quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Para Embratur, vírus da zika não altera expectativa de turistas no Rio 2016


Isenção de vistos para quatro países durante as Olimpíadas acaba mantendo previsão inicial para o período. Até o momento, queda de procura de turistas foi apenas pontual




Por
Rio de Janeiro



A preocupação global com a proliferação do vírus da zika nas Américas não afetou, por enquanto, a expectativa inicial de vinda de turistas durante o período dos Jogos Olímpicos do Rio - de 5 a 21 de agosto. De acordo com a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), a intenção inicial de atrair entre 300 mil e 500 mil visitantes internacionais no mês dos Jogos segue mantida, sobretudo após a liberação temporária da obrigatoriedade dos vistos para quatro países (EUA, Canadá, Japão e Austrália). De acordo com o monitoramento da entidade feito nos 13 países que mais enviam turistas ao Brasil, foram detectados cancelamentos pontuais das viagens ao país, em geral por parte de grávidas. Consultada pelo Globoesporte.com a respeito, a Embratur se posicionou através da sua assessoria:

- Com a liberação temporária do visto de entrada para turistas dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, houve uma avaliação otimista de crescimento de até 20% de um total de 300 mil. Mas, com os cancelamentos que podem surgir com a questão da zika, continuamos com a expectativa inicial.

Vírus da Zika fumacê sambódromo do rio de janeiro - Rio 2016 (Foto: Reuters)
Funcionários da prefeitura do Rio 
combatem o mosquito transmissor 
no Sambódromo (Foto: Reuters)


A queda de procura mais expressiva, até agora, foi detectada no Chile, onde 5% de viagens vendidas pela maior operadora local foram canceladas, grande parte de turistas grávidas e seus acompanhantes. A Embratur também informou que pequenos grupos de europeus estão trocando o Brasil por destinos vizinhos, como Argentina e Uruguai. Grávidas, de fato, têm sido orientadas a adiarem suas visitas ao país. Os dados, no entanto, são atuais e não do período olímpico. Informações têm sido veiculadas para explicar mais os riscos.

- Temos um posicionamento claro, que é seguir o que a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a OMT (Organização Mundial de Turismo) orientam: pode-se viajar, mas deve-se tomar certos cuidados. Também recomendam as grávidas que considerem adiar a viagem. Também damos esclarecimentos sobre como proceder para evitar contágio e enumeramos ações que nosso governo vem fazendo para enfrentar o problema. Mandamos nossa posição para todas as agências e operadoras de turismo do mundo todo que trabalham com venda de passagens para o Brasil.

O Ministério do Turismo, por sua vez, reiterou o posicionamento dos governantes do Rio de Janeiro.
Em nota, reforçou que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos ocorrem durante o inverno brasileiro. Historicamente, o período tem baixa incidência de chuvas e, consequentemente, da proliferação do mosquito Aedes aegypiti, transmissor de zika, dengue e chikungunya. Foi aberto um canal de comunicação e informação para passar dicas de prevenção e cuidados.

- Cabe ressaltar que, de acordo com Organização Mundial da Saúde, não há restrições de viagens ao país. O Ministério do Turismo tem reforçado, alinhado às recomendações da OMS, a divulgação a respeito das medidas de prevenção, principalmente para grávidas - explica o Ministério, em nota.

vírus da zika rio 2016 (Foto: Ricardo Moraes / Reuters)
Coletiva de imprensa, mês passado, 
do Rio 2016. Zika foi a temática 
(Foto: Ricardo Moraes / Reuters)


A Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis do Rio de Janeiro (Abih) afirma ter confirmado, junto à Secretária de Saúde, que as regiões da Zona Sul e Oeste, onde estão concentrados os empreendimentos hoteleiros, seguem classificadas como áreas de menor risco, tendo menos incidência de casos de zika. Em nota, a entidade afirma que, até o momento, não foi detectado impacto direto para a atividade hoteleira. 

- A associação está acompanhando junto à Secretaria de Saúde as áreas de maior incidência e orientações para prevenção e combate. O assunto vem sendo reforçado nos fóruns e reuniões da entidade, e também através de comunicados direcionados aos hotéis associados, com o objetivo de obter total comprometimento da hotelaria para a gravidade do tema.


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PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O VÍRUS DA ZIKA

Algum atleta já foi diagnosticado com o vírus?
Oficialmente, não. Mas a velejadora espanhola Marina Alabama, atual campeã olímpica da classe RS:X, disse ter tido todos os sintomas durante uma competição em dezembro no Brasil. Não há, no entanto, ainda uma confirmação de que ela foi infectada pelo vírus. Alabama minimizou os problemas gerados pelo vírus.

Prefeitura e o Comitê Co-Rio 2016 são obrigados a arcar com o tratamento se algum atleta, dirigente, jornalista, membro do COI ou profissional que estiver trabalhando nas Olimpíadas contrair a doença no Brasil?Sim. Qualquer profissional que contrair o vírus durante a competição terá o auxílio e todo o pagamento pela Prefeitura e pelo Comitê Co-Rio 2016.

A goleira dos Estados Unidos, Hope Solo, afirmou que se as Olimpíadas fossem agora, ela não iria participar pelo receio de ter uma gravidez com complicações no futuro. Uma atleta que contrair o vírus pode engravidar em um período próximo sem o risco de o bebê ter microcefalia?
 A ciência não tem essa resposta ainda. O vírus dura muito pouco tempo no organismo humano. Quem já teve a doença vai levar para o resto da vida uma imunoglobulina dizendo que entrou em contato com o vírus. Mas ainda está em estudo a resposta para o período que uma mulher  contaminada pelo vírus pode engravidar sem riscos para o bebê. Atualmente, o conselho dos médicos é que se espere até seis meses depois da doença. 

Como ocorre a transmissão?
Assim como os vírus da dengue e do chikungunya, o vírus da zika também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

Quais são os sintomas?
Os principais sintomas da doença provocada pelo vírus da zika são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor muscular. A evolução da doença costuma ser benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 até 7 dias. O quadro de zika é muito menos agressivo que o da dengue, por exemplo.

Como é o tratamento?
Não há vacina nem tratamento específico para a doença. Segundo informações do Ministério da Saúde, os casos devem ser tratados com o uso de paracetamol ou dipirona para controle da febre e da dor. Assim como na dengue, o uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado por causa do risco aumentado de hemorragias.

Quais são as recomendações para mulheres grávidas?
O Ministério da Saúde orienta algumas medidas para mulheres grávidas ou com possibilidade de engravidar tendo em vista a ocorrência de casos de microcefalia relacionados ao vírus da zica. Uma delas é a proteção contra picadas de insetos: evitar horários e lugares com presença de mosquitos, usar roupas que protejam a maior parte do corpo, usar repelentes e permanecer em locais com barreiras para entrada de insetos como telas de proteção ou mosquiteiros. É importante informar o médico sobre qualquer alteração em seu estado de saúde, principalmente no período até o quarto mês de gestação. Um bom acompanhamento pré-natal é essencial e também pode ajudar a diminuir o risco de microcefalia.

Como é feito o diagnóstico da zika?
Ainda não há um teste padrão para diagnosticar a doença. “Como o zika é novo, não temos uma padronização nos testes. Para se ter certeza do diagnóstico, é preciso usar a técnica de PCR, que é complexa e não está disponível no mercado”, diz Rodrigo Stabeli, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No Brasil, somente três unidades da Fiocruz, além do Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, têm a capacidade de fazer esse exame. “Esses laboratórios têm a missão de desenvolver um método melhor de diagnóstico para suprir esse problema epidemiológico”, diz Stabeli.
Enquanto não existe um teste padrão, o diagnóstico nas regiões em que já se constatou a presença do vírus vem sendo feito por critérios clínicos.

Quais são as medidas de prevenção conhecidas?
Como o vírus da zika é transmitido pelo Aedes aegypti, mesmo mosquito que transmite a dengue e o chikungunya, a prevenção segue as mesmas regras aplicadas a essas doenças. Evitar a água parada, que os mosquitos usam para se reproduzir, é a principal medida.
Em casa, é preciso eliminar a água parada em vasos, garrafas, pneus e outros objetos que possam acumular líquido. Colocar telas de proteção nas janelas e instalar mosquiteiros na cama também são medidas preventivas. Vale também usar repelentes e escolher roupas que diminuam a exposição da pele. Em caso da detecção de focos de mosquito que o morador não possa eliminar, é importante acionar a Secretaria Municipal de Saúde do município.
Por enquanto, não existe vacina capaz de prevenir a infecção pelo vírus da zika.

Quais são as medidas de prevenção conhecidas?
Como o vírus da zika é transmitido pelo Aedes aegypti, mesmo mosquito que transmite a dengue e o chikungunya, a prevenção segue as mesmas regras aplicadas a essas doenças. Evitar a água parada, que os mosquitos usam para se reproduzir, é a principal medida.

Em casa, é preciso eliminar a água parada em vasos, garrafas, pneus e outros objetos que possam acumular líquido. Colocar telas de proteção nas janelas e instalar mosquiteiros na cama também são medidas preventivas. Vale também usar repelentes e escolher roupas que diminuam a exposição da pele. Em caso da detecção de focos de mosquito que o morador não possa eliminar, é importante acionar a Secretaria Municipal de Saúde do município.

Por enquanto, não existe vacina capaz de prevenir a infecção pelo vírus da zik


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