Seleção se recupera de derrota na estreia, vence atuais campeões por 3 a 1 e só corre risco de eliminação em caso de triunfo dos americanos por 3 a 1 sobre a França
Bruninho tocava a quadra, fazia sua oração e olhava para cima. Sabia que a missão não seria das mais fáceis. Do outro lado estavam os Estados Unidos, atuais campeões, que chegaram até as finais da Liga Mundial credenciados por uma primeira fase muito consistente. Para completar, o Brasil teria de passar por eles, com um placar de 3 a 0 ou 3 a 1, para poder continuar com chances de seguir vivo na competição. Foi na conta do chá. Nesta quinta-feira, no Maracanãzinho, derrubou o gigante e manteve a esperança de avançar às semifinais: 3 sets a 1 (28/26, 22/25, 25/22 e 27/25).
Lucão ataca e bate a bola para baixo contra os Estados Unidos (Foto: FIVB/Divulgação)
- Independentemente da derrota ontem, que foi contra uma grande equipe e não podemos tirar o mérito da França, mas ganhar de uma equipe como os Estados Unidos dá uma confiança muito grande. Independentemente do resultado de amanhã, saímos com a cabeça em pé - afirmou Lucarelli.
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Agora, a equipe só corre risco de ser eliminada caso os americanos vençam os franceses por 3 a 1 nesta sexta-feira. Com o empate triplo, as vagas serão decididas no ponto average (resultado da divisão dos pontos conquistados pelos sofridos). O jogo será às 14h05, com transmissão do SporTV e cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com. Antes, às 11h, o GloboEsporte.com transmite ao vivo do ginásio um programa especial para debater a fase final. A apresentação será de Monique Cardone, com comentários dos ex-jogadores Giba e Tande.
Na edição de 2007, já no formato atual, o Brasil havia passado por situação semelhante à que viveu nesta quinta-feira ao perder o primeiro jogo para a Bulgária e entrar precisando passar pela Rússia para se manter na competição. Naquele ano, foi até a decisão e ergueu o troféu.
Classificação do Grupo I após duas rodadas
O jogo
A postura era diferente. Agressiva, do jeito que Bernardinho queria. Um ace de Lucão atendia ao pedido da torcida (6/4). Os americanos voltavam suas atenções para Lucarelli. O triplo subia com vontade e parava o jovem ponteiro. Com inteligência, ele retribuía, explorando as pontas dos dedos de David Lee e deixava o jogo empatado (12/12). O saque dos rivais começava a funcionar melhor.
Matt Anderson fazia uma boa passagem por lá. Conseguia um ace e a virada (16/15). O oposto ainda tentava arrancar mais um pontinho no ataque, mas Murilo estava atento a ele. As ações se equilibravam. Os anfitriões passavam à frente com uma pancada de Lucarelli (21/20). Mas Isac desperdiçava seu serviço. Os Estados Unidos deixavam tudo igual (22/22). Vissotto subia e não colocava a bola no chão no contra-ataque. Redimia-se ao fazer o ponto seguinte, criando a primeira chance do Brasil de fechar o set. Depois dali foram necessárias mais três. Um bloqueio simples de Lucão colocava fim ao sofrimento: 28/26.
Bloqueio triplo do Brasil com Murilo, Lucão
e Vissotto firme na bola contra os Estados
Unidos (Foto: Divulgação/FIVB)
Dali em diante, os donos da casa não podiam mais pensar em ceder um set sequer. Com a corda no pescoço, a seleção mantinha a cabeça no lugar. Os EUA pressionavam. Lucão se livrava da marcação e dava um respiro para o Brasil (10/8). Os adversários iam buscar e contavam com o toque de Evandro na rede para deixar tudo igual (11/11). Russell era o dono do fundo da quadra dos adversários. Salvava todas as investidas dos anfitriões, até Isac acabar com a boa sequência de defesas. Mas os americanos insistiam e se distanciavam (16/13). Bernardinho fazia a inversão. William Arjona e Vissotto deixavam o banco. Empurrado pela torcida, o time encostava (17/16). Lucarelli forçava o saque e errava. Lucão fazia o mesmo pouco depois, mas contava com a falha de Russell. Isac, no jeito, passava a bola para o outro lado da rede e comemorava (19/19). Lipe providenciava a virada. A torcida cantava. Matt Anderson atacava para fora. Set point (24/22). Lucarelli não perdoava. A arquibancada se levantava: 25/22.
Lucarelli encara bloqueio duplo americano e
ataca para o Brasil na Liga Mundial (Foto:
Divulgação/FIVB)
O jogo do Brasil fluía, e a diferença aumentava (15/8). Os rivais quebravam o passe brasileiro, tinham sucesso nos bloqueios e conseguiam o que parecia improvável àquela altura. Empate (19/19). Iam mais longe. Um ace de Matt Anderson colocava os atuais campeões na frente (22/21). Mas o americano errava a mão na tentativa seguinte. Lipe não perdia tempo e dava o ponto para o Brasil. Os Estados Unidos falhavam novamente no serviço. Match point. Matt Anderson salvava o primeiro. Taylor Sander, o segundo (25/25). Evandro criava a nova oportunidade. E Lucarelli fechava a conta: 27/25.
tabela de jogos da fase final
Quarta-feira
Brasil 1 x 3 França
Sérvia 2 x 3 Itália
Quinta-feira
Brasil 3 x 1 Estados Unidos
Polônia 3 x 1 Itália
Sexta-feira
14h05 - Estados Unidos x França
16h05 - Sérvia x Polônia
Sábado
10h00 - Semifinal 1
12h05 - Semifinal 2
Domingo
9h10 - Disputa do terceiro lugar
11h30 - Final
FONTE:
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