domingo, 8 de janeiro de 2017

Janio: PCC e CV não cabem mais na prisão



FONTE:
https://www.conversaafiada.com.br/brasil/janio-pcc-e-cv-nao-cabem-mais-na-prisao


São amostra do que não se conhece!

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Talvez nem eles saibam a força que têm (Reprodução: Estadão)
Do artigo de Janio de Freitas na Fel-lha, ele que já tinha dito que "governar é fechar cadeias":
(...)

As matanças nos presídios de Manaus e Boa Vista não refletem apenas o criminoso sistema carcerário e as indiferenças perversas das classes média e alta, que servem de anteparo para a omissão dos governos em seus deveres penais. As explosões da violência encarcerada, crescentes em frequência e em Estados atingidos, expressam também a realidade mal conhecida de perigos que nos rondam a todos.

Degolados e degoladores, outros assassinados e outros assassinos, que hoje nos horrorizam, até há pouco estavam entre nós. Há estimativas de quantos estão nos presídios, quantos são os prováveis presos de tal ou qual facção –mas quantos entre nós? Os presos integrantes do PCC, do CV e de outras iniciais não são mais do que amostras, não só numérica, de uma força que se desconhece. E, para sorte geral, talvez ainda desconheça a si mesma.

O PCC e o CV expandem-se pelo país. Paulistas do PCC infiltram-se no Rio do CV para dominar os serviços de favelas, como está constatado na Rocinha. Há sinais de presença das duas facções já além-fronteira, na Bolívia, no Paraguai e no Peru. Dão assim uma ideia, a única, da dimensão que têm.

Com incontáveis milhares de jovens disponíveis, na marginalidade e no desemprego, para mais arregimentação. Seu arsenal, soube-se pela perícia de uma ação nas primeiras terras bolivianas, entrou no nível das metralhadoras pesadas, armas de guerra.

O MST lembra, na internet, uma ponderação de Darcy Ribeiro em 1982: "Se não construirmos escolas agora, daqui a 20 anos faltará dinheiro para construir os presídios necessários". PCC, CV e outras, por sua dimensão, não são mais aprisionáveis.

As facções cuidam de tráficos e do domínio das áreas chamadas "de baixa renda" (como se salário mínimo e desemprego fossem renda). E deixam por sua conta de cidadã ou cidadão algumas reflexões sobre o que será se, um dia, as facções quiserem mais do que tráfico e domínio de áreas humildes. Afinal, força é poder.

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