segunda-feira, 7 de março de 2016

Campeão olímpico dos EUA compara Emanuel a Slater e lamenta despedida


Phil Dalhauser crê que lenda do vôlei de praia supera nomes como Jordan, Messi, CR7 e Federer por sua longevidade no esporte e lamenta sua ausência nos Jogos



Por
Rio de Janeiro, RJ



Dalhausser, Vôlei de Praia (Foto: Getty Images)
Phil Dalhausser é um os maiores 
do vôlei de praia nos Estados 
Unidos (Foto: Getty Images)


O vôlei de praia está prestes a perder um de seus maiores expoentes. O paranaense Emanuel, dono de três medalhas olímpicas (ouro em Atenas 2004, bronze em Pequim 2008 e prata em Londres 2012) e de mais de 150 títulos na vitoriosa carreira, anunciou que vai se aposentar. Sua despedida será no Grand Slam do Rio de Janeiro, de terça a domingo, torneio recheado de jogadores estrangeiros. O americano Phil Dalhausser é um dos destaques. Tido como um dos maiores dos Estados Unidos, principalmente por conta de seu título nos Jogos disputados na China, ele é só elogios ao craque brasileiro e lamenta imensamente seu adeus.

Phil Dalhausser, aliás, diz ter sido pego de surpresa com a decisão de Emanuel, que tantas vezes foi seu rival em disputas do Circuito Mundial. O americano afirma que uma das principais marcas do brasileiro foi ter se mantido em alto nível por tanto tempo e, por isso, ele crê que o paranaense supere alguns dos grandes nomes do esporte.

- Sempre achei que iria jogar para sempre. Ele é eterno. Será estranho não tê-lo no Circuito Mundial, porque durante todo o tempo que joguei, ele sempre foi o melhor. É triste, porque ele jogou em alto nível durante 25 anos (Emanuel começou em 1991, época em que ainda jogava na quadra paralelamente). Na minha opinião, ele é o maior jogador de vôlei de praia da história, porque sempre esteve no topo. Há um número limitado de atletas que fizeram o que ele fez, como Michael Jordan, Roger Federer e, agora, Messi, Cristiano Ronaldo. São caras que estão jogando em alto nível há muito tempo. Mas o Emanuel esteve no topo de seu esporte pelo dobro do tempo que eles. Quando penso em alguém como ele, só me vem o Kelly Slater à cabeça - disse o americano, em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com.

Kelly Slater tem 43 anos e 11 títulos mundiais. Emanuel tem 42 e possui mais de 150 conquistas na carreira (Foto: Arte)
Kelly Slater tem 43 anos e 11 títulos mundiais. 
Emanuel tem 42 e possui mais de 150 
conquistas na carreira (Foto: Arte)


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O americano completou dizendo que vê Emanuel como um sinônimo de Jogos Olímpicos. Afinal, desde que o vôlei de praia começou a figurar no megaevento, em Atlanta 1996, o brasileiro competiu em todas as cinco edições. Dessa vez, ele e o parceiro Ricardo acabaram ficando atrás de Bruno Schmidt/Alison Cerutti e Pedro Solberg/Evandro na corrida olímpica. Isso foi aos poucos desmotivando o jogador, que acabou optando pela despedida no Grand Slam do Rio.

- Vai ser esquisito. É algo marcante que ele tenha estado em todas as Olimpíadas. Eu acho que é triste porque será no Rio e seria perfeito tê-lo encerrando sua carreira em casa, em Copacabana. Mas encerrar em um Grand Slam em Copacabana é muito importante também - relatou.

Dalhausser treinando com russo e parceiro Lucena em Ipanema (Foto: Gabriel Fricke)
Dalhausser treinando com russo e parceiro 
Lucena em Ipanema (Foto: Gabriel Fricke)


Eleito melhor jogador de vôlei de praia de 2015, Bruno Schmidt foi apontado por Dalhausser como um possível sucessor para Emanuel. Afinal, ele é um atleta de defesa, está atuando em alto nível e é o atual campeão mundial. Além disso, com Alison Cerutti, está montando uma parceria bastante complicada de ser batida.

- Quando penso nisso, é o Bruno Schmidt que vem à cabeça. E quando o Ricardo parar, naturalmente o Alison vai ocupar essa lacuna, porque tem uma grande carreira já, tem uma medalha de prata olímpica e ainda vai às Olimpíadas esse ano.

Dalhausser atualmente joga ao lado de Nick Lucena. Os dois formam a terceira melhor dupla dos Estados Unidos. Só as duas melhores no ranking olímpico se classificam, mas eles levam a vantagem de terem disputado menos torneios do Circuito Mundial até agora e começaram 2016 com o pé direito, conquistando recentemente o título do Open de Maceió, em Alagoas.

- Estamos atrás de outras duas duplas dos Estados Unidos agora, mas eles têm mais torneios jogados. Acho que se mantivermos nosso ritmo e tendo pódios como estamos tendo, estaremos bem. Mas, claro, queremos sempre ganhar os torneios.

Americanos Phil Dalhausser e Nick Lucena acertam a virada de bola e reagem no Grand Slam de Long Beach (Foto: Divulgação/FIVB)
Phil Dalhausser e Nick Lucena venceram recentemente 
o Open de Maceió e estão correndo atrás da vaga 
americana para as Olimpíadas de 2016 (Foto: 
 Divulgação/FIVB)


O próximo desafio dos americanos, que têm treinado na Praia de Ipanema, na Zona Sul da Cidade Maravilhosa, é o Grand Slam do Rio de Janeiro. Dalhausser, que já atua no Circuito Mundial há mais de uma década, comentou as diferenças de quando começou a jogar para agora e se mostrou confiante para ir ao pódio mais uma vez.

- O Circuito Mundial agora é bem diferente de quando eu comecei há 10 anos. Eu era o cara mais alto do Circuito. Agora há muita gente maior que eu. Treinei com um cara da Rússia agora que tem 2m12. Há os alemães também. Eu costumava ser o maior cara no Circuito. Agora não sou mais (risos), então tenho que fortalecer meus músculos, estar forte. Mas acho que agora o Circuito é muito mais forte, 15 ou 16 times podem sair campeões. Está muito mais competitivo e isso é incrível - concluiu.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei-de-praia/noticia/2016/03/campeao-olimpico-dos-eua-compara-emanuel-slater-e-lamenta-despedida.html

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