BRASILEIRÃO - Série B 2015 - 35ª RODADA
Tricolor vacila outra vez em casa e desperdiça chance de colar nos quatro primeiros colocados da Série B. ABC mostra valentia, mas vai disputar a Série C em 2016
Frustração é apenas umas das
palavras que podem ser usadas para definir o sentimento de Bahia e ABC
após o empate em 2 a 2, na Arena Fonte Nova. Basta olhar a tabela e
executar contas simples para entender o motivo. O resultado da partida,
disputada na noite desta terça-feira, deixa o Tricolor ainda mais longe
do acesso e rebaixa o Mais Querido para a terceira divisão do futebol
nacional. Uma noite melancólica, para ser esquecida por baianos e
potiguares.
A três rodadas do fim da Série
B, o Bahia é o sétimo colocado e está distante três pontos do quarto
colocado, o
Santa Cruz. Vencer na próxima rodada, contudo, não é o suficiente para
voltar ao G-4, já que o Tricolor baiano tem número de triunfos inferior
ao dos pernambucanos. O ABC, que ocupa a 18ª posição, tem 29 pontos, 11 a
menos
do que o Ceará, primeira equipe fora da zona do rebaixamento. Restam
apenas nove pontos em disputa.
O ABC volta a campo na
sexta-feira. A equipe encara o Mogi Mirim, às 21h (horário de Brasília),
no Frasqueirão. Depois de dois jogos em casa, o Bahia sai para encarar o
Boa Esporte no sábado, às 17h30, no Municipal de Varginha.
Bahia e ABC ficaram no empate na Arena
Fonte Nova (Foto: Estadão Conteúdo)
Gols, insatisfação e vaias na Fonte
O Bahia entrou em campo
“mordido”, como se diz na gíria. Era nítido que a derrota diante do
Santa Cruz, nessa mesma Arena Fonte Nova, ainda mexia com o brio dos
jogadores. Para não dar nova chance ao azar, os donos da casa partiram
para cima. Com um minuto,
Roger já perdia grande chance de abrir o placar. Convivendo com o
fantasma de um rebaixamento dado como certo, o ABC não se intimidou com a
pressão e tentou chegar pelo lado esquerdo de
ataque, aproveitando espaços entre o lateral Cicinho e
Gabriel Valongo. Mas foi mesmo o Tricolor que balançou as redes. Kieza,
sempre ele, aproveitou boa jogada de Eduardo e abriu o marcador. O gol
deu uma acalmada no ânimo dos baianos, que praticamente pararam de
jogar. Melhor para a equipe potiguar que, com cada vez mais espaço,
passou a incomodar. O empate veio com Pingo, que acertou um belo chute
de fora da área.
O gol do ABC dividiu os
torcedores. Enquanto alguns tentavam apoiar, outros não poupavam nas
vaias. O principal alvo das queixas foi o lateral Cicinho, que não
gostou e fez um gesto com as mãos como quem diz: “Podem vaiar mais”. A
atitude enfureceu a torcida, que continuou pegando no pé do atleta. Até o
técnico Charles, que tentou defendê-lo, foi vaiado. Dentro de campo, o Bahia não fazia por merecer outro gol, mas
acabou marcando com Roger, aproveitando outra assistência de Eduardo. A
alegria do torcedor do Bahia durou pouco. Valente, o Mais Querido chegou
novamente ao empate com Bismark, que recebeu de Ronaldo Mendes, driblou
o goleiro e mandou para as redes, isso aos 41 minutos. Ao final da
primeira etapa, vaias. Muitas vaias.
Fim de jogo melancólico na Fonte
A
alegria do torcedor do Bahia
começou antes de a bola rolar, quando o placar anunciou a troca de
Cicinho por Railan. Embalados pelos gritos de “Eu acredito!”, o time da
casa tentou pressionar,
porém sem o mesmo ímpeto do primeiro tempo. Ainda assim, o Tricolor
criou ótimas oportunidades.
A primeira em uma cabeçada de Roger que
Saulo fez grande defesa. A segunda, uma chance de tirar o fôlego da
torcida. Tiago Real puxou contra-ataque e passou para Maxi. O argentino,
sozinho, invadiu a área e deu um toque por cima do goleiro. A bola saiu
caprichosa pela linha de fundo. O desespero ofensivo do
Bahia, que muitas vezes atacava sem organização, deixava espaços. E o
ABC mantinha o contra-ataque engatilhado. O que faltava era um
pouco de capricho no momento de definir a jogada. Reginaldo desperdiçou
ótima chance de virar o placar após passe de
Romarinho. A tônica do jogo não mudou. O Bahia atacava desordenadamente.
O ABC não tinha pernas para aproveitar os espaços e matar o jogo. E
assim foi até o apito final de Heber Roberto Lopes. Um
fim de jogo melancólico para baianos e potiguares.
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