Torcedores fazem homenagem para Fernandão em evento com “ruas de fogo”, antes de jogo com Tigres, que contou com apoio incondicional, mas momentos de tensão
O pré-jogo teve festa, com direito a fogos de artifício e as tradicionais “ruas de fogo”, regadas a sinalizadores apontados para o alto e gritos para Fernandão. O início do jogo teve sinal da cruz e oração, mas também euforia com dois gols relâmpagos. Só que o final do confronto entre Inter e Tigres, no qual os gaúchos venceram por 2 a 1, teve certa preocupação. Os torcedores esperavam nitidamente por resultado mais elástico em um jogo com recorde de público. Afinal, ao todo, havia 44.884 almas, mesmo diante de frio e chuva.
Torcedora reza durante jogo entre Inter e Tigres
(Foto: Diego Guichard)
Incendiados pelo clima de Libertadores, os torcedores fizeram sua parte. Lotaram cedo as cercanias do Beira-Rio. Assim que o ônibus do clube surgiu no horizonte do estádio, a primeira grande vibração. Colorados pulavam, gritavam berravam incentivos ao time. E teve homenagem até para Fernandão, ídolo que morreu em acidente aéreo há pouco mais de um ano. Na passagem do veículo pela estátua, localizada no pátio do estádio, veio a lembrança.
- Uh, Fernandão! Uh, Fernandão! - bradavam os torcedores.
O ônibus ingressou no complexo sob belo efeito propiciado pelas “ruas de fogo” . Alguns torcedores mais exaltados batiam no veículo quando passavam.
Homenagem a Fernandão antes do jogo
(Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Também pairava um clima de tensão. A torcedora Janaina de Carli, de 30 anos, representou na pele isso. Antes do apito inicial, fez um sinal da cruz e começou a orar ali na arquibancada. Vibrou com os gols de D’Alessandro e Valdívia, mas se desesperou com o tento de Ayala.
- Eu sofro sempre. Se tivesse três a zero, estaria sofrendo. O jogo estava bom até sofrermos o gol - contou, ao GloboEsporte.com.
E estava mesmo. Com nove minutos, 2 a 0, gols de D'Alessandro e Valdívia. O Beira-Rio rugia bem mais do que um atordoado Tigres. Uma goleada estava se ensaiando. Talvez por isso a reação rival, com gol aos 24 minutos, tenha batido tão forte nos fãs.
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Torcida ficou eufórica com início avassalador
(Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)
Mas teve um indelicado “porém”. A equipe do Inter ganhou espaço territorial e posse de bola. Entretanto, sem transformar isso em produção ofensiva. O que se viu então eram colorados preocupados nas arquibancadas. Alguns tristes ou até entediados, pois esperavam mais gols.
- O Inter não foi bem, não jogou nada - admitiu Luíza Mendes, de 18 anos, que ficou com um olhar vago durante o final da partida.
- O time recuou muito, mesmo com um jogador a mais. Achei que podia ter feito mais - completou Vanessa Morais, de 35 anos.
Torcida apreensiva no segundo tempo
(Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
- Ninguém acha uma final de Libertadores. Chegamos com essa vantagem de ter o empate a nosso favor. Vamos agora enfrentar o adversário na casa deles. O estádio vai estar lotado. O fator local pesou pouco. Para nós isso também não vai ser problema - comentou o dirigente.
Agora, como disse Piffero, o Inter tentará segurar o resultado no “fator local” do Tigres. A previsão é de 43 mil torcedores “felinos” para o duelo de volta, que vale vaga à final da Libertadores. Para se classificar à final, após o triunfo, o Inter precisa de qualquer empate em solo mexicano. Também avança com vitória por um gol de diferença a partir de 3 a 2. Se o Tigres vencer por 1 a 0, se classifica. Caso devolva o 2 a 1, vai a pênalti.
Torcida jogou junto com o time, sobretudo no
primeiro tempo (Foto: Diego Guichard
/GloboEsporte.com)
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