sábado, 9 de abril de 2011

América e Cabofriense buscam milagre para evitar o rebaixamento

CAMPEONATO CARIOCA DE FUTEBOL 2011 - 2º Turno - TAÇA RIO


Se empatar com o Macaé neste sábado, time rubro cai para a Série B; derrota diante do Vasco também decreta o descenso da equipe litorânea

Por Ivan Raupp Rio de Janeiro

América-RJ (Foto: Agência Estado)Goleada de 9 a 0 sofrida para o Vasco marcou
negativamente o América (Foto: Agência Estado)

Dois clubes, sete treinadores e muitos, muitos jogadores. Definitivamente, América e Cabofriense não se encontraram neste Campeonato Carioca. O resultado é o que se pode ver na tabela: os dois ocupam a zona da degola e podem ser rebaixados à Série B já na rodada deste fim de semana. A situação é tão complicada que, mesmo vencendo seus dois jogos restantes, eles ainda terão de torcer por tropeços dos concorrentes na luta para evitar o descenso.
O América é o lanterna na classificação geral, que soma a pontuação nas fases de grupos das Taças Guanabara e Rio. Com apenas sete pontos, tentará a sorte contra o Macaé, neste sábado, às 18h30m, no Estádio Cláudio Moacyr. O Cabofriense soma oito pontos e tem uma missão mais complicada: pega o Vasco em São Januário, às 18h30m. Os principais concorrentes dos dois times são Madureira e Volta Redonda, ambos com 12 pontos, e Macaé, que tem 13.
O América será comandado por Marcelo Buarque, quarto treinador a ocupar o cargo no campeonato - Gilson Gênio, Lulinha e Ademar Braga foram demitidos. E os exageros não param por aí: entre contratações e dispensas, passaram por lá quase 40 jogadores desde janeiro. Nem o presidente Ulisses Salgado resistiu: tirou licença de 60 dias do cargo, assumido interinamente por Vinícius Cordeiro.
Foram dispensados muitos jogadores e contratados muitos outros. A rotatividade atingiu até o presidente do América"
Antônio Tavares, diretor de futebol do América
Os maus resultados do time, que incluem uma goleada histórica (9 a 0) sofrida para o Vasco na última rodada da Taça Guanabara, vão minando uma tentativa de reestruturação. Rebaixado em 2008, o América retornou à elite como campeão da Segundona de 2009 e terminou na quinta posição em 2010, atrás somente de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.
- Foram dispensados muitos jogadores e contratados muitos outros. A rotatividade atingiu até o presidente do América. Os reforços vêm de acordo com a situação financeira do clube. Temos de lutar com o que temos. Estamos tentando acertar de todos os meios. Enquanto há vida, há esperança - resumiu o diretor de futebol do clube, Antônio Tavares.
Já o ex-diretor de futebol Paulo Gustavo justificou a má campanha pela curta preparação da equipe para o estadual e pela falta de patrocínio:
- Começamos a preparação basicamente entre o fim de novembro e o início de dezembro. Não tivemos tempo hábil. Isso complica. Além disso, no futebol tudo é movido a dinheiro. Você precisa de equipamentos para fazer uma boa preparação física, precisa de dinheiro para contratar jogadores. Não dá para ter só criatividade. Não tínhamos patrocinador. O clube vive de receita de associados. O dinheiro da sede é destinado à receita do futebol. Aí fica muito dificil.
Paulo Gustavo, que se desligou do clube pata voltar a cuidar de sua empresa - nenhum dirigente do América é remunerado - também explicou a alta rotatividade em Édson Passos:

- Se tivéssemos uma base desde 2010... Mas ficamos somente com uns quatro jogadores do grupo, foi por aí. Houve um período de contratações para a temporada (de 2011). De repente o treinador sai, aí o treinador que chega diz que uns servem e outros não. É assim.
O Cabofriense vive situação parecida, em um ano que também deveria ser de reestruturação, já que o clube superou o rebaixamento de 2009 com o título da Segundona em 2010. O atual técnico Lucho Nizzo é o terceiro no campeonato. Ele foi precedido por Luiz Antônio Zaluar e Waldemar Lemos. Mas o rodízio começou já na preparação, iniciada em outubro: Renato Alvarenga e Ernesto Paulo (este depois de uma semana) saíram antes mesmo do início da competição. Entre contratações e dispensas, o número de jogadores ultrapassa 30.
Goéber na partida do Cabofriense (Foto: Ag. Estado)Goéber, que já deixou o Cabofriense, fez dois gols
contra nos 5 a 0 para o Botafogo (Foto: Ag. Estado)

- Quando assumi, já sabia de todos esses riscos, que seria um grande desafio para mim. A autoestima dos jogadores estava lá embaixo, e eles não tinham feito sequer um ponto na competição. Eu vejo essa situação com muita dificuldade, mas mantemos a esperança. Simplesmente não temos nada a perder. O Cabofriense está na zona de rebaixamento desde o início do campeonato. Você não pode perder uma coisa que não tem - afirmou Lucho Nizzo.
Para o treinador, o que realmente prejudicou o Cabofriense foi não ter feito um bom primeiro turno. Ele diz que, desde sua chegada, no início de fevereiro, ainda não pôde contar com alguns jogadores lesionados, como o atacante Grafite e o lateral-direito Schneider:
- Não posso me posicionar sobre uma coisa da qual não participei, mas se você fizer uma leitura chega à conclusão de que houve erro de planejamento. Os times de médio porte têm uma preparação de melhor qualidade, porque os grandes estão disputando o Campeonato Brasileiro. Então eles começam o estadual com certa vantagem, por isso têm que fazer o maior número de pontos possível no primeiro turno. Os grandes começam a subir de produção no segundo turno, aí é normal uma queda de rendimento dos médios.
Também neste sábado, o Nova Iguaçu recebe o Bangu, no Laranjão, a partir das 15h30m. No mesmo horário, Volta Redonda e Olaria se enfrentam no Raulino de Oliveira, no Sul do estado, enquanto Madureira e Boavista duelam em Conselheiro Galvão. No domingo, também às 15h30m, o Duque de Caxias recebe o Resende no Estádio de Los Larios, em Xerém.

Confira todos os oito jogos pela sétima rodada da Taça Rio:


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/campeonatos-estaduais/campeonato-carioca/noticia/2011/04/america-e-cabofriense-buscam-milagre-para-evitar-o-rebaixamento.html

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