quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

“Fominha” de Mundiais, Catar trata Jogos de 2028 como chave de ouro


Projeto “Qatar 2030” usa esporte como meio de união do povo, e Olimpíadas seriam cereja do bolo para país que tem recebido principais torneios de várias modalidades




Por
Doha, Catar




Thani Al Kuwari em congresso no Catar (Foto: Thiago Dias)Thani Al Kuwari em congresso no Catar
(Foto: Thiago Dias)


Disposto a organizar as principais competições do mundo, o Catar está de olho também nas Olimpíadas. O secretário-geral do Comitê Olímpico do país, Dr. Thani Al Kuwari, afirmou que receber os Jogos de 2028 é ainda um sonho, sem confirmação oficial da candidatura. Mas garante que o emirado tem se preparado para estar pronto quando a sede for escolhida.  
 
- É um sonho, mas não há nada oficial. Falo que tenho um sonho e a imprensa diz que somos candidatos. Agora, é um sonho – admitiu o homem-forte da entidade.  

O Catar apresentou candidatura para 2016 e 2020, mas perdeu para Rio de Janeiro e Tóquio, respectivamente. Antes de 2028, o país tem recebido - e ainda receberá - competições de várias modalidades visando o projeto olímpico. No ano passado, por exemplo, o Catar sediou o Mundial masculino de handebol e o Mundial de boxe, além do Mundial de atletismo paralímpico. Antes da Copa do Mundo de futebol de 2022, ainda estão previstos torneios mundiais de ciclismo de estrada em 2016, de ginástica artística em 2018 e de atletismo em 2019. O Mundial de Esportes Aquáticos de 2023 também será no Catar.

- Nós escolhemos os esportes que queremos, não sediamos qualquer um. É uma forma de preparar o país, claro. Sonhamos, mas sonhamos trabalhando. Você tem que trabalhar para realizar o sonho – afirmou Al Kuwari.  

Organizar eventos esportivos faz parte do projeto governamental “Qatar 2030”, que prevê dezenas de ações para a evolução do país até o final da próxima década. Em seus pilares estão o desenvolvimento econômico, humano, social e ambiental, o que inclui o esporte como ferramenta de envolvimento da população.  

Thani Al Kuwari tira fotos com fãs no Dia Nacional do Esporte no Catar (Foto: Thiago Dias)
Thani Al Kuwari tira fotos com fãs no 
Dia Nacional do Esporte no Catar 
(Foto: Thiago Dias)


Na última terça-feira, comemorou-se o Dia Nacional do 
Esporte no Catar. A data virou feriado e envolve a participação de várias autoridades em ações esportivas pelo país em espaços abertos. Al Kuwari, por exemplo, andou de bicicleta com dezenas de ciclistas pelo bairro Pearl, em Doha.  

- Quem escolheu esse caminho com tantas subidas? Estou cansado – brincou o secretário-geral logo após a pedalada de apenas 20 minutos.  

O grande desafio do Catar antes de sonhar com as Olimpíadas é a Copa do Mundo. Segundo os primeiros números divulgados pelo Comitê Organizador Local da Copa, estão previstos gastos de US$ 30 bilhões (R$ 117 bilhões na cotação atual) apenas em instalações esportivas (oito estádios, 64 centros de treinamentos, hotéis para as delegações e o centro de imprensa internacional). Todas as arenas terão suas capacidades reduzidas para serem usadas depois em uma possível sede olímpica.  
- Não seria só um projeto no papel, teríamos tudo pronto. A Copa vai deixar um legado. Os estádios estarão prontos e terão as capacidades adaptadas para os padrões olímpicos. Teremos toda a estrutura – explicou o dirigente.  

handebol catar mundial (Foto: EFE)
Vice-campeã mundial e campeã asiática, 
seleção masculina de handebol do Catar 
estará no Rio 2016 (Foto: EFE)


Antes de pensar em 2028, os cataris estão de olho nos Jogos do Rio. A delegação deverá ser a maior de sua história, com seis atletas individuais e o time de handebol masculino. Dá até para sonhar com medalhas, já que a seleção é vice-campeã mundial (perdeu a final em casa para a França) e Mutaz Essa Barshim é o recordista asiático de salto em altura (2,41m) e ganhou o ouro nos Jogos Militares do Rio em 2011.

Por muito pouco, o Catar não garantiu uma delegação ainda maior em 2016: o país sediou o Pré-Olímpico de futebol no mês passado, mas a seleção nacional perdeu a vaga ao ser derrotada na prorrogação pelo Iraque na disputa pelo terceiro lugar (Japão e Coreia do Sul também virão ao Brasil).


- Isso foi frustrante. O time é bom, mas não teve sorte – lamentou Al Kuwari.


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