quarta-feira, 4 de maio de 2011

Rafael dedica atuação de gala à memória da mãe, que perdeu aos 13

Camisa 1 brilhou no empate em 0 a 0 com o América-MEX, na última terça-feira, e lembrou de Mara Cabral. 'Ela seria a pessoa mais feliz do estádio'

Por Adilson Barros Direto de Querétaro, México

O goleiro Rafael, do Santos, tem apenas 20 anos. Sua carreira está começando. Ele ainda viverá muitas experiências. Principalmente porque goleiros costumam se aposentar mais tarde. Seja como for, ele irá guardar para sempre a noite de 3 de maio de 2011. Com uma atuação notável diante do América-MEX, o garoto, revelado pela base do Peixe, ofuscou os outros meninos talentosos da equipe e se transformou em heroi. Graças a pelo menos cinco defesas muito difíceis, todas em chutes de Angel Reyna, artilheiro da equipe mexicana, o Alvinegro segurou o 0 a 0 e avançou às quartas de final da Taça Libertadores – havia vencido o jogo de ida, na Vila Belmiro, quarta-feira passada, por 1 a 0.
Ainda no campo, o camisa 1 do Peixe conversou com o Globoesporte.com. Começou a agradecendo aos céus, ao preparador de goleiros do time, Oscar Rodrigues, mas guardou a principal lembrança para a sua mãe. Mara Cabral era professora e morreu quando Rafael tinha apenas 13 anos.
- Ofereço essa atuação à minha mãe. Tenho absoluta certeza de que se ela estivesse aqui hoje seria a pessoa mais feliz do estádio - comentou o goleiro, visivelmente emocionado.
Sobre as defesas que fez contra o América, Rafael elegeu a que praticou aos 32 minutos do segundo tempo, num chute colocado de Reyna.
- Ele bateu de esquerda, tentando tirar do meu alcance. Eu consegui pegar a bola antes dela fazer a curva e mandá-la para escanteio. Acho que essa foi a mais difícil. Graças a Deus eu tenho jogado bem, mas acredito que tenha sido minha melhor atuação.
Já são quatro jogos consecutivos sem sofrer gols. Em oito partidas sob o comando de Muricy Ramalho, Rafael só foi buscar a bola no fundo das redes duas vezes. Resultado de um bom trabalho em equipe, sob o comando do novo treinador, na avaliação do camisa 1.
- O que mudou é que está havendo um empenho maior na marcação. Com a bola no pé, nosso time é diferente. Então, precisava mesmo ter mais pegada na marcação para que a gente não sofresse tantos gols. Se nós marcarmos bem, dificilmente seremos batidos - concluiu.

Titular absoluto
Rafael assumiu a camisa 1 do Santos de repente. Depois de quebrar a perna em 2009, durante uma dividida com o nada sutil zagueiro Domingos, num treino no CT Rei Pelé, o goleiro passou sete meses afastado. Iniciou 2010 como terceiro goleiro. De repente, no segundo semestre, durante o Brasileirão e as vésperas das finais da Copa do Brasil, diante do Vitória, ele virou titular.
- De certa maneira, podemos dizer que foi tudo rápido. Mas só eu sei o que eu passei me tratando da lesão, depois treinando forte, sempre determinado a conseguir meu espaço. Hoje, estou colhendo os frutos.
Rafael goleiro Santos x América-MEX (Foto: AP)Rafael se atira no gramado para evitar que a bola chega a Vuoso, atacante do América  (Foto: AP)

FONTE:

Nenhum comentário: