domingo, 13 de novembro de 2016

Hamilton: "Quero alcançar todas as marcas de Ayrton Senna, faltam poles"





FÓRMULA 1


Tricampeão mundial de Fórmula 1 conversa com Fernanda Gentil e falou
sobre Rosberg e sua vida agitada fora das pistas e nas redes sociais




Por
São Paulo, SP





Hamilton segue vivo na briga por seu tetracampeonato mundial de F1 e larga hoje na pole-position do GP do Brasil. Ele conversou com Fernanda Gentil, apresentadora do Esporte Espetacular, e analisou sua disputa com Rosberg pelo título, lembrou como Senna o inspirou, comentou sobre sua agitada vida social fora das pistas e ainda ganhou de presente um boné autografado pela mãe de Ayrton. 
(veja no vídeo a entrevista clicando no LINK da FONTE no final da materia abaixo)  


O que você ainda quer alcançar na Fórmula 1?  
- Eu estou numa jornada neste momento, continuo minha jornada para a grandeza. Eu trabalho para ser tão grande quanto eu puder. Quando eu era jovem assistia F1 e via Senna dirigindo e pensava: “Eu quero fazer isto”.  Crescendo, comecei a reparar como ele dirigia, se comportava, eu fui inspirado, queria fazer algo semelhante a ele, queria imitar. No ano passado alcancei o mesmo número de títulos dele, igualei suas corridas, ainda estou tentando chegar ao número de poles, ele teve muitas! Acho que estou com 58 e ele fez 65, então sigo perseguindo, ainda tem um longo caminho. Para mim cada temporada é um novo desafio para vencer, crescer, aprender mais. Desenvolver minhas habilidades, melhorar a cada semana. Cada vez que estiver no carro, você quer estar no seu melhor, porque no seu coração quando você acredita que quando está no seu melhor, ninguém pode te tocar. Você tem 21 corridas e é assim (gesticula como uma montanha-russa), tem que tentar ser o mais suave possível e estar no topo o tempo todo.  

Gentil e Hamilton (Foto: Reprodução TV Globo)
Gentil e Hamilton (Foto: Reprodução TV Globo)


Aos 31 anos, você é teoricamente um piloto novo. Como é ser tão novo no meio de pilotos tão experientes?  
- É interessante porque quando eu cheguei à F1 era um dos mais novos. E agora estou no meio-termo, pendendo para os mais velhos. Acho que tem apenas quatro pilotos mais velhos do que eu. Felipe (Massa) está parando, é mais velho, Jenson (Button) está parando. Logo logo eu vou ser o mais velho, mas eu continuo sendo jovem.  

Nico Rosberg é seu oponente mais forte?  
- No campeonato de construtores ele dirige o mesmo carro que eu. Ele é o cara com quem estou lutando. Eu tive diferentes experiências com companheiros de equipe, alguns melhores que outros. Ele tem pontos fortes e fraquezas, ninguém é perfeito. Alguns são mais fortes em algumas áreas, outros são em outras.  

Hamilton, entrevista do EE (Foto: Reprodução TV Globo)
Hamilton, entrevista do EE 
(Foto: Reprodução TV Globo)


Você é participativo em redes sociais, bem informal e tem um senso de humor também apurado. Como é sua vida fora das pistas?   
- Não sei se seu público sabe muito sobre mim, mas quando eu venho ao Brasil, eu sinto que tenho muito em comum com o povo daqui. Eu sei que há muita pobreza aqui,  muitos trabalhadores. As pessoas que estão vendo pensam: “Ele é um piloto de Fórmula 1 e rico”. Claro que sou agora, mas eu não venho de uma família rica. Nós batalhamos de uma maneira inimaginável para chegar à Fórmula 1. Então, hoje, eu aprecio este incrível trabalho, eu faço o que amo todos os dias. E gosto muito de me conectar com as pessoas, eu nunca imaginei que teria pessoas me seguindo, as pessoas querem ver o que estou fazendo. E não é só no meu país, é em vários países. Eu amo dividir com as pessoas. Eu estou sempre no telefone porque eu gosto de estar ocupado, há muita coisa pra fazer e não temos muito tempo na vida. Tanta coisa para ver e tão pouco tempo. Muita coisa para aprender, alcançar. Quero aprender a tocar piano, diferentes línguas. Quero um dia poder falar várias línguas, eu adoraria aprender mais instrumentos, ler mais livros, viajar mais. Mas para lazer, visitar, ver outras culturas.  

É verdade que você tem um tigre?  
 - Não é meu. Um amigo meu tem um jaguar e um tigre branco. Um outro amigo me apresentou ele e nós nos tornamos muito próximos, é quase irmão. E a primeira vez que visitei, ele tinha um tigre filhote, a Nicole, e ela estava doente. Imediatamente criei esta conexão com esta garotinha e agora ela é grande. Mas acho que ela lembra de mim, então ela sempre brinca comigo, é a minha favorita. É um animal selvagem, claro, mas infelizmente no mundo de hoje, há pessoas não tão boas que tiram elas do habitat natural e colocam em espetáculos e essas coisas. Ele resgata os animais destes lugares infelizes e como eles não podem voltar à vida selvagem, ele dá uma casa para eles em um lugar lindo no México. Acho que como Nicole convive com humanos desde filhote, tem um coração enorme. Meu amigo diz que quando estou lá, ela só quer saber de mim. Acho que temos realmente uma conexão. É muito louco, porque ela é um tigre e vai ficando cada vez maior, mais forte. Mas o coração é bem puro.  
 
Cachorros de Lewis Hamilton (Foto: Reprodução TV Globo)
Cachorros de Lewis Hamilton 
(Foto: Reprodução TV Globo)


Falando nos animais, e os seus cachorros. Coco e Roscoe?   
 - Eu cresci com cachorros. Não trouxe pra cá porque não é tão fácil levá-los para passear, há muito trânsito. Coco viajou comigo pelas últimas semanas, Roscoe vai começar a viajar comigo no ano que vem.  E na parada de inverno, nos juntaremos.  

Como vai ser o capacete especial que você vai usar no GP do Brasil?  
- Infelizmente a Fórmula 1 tem regras que não permitem trocar o design do capacete, pode trocar apenas uma vez por ano. Eu escolhi o Brasil porque Ayrton era meu piloto favorito e agora tenho muitos fãs brasileiros que me apoiam. Então queria fazer um especial que unisse o capacete do Senna e o meu original, que é amarelo. Então, tem a bandeira brasileira, o Cristo Redentor, que é meu monumento favorito. Será a minha próxima tatuagem, quero ter a imagem dele em algum lugar, há espaço de sobra.  

Gentil e Hamilton (Foto: Reprodução TV Globo)
Gentil e Hamilton (Foto: Reprodução TV Globo)


E este troféu você conhece? (mostra o troféu que Senna levantou com dificuldades no GP do Brasil de 91, além das luvas e do volante que o brasileiro usou naquela corrida)  
- Impressionante. Eu me lembro dele segurando. Eu tinha seis anos de idade. Não é tão pesado. Mas depois da corrida eu consigo imaginar.Uau! Acho que ele tinha mãos pequenas. Eu vi este troféu. Quando eu fui para a McLaren, eles tinham guardados todos os carros antigos. Eu visitava sempre o galpão para ver os carros antigos. Na primeira vez que entrei, eu fui ao carro e toquei, pensando a última vez que foi usado foi por ele. Para mim é especial porque não consigo acreditar que estou segurando um volante que ele segurou. É uma outra conexão. Tem poucos botões, é mais fácil. Agora tenho uma tela e tantos botões. Não sabia que ele tinha as mãos pequenas.  

Gentil e Hamilton (Foto: Reprodução TV Globo)
Gentil e Hamilton (Foto: Reprodução TV Globo)


E agora temos um presente pra você, um boné azul como os que Senna usava e assinado pela mãe dele
 - Eu preciso encontrar com ela. É tão legal, eu não tinha este boné. Eu vi várias vezes.... Obrigado (em português mesmo)


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