzido número de gols em arremates de fora da área: apenas nove em quase 70 jogos disputados. No ano seguinte, o número subiu para 18, já com a chegada de Elkeson ao elenco, que contribuiu com cinco golaços somente no Campeonato Brasileiro.
Este ano, a característica mudou mais uma vez. A equipe tem arriscado pouco de longe. Mas o motivo não são os cruzamentos incessantes para o ídolo uruguaio e, sim, a troca de passes mais frequente, que tem levado os jogadores ofensivos para perto do gol com facilidade.

Dos 33 gols marcados nos 15 jogos da temporada, somente dois - 6% do total - saíram em chutes de longe. Ainda assim, eles não foram convencionais: Maicosuel, contra o Bonsucesso, da entrada da área, e de Herrera, sobre o Macaé, encobrindo o goleiro em um contragolpe (veja ao lado). De falta, por exemplo, nada. O potente arremate de Elkeson, e a batida angulada de Andrezinho não estão marcando presença.
O técnico Oswaldo de Oliveira não perde o sono e espera, pacientemente, que isso mude quando os adversários saírem mais para o jogo.

- Estamos enfrentando equipes que bloqueiam a frente da área e, se repararmos, mesmo nos jogos dos outros times, a incidência tem diminuído. Mas provavelmente ao longo da temporada vamos criar mais oportunidades e teremos esses gols de fora da área - afirmou.
Temos um time técnico, de jogadores rápidos, e às vezes é mais fácil tentar a tabela e abrir o espaço. Quando vamos ver, já entramos na área. Precisamos aproveitar os chutadores, mas por enquanto não tem feito falta."
Fellype Gabriel
Os outros três grandes do estadual anotaram, juntos, quase vinte gols de longe. Ao todo, as tentativas alvinegras, no total, não passaram de 50, aproximadamente três por jogo. E as chances vêm sendo desperdiçadas na mesma medida em que são criadas, mesmo a poucos metros da meta. Contra o Duque de Caxias, foram seis delas, claras. O que poderia ter dado uma vitória mais tranquila do que 2 a 0.

- Temos um time técnico, de jogadores rápidos, às vezes é mais fácil tentar a tabela e abrir o espaço. Quando vamos ver, já entramos na área. Precisamos aproveitar os chutadores que temos, mas por enquanto não tem feito falta. E as chances perdidas são uma questão de capricho, treinamento e até desgaste. Estaremos melhores contra o Fluminense - analisou o meia Fellype Gabriel, autor de cinco gols em cinco partidas - todos, claro, de dentro da área.

Com suas faltas perigosas, Andrezinho já acertou o travessão contra o Flamengo (veja ao lado). Mas não vem repetindo o aproveitamento da época de Inter. O lateral Lucas exaltou a qualidade do companheiro, mas não vê uma necessidade para arriscar, já que as jogadas pelas pontas estão surtindo efeito. A opinião é parecida com a de Fellype.

- Vejo como uma circunstância do time mesmo. Trabalhamos isso, mas o sistema de jogo, bem definido com os homens pelo lado, facilita que a gente toque a bola. Não precisa finalizar de longe. Temos muita qualidade nessa bola, mas isso depende do momento - acredita Lucas.
Para o volante Renato, a dor de cabeça seria discutível caso o time passasse por uma seca de gols.
- Eu me preocuparia só se não estivéssemos criando nada. Perder gols é normal, acontecece. E maneira como eles estão saindo também não incomoda. Temos armas diferentes - avisou.
Botafogo e Fluminense se enfrentam neste domingo, às 18h30m, no Engenhão, pela sexta rodada da Taça Rio. O Tricolor deve mandar a campo um time misto.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2012/03/com-novo-estilo-bota-arrisca-pouco-e-ainda-procura-gols-de-bola-parada.html

Nenhum comentário: