sexta-feira, 22 de abril de 2011

‘Wallaces' e 'Serginhos' travam duelo de xarás pelo título da Superliga

Sesi e Cruzeiro têm um oposto e um líbero com mesmo nome e a mesma vontade de erguer o troféu. Final será neste domingo, às 10h, no Mineirinho

Por Danielle Rocha Belo Horizonte

Os nomes que carregam nas costas e as posições são as mesmas. O desejo de entrar para a galeria de campeões da Superliga também. E nessa briga, Cruzeiro e Sesi contam com um Wallace e um Serginho de cada lado. "Wallaces" que não se cansam de contabilizar pontos e "Serginhos" que fazem de tudo para defendê-los. As duplas pouco trocam palavras, têm personalidades distintas, mas se respeitam. São diplomáticas até mesmo para responder qual delas irá prevalecer na final de domingo, às 10h, no Mineirinho - com transmissão da Rede Globo. Mas os sorrisos não escondem a verdadeira intenção.
Serginho Wallace Sesi vôlei (Foto: Divulgação / CBV)Serginho (esq.) e Wallace, do Sesi, brincam durante o treino no Mineirinho (Foto: Divulgação / CBV)

O Wallace do time mineiro tem pouca idade e jogo de gente grande. É até o momento o maior pontuador desta edição do campeonato. Tem 546 pontos na conta e apetite para mais. E vem trabalhando a cabeça para que a ansiedade de jogar a primeira final não o atrapalhe. Tem recebido conselhos dos companheiros, que brincam com seu visual à la Leo Moura. Acredita que vai se sentir assim, um pouquinho como um jogador de futebol, na partida decisiva que também contará com o canto dos torcedores do futebol.

- Para ser sincero, sei que a ansiedade vai bater. Está se aproximando, né? Não me sinto pressionado por ser um jogador que decide, que tem que marcar muitos pontos. Não adianta eu fazer 40 e meu time perder. Se eu fizer dez e ganharmos, ótimo. Sou jovem, tenho muito a aprender, mas acho que vou driblar a pressão porque passamos por isso durante o campeonato inteiro. Eu gosto de jogar vôlei, nunca pensei em fazer outra coisa, nem jogar futebol, embora o pessoal fale do meu cabelo. Meu negócio é atacar, dar meu máximo. Se deixar, eu sapeco a bola do outro lado mesmo - diverte-se.

Ao contrário dele, o xará paulista pensou em seguir outra carreira. Começou no atletismo, disputava os 110m com barreiras, mas fez uma peneira e optou pela quadra. Não se arrepende. Em sua volta ao Brasil depois de quatro temporadas na Argentina, Wallace é o vice-líder nas estatísticas dos pontuadores. Perde a ponta para o rival por apenas três pontos de diferença e, embora não se diga um supersticioso assim como o do Cruzeiro, o Wallace do Sesi não abre mão de um talismã que atende pelo nome de Sofia.

- A minha filha funciona assim para mim. Gosto sempre de tê-la nos jogos. É, talvez essa seja a minha superstição - ri. - Voltar ao Brasil para mim foi um desafio. E voltei num time grande, desejando chegar a uma final, mas nunca pensei que seria assim. Não esperava estar entre os líderes das estatísticas. Só que eu não me vejo como o único homem de decisão. Eu me sinto como mais um dos colaboradores da equipe. Sei que o Mineirinho vai estar lotado, nossa torcida vai estar presente, mas espero que os atleticanos que forem também torçam por nós - brinca.
Serginho Wallace Cruzeiro vôlei (Foto: Divulgação / CBV)Wallace (esq.) e Serginho, dupla do Cruzeiro
(Foto: Divulgação / CBV)

Com ou sem o apoio deles, o líbero Serginho, seu companheiro no Sesi, conta os minutos para o dia da decisão. Não aguenta mais esperar. Dono de tantos títulos com a seleção brasileira e do status de melhor do mundo em sua posição, ele não tem um troféu da Superliga no currículo. E quer reparar isso.

- Para mim é mais uma final que quero ganhar. Não tenho esse título e sei que ele terá uma importância para o projeto, para um time que tem 2 anos de vida e que investiu muito para chegar até aqui fazendo uma campanha maravilhosa. Sei que vai ser complicado porque a conquista será inédita para as duas equipes, porque o público daqui respira vôlei e o estado tem grande tradição no esporte (teve representantes nas últimas seis finais). Mas chegou a hora e um dos dois tem que vencer. Quero jogar logo e, se Deus quiser, sair vitorioso - disse o experiente jogador.

Do outro lado da rede, o Serginho do Cruzeiro já conhece bem o gostinho da vitória na Superliga. Esteve presente em três conquistas do Minas e se prepara para a oitava decisão. Não se importa se o Sesi levou a melhor nos dois confrontos anteriores. Ressalta que foram partidas equilibradas, decididas nos detalhes, e que desta vez o time está pronto para tentar derrubar mais um gigante. O maior deles, já que teve a melhor campanha na fase de classificação.

- Superamos equipes (Pinheiros e Vôlei Futuro) com orçamentos maiores e com grandes atletas. Não temos uma estrela brilhante, e sim 18 operários dispostos a encarar a guerra. A união é o nosso destaque. Acho que a responsabilidade de ganhar está com eles. Eu não costumo prometer nada porque todas as vezes que disse que ia ganhar, perdi. O que posso dizer é que estamos preparados. Hoje não faço mais uso dos artifícios de outros anos em momentos assim. Só jogava com um terço, com a mesma sunga, com a mesma meia de uma vitória, mas lavada, tá? Ao longo do tempo, vi que o importante é o que se fez na temporada. E nosso time é o típico mineirinho: vem comendo pelas beiradas.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2011/04/wallaces-e-serginhos-travam-duelo-de-xaras-pelo-titulo-da-superliga.html

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