Zagueiro teve registro "ponte" no Monte Cristo, de Goiás, antes de ser repassado por um grupo de investidores ao clube paulista por valor maior do que o pago ao Criciúma
Iago Maidana rescindiu com o Criciúma e fez "ponte" em clube goiano (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)
– A Fifa pode enviar ofício determinando que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a primeira federação nacional a absorver o regulamento, abra investigação. Havendo claramente a participação de investidores, alguém infringiu a regra – diz o advogado.
Iago pertencia ao Criciúma, com quem rescindiu contrato após pagamento de R$ 800 mil por parte de um grupo de investidores paulistas de nome "Itaquerão Soccer". Em seguida, ele foi registrado por dois dias (de 9 a 11 de setembro) no Monte Cristo antes de ter 60% de seus direitos econômicos vendidos ao São Paulo por R$ 2 milhões. Os 40% restantes foram mantidos pelos empresários no clube goiano. A FAI Sports, empresa de agenciamento sediada em Porto Alegre, também fez parte das tratativas.
– Há duas possíveis burlas aí. A primeira é transacionar com investidores após a proibição da Fifa, em maio. A segunda é o mau uso do sistema eletrônico de transferência, com esse registro de dois dias no Monte Cristo, que, teoricamente, não se justifica. Quando se federa um jogador sem intuito desportivo, fica caracterizado como ponte – acrescenta Motta, que também integrou o comitê que ajudou a CBF a incorporar o regulamento da Fifa.
De acordo com o novo regulamento nacional de registro e transferência de atletas de futebol, "nenhum clube ou jogador poderá celebrar um contrato com um terceiro por meio do qual este terceiro obtenha o direito de participar, parcial ou integralmente de um valor de transferência pagável em razão da futura transferência dos direitos de registro de um atleta de um clube para outro, ou pelo qual se ceda quaisquer direitos em relação a uma futura transferência ou valor de transferência".
Há menos de uma semana, a Comissão Disciplinar da Fifa sancionou o FC Seraing, da Bélgica, por caso semelhante. O clube foi proibido de registrar jogadores por dois anos e ainda recebeu multa de 150 mil francos suíços. A menor sanção é uma advertência da entidade.
– Tem que se averiguar se houve operação fraudulenta de fato e quem infringiu a regra. Se foi o Criciúma, o Monte Cristo, o São Paulo. Provavelmente, seriam os três investigados. A Fifa tem um departamento de compliance (unidade responsável por garantir a o cumprimento de regras) só para acompanhar isso. E o Brasil é um dos principais focos – conclui o especialista.
Jovem zagueiro foi registrado no Monte Cristo,
entre a rescisão do Criciúma e a ida para o São
Paulo (Foto: Reprodução)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2015/09/para-especialista-ida-de-iago-para-o-sao-paulo-pode-gerar-sancao-da-fifa.html
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