quinta-feira, 11 de junho de 2015

Paixão x pressão: Chile busca o equilíbrio na estreia na Copa América

Uma das três seleções sul-americanas sem título do torneio, equipe dirigida por Jorge Sampaoli se divide entre animação e tensão para encarar o Equador



Por
Santiago, Chile

Vidal e Sampaoli Chile (Foto: EFE/Osvaldo Villarroel)Fé no título: Vidal e Sampaoli equilibram emoção e razão no Chile (Foto: EFE/Osvaldo Villarroel)


O coração do futebol. A Copa América de 2015 começa a fazer jus a seu slogan oficial na noite desta quinta-feira, no jogo de abertura entre anfitriões chilenos e equatorianos, no Estádio Nacional de Santiago, a partir de 20h30 (de Brasília) - o GloboEsporte.com transmite a partida em Tempo Real, com início da cobertura às 18h. Na parte mais meridional do continente, onde os nativos se notabilizam pela intensidade nas emoções, os donos da casa precisam equilibrar bem a paixão por "La Roja" com a pressão de, enfim, conquistar o primeiro título de um torneio importante. Façanha que é mais difícil do que parece, vide os casos dos multicampeões Brasil, na Copa do Mundo de 2016, e Argentina na última edição do torneio, em 2011.

- Quando começa uma competição, existem duas situações: o medo de perder ou a expectativa do sucesso. Se estivermos vinculados ao segundo, desfrutaremos a Copa. Estou muito animado com o grupo que estou dirigindo. Não vejo a hora que comece. Animado para ver esta equipe acompanhado de sua gente. Tenho muita expectativa positiva do grupo - disse Sampaoli na entrevista coletiva da véspera do confronto.

Fuenzalida, Medel, Valdivia e Jara treino Chile (Foto: EFE/Mario Ruiz)
Cabeça diferente: entre Fuenzalida, Medel e 
Jara, o meia Valdivia é esperança de lucidez 
chilena (Foto: EFE/Mario Ruiz)


O Chile tem à disposição aquela que é considerada a melhor geração de seu país. De Bravo, titular do Barcelona na conquista do Campeonato Espanhol como o goleiro menos vazado da competição, a Alexis Sánchez, destaque do Arsenal na temporada inglesa, passando por Valdivia, camisa 10 e aposta de lucidez para armação de jogadas ofensivas, Sampaoli sabe que precisa dar equilíbrio tático para alternar a verticalidade característica da seleção sob seu comando com o controle do jogo mais cadenciado em certos momentos da partida. Tudo para controlar o ímpeto que pode botar em risco uma classificação às quartas de final que se desenha tranquila no Grupo A, com México e Bolívia pela frente também.

Nas 44 edições da Copa América, três delas sem sede fixa, foram 20
as seleções anfitriãs campeãs, a última em 2001, na Colômbia

- Vai ser um pouco diferente do Mundial. Chegamos ao entendimento de que, além da verticalidade, também existem formas diferentes de encarar cada partida. Vai haver uma mistura. Precisamos de distintas estratégias. A equipe amadureceu. Escolheremos a melhor opção. Não cederemos o protagonismo. Contra o Equador, o importante vai ser ter mais transições. Não deixaremos nossa essência, mas sabendo que o protagonismo algumas vezes se tem com a posse de bola - disse Sampaoli.

Um dos principais símbolos da raça chilena em campo, o meia Vidal faz coro ao técnico no discurso de que é preciso controlar os nervos para fazer bonito diante da torcida.

- Esta é a melhor geração e temos que coroá-la com a Copa América. Existe a pressão, mas se sente mais do lado de fora. Nós sentimos, mas estamos muito tranquilos, com muita ansiedade de demonstrar que somos uma equipe forte. A ansiedade está jogando.

Alexis Sánchez treino Chile (Foto: EFE/Mario Ruiz)
Bola é na rede: Alexis Sánchez é a principal 
esperança de gols do Chile 
(Foto: EFE/Mario Ruiz)


SEM MEDO DE SER FELIZ


Voluntário Copa América retira cachorro da coletiva de Sampaoli e Vidal (Foto: EFE/Osvaldo Villarroel)Voluntário da Copa América retira cachorro da coletiva chilena (Foto: EFE/Osvaldo Villarroel)


De mansinho, o Equador, outra das três seleções ao lado da Venezuela que nunca levantou o troféu da Copa América, tenta roubar a cena, assim como o cachorro que entrou de penetra na sala de entrevista coletiva dos chilenos no Estádio Nacional. Mesmo com os desfalques de Antonio Valencia, Felipe Caicedo, Michael Arroyo e Ayovi, o treinador Gustavo Quinteros promete que não vai se amedrontar.

- Não vou dizer que minha equipe vai jogar na retranca, vamos marcar no campo adversário. 
Não vamos ficar atrás. Eu sempre vou querer pressionar meus rivais na frente para poder ter a posse de bola mais perto do gol deles - disse na entrevista coletiva de quarta-feira.

A principal aposta de Quinteros é na dupla formada por Enner Valencia, do West Ham, da Inglaterra, e Bolaños, destaque da campanha do Emelec até as quartas de final da Taça Libertadores.

Ibarra e Bolaños treino Equador (Foto: REUTERS/Ivan Alvarado)
Bola nele! Bolaños brinca com Ibarra no treino 
do Equador (Foto: REUTERS/Ivan Alvarado)


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